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Duelo de gerações: os 'baby boomers' dominam o consumo e adiantam aos mais jovens

Os utentes de menor idade têm maior nível de consciência financeira ou, simplesmente, um orçamento mais ajustado e isso leva a gastar menos

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A simples vista pode parecer que os hábitos de compra de todos os consumidores são muito similares e singelos: encontrar o produto que procuram, o conseguir ao menor preço possível e ter a sua disposição de forma rápida. Mas o verdadeiro é que a cada comprador é único e a geração à que pertence influi, e muito, em como se consome e na despesa. Como exemplo, há quem optam por métodos de pagamento mais tradicionais e outros nem sequer levam em cima efectivo quando saem a comprar. De facto, a tecnologia está por trás de muitos destas mudanças.

E ante perguntas do tipo há alguma geração que consuma mais que outra? ou são os millennials mais gastones que os baby boomers?, "a resposta é que pertencer a uma geração ou outra não é mais que uma etiqueta e não sempre se cumprem os estereotipos", tal e como recorda a Consumidor Global Salvador Ruiz, experiente em comportamento do consumidor e professor da Universidade de Múrcia. Ainda assim, há despesas mais atribuibles a um trecho de idade que a outro. Nas etapas centrais da vida do indivíduo, isto é, entre os 30 e os 60 anos, é onde há um maior nível de rendimentos. "Conforme aumenta a idade, costuma subir também o salário e, por tanto, o consumo", enfatiza Ruiz.

Tudo é questão do que se ganha

Costuma-se dizer que as novas gerações, isto é, os millennials, nascidos entre 1980 e 1995, e a geração Z, do 1996 a 2010, são mais derrochadoras que as mais adultas, mas não resulta ser assim. "Estas gerações têm menos para gastar que suas predecessoras e, ademais, estão mais concienciadas com a gestão de suas finanças e o cuidado do medioambiente, o que limita seu consumo", explica a este médio Jennifer Ariza, experiente em marketing da escola de negócios Esneca. Mais especificamente, esta experiente assegura que a geração Z tem demonstrado ser mais cauta e responsável com as despesas que as demais, em parte dada sua ajustada economia. De facto, o salário médio da geração Z é de 968 euros e o da millennial é de 1.408 euros, em frente aos 1.902 euros dos maiores de 35 anos e os 2.162 euros dos maiores de 55 anos, segundo dados facilitados por Fintonic a Consumidor Global. Contar com um menor orçamento mensal provoca, como é lógico, uma despesa mais baixa na grande maioria de partidas. Assim, os jovens destinam uma média de 68 euros a roupa e complementos, 122 euros a restauração e 148 euros em grandes superfícies, em frente aos 81 euros em têxtil, 131 euros em restauração e 288 euros em grandes superfícies que gastam os baby boomers.

Assim mesmo, a despesa nas férias de verão também mostra uma brecha entre gerações. De facto, os viajantes low cost são os mais jovens, em frente aos baby boomers que podem chegar a destinar mais de 2.500 euros em seus dias de descanso veraniego, segundo os últimos dados do Observatório eCommerce e Transformação Digital. Ademais, surpreende comprovar que os millennials não são os que mais compram através de internet, sina que é a geração X, que realiza uma média de 16 compras on-line ao ano e gasta 132 euros em media na cada uma delas. Seguem-lhe os millennials, com uma despesa de 127 euros, e os baby boomers, com 93 euros em media, como assinala o relatório A realidade dos consumidores on-line da consultora KPMG. Ademais, o coronavirus tem aumentado a frequência de compra-las on-line em todas as idades, segundo seu último estudo Consumidores e a nova realidade. Os utentes com idades entre 25 e 34 anos têm passado de realizar o 43 % de seus compras de forma digital dantes da pandemia a fazê-lo num 53 %. Enquanto, os utentes que se situam entre os 45 e 55 anos têm aumentado o consumo on-line num 13 % -- passando de 31 % a um 44 %-- e a geração de baby boomers tem saltado de um 28 % a um 40 %.

Una persona realiza una compra a través del móvil / PIXABAY
Uma pessoa realiza uma compra através do móvel / PIXABAY

Mais alimentos 'gourmet'

Por sua vez, Ruiz coincide em que a maior despesa se dá nas etapas da vida com maiores rendimentos, que costuma ser na idade adulta e chama a atenção comprovar algumas das partidas onde se produz esta despesa. "Os dados apontam a que, conforme aumenta a idade, se incrementa também a proporção de despesa em alimento", explica o experiente. Assim, se consomem produtos mais exclusivos ou gourmet. No entanto, o consumo de artigos de vestir e de calçado é mais ajustado, já que "a identificação com certas marcas é mais típico de idades mais jovens. Com maior idade, costuma-se ter uma personalidade mais consolidada". Nesse sentido, um recente estudo da consultora Bain & Company assinala que os consumidores mais jovens estão dispostos a não adquirir marcas que se mostram indiferentes ante as desigualdades sociais, como o racismo, a homofobia ou o discurso do ódio.

O dinheiro investido em renovar mobiliário ou outros arranjos do lar também é maior entre os mais jovens. E o mesmo ocorre com a despesa no veículo privado, decrescente segundo cumprem-se anos. Não obstante, há uma partida na que o consumo não varia mal com a idade. "Os electrodomésticos têm uma vida média limitada e têm-se que renovar sem remédio, pelo que a despesa é constante ao longo da vida", recorda Ruiz.

Consumo sensorial ou rápido?

Ademais, o consumo também está sócio, inevitavelmente, ao ciclo de vida das pessoas. "Segundo cumprimos anos, produzem-se mudanças na fisiología e na forma de pensar, afectando às decisões de compra", assegura Ruiz. Um das mudanças mais importantes é a perda da capacidade de percepção sensorial, isto é, com a idade se perde capacidade para cheirar, degustar ou ver. "Com maior idade precisam-se estímulos mais fortes de sabor em alguns alimentos, de cores na vestimenta ou de cheiros nos perfumes", asevera o experiente.

Nesse sentido, a tecnologia tem sido um elemento disruptivo na forma na que os consumidores compram. Os selenials, isto é, maiores de 65 anos, priorizan o consumo de produtos de beleza e cosmética in situ. De facto, acaparan quase a metade da despesa neste sector e preferem ir fisicamente às lojas. Também os baby boomers compram mais de forma presencial e "realizam um consumo mais funcional, a diferença de outras gerações que se movem pelas sensações e experiências que lhes contribui o produto", afirma Ariza. Assim, e sempre em termos gerais, os consumidores nascidos entre os anos 40 e 60 optam por artigos mais básicos e com uma utilidade real. Enquanto, os millennials orientam seu consumo ao meio on-line e às redes sociais. "Preferem-no pela inmediatez que lhes oferece a compra e a practicidad do processo, como aceder a mais promoções ou envio rápido e sem custo", agrega a experiente. Esta geração prefere os produtos e serviços que se antecipam a suas preferências e que, por tanto, vão para além do factor funcional.

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