Apple desvaloriza os seus iPhone na Amazon: precisa incentivar as vendas?

Pagar quase 1.000 euros, ou inclusive mais, para ter um iPhone não é algo que todos os consumidores estejam dispostos a fazer. Na verdade, ainda que muitos queiram ter este modelo, o sistema operativo mais usado em Espanha é o Android e não o iOS. No entanto, para tornar um pouco mais acessíveis alguns modelos, a Apple tem aplicado descontos aos seus iPhone na loja que a marca tem na Amazon.

No site da Apple os preços, por outro lado, são intocáveis. Mas por que Apple torna os iPhone mais baratos em outros e-commerce? Precisa este gigante de incentivar as vendas?

O iPhone 13, preço reduzido cinco meses após a sua estreia

O iPhone 13 saiu para o mercado a 14 de setembro de 2021 por um preço de saída de 909 euros. E esse preço mantém-se no site de Apple invariável. No entanto, na Amazon, a Apple já fixa o preço este modelo em menos 70 euros. E estas diminuição foi aplicada apenas 5 meses depois de apresentar este modelo com grande alarde.

Sobre estas desvalorizações, a empresa prefere --como em muitas ocasiões-- não dar resposta. Mas a verdade é que há vários modelos de iPhone com desconto. Os descontos, no entanto, são subtis. Vão desde 5% até 10%, sendo maiores nos modelos mais antigos.

Esperar até abril para comprar um telefone da Apple

No geral, a Apple começa a baixar os preços dos seus modelos seis meses após a sua estreia. Desta forma, a empresa aquece motores para os novos iPhone que lançará no mercado.

"O iPhone 11 e 13 estão entre os telefones mais procurados. Como as pessoas não mudam de telemóvel todos os anos e também não há um grande salto tecnológico entre uma versão e a anterior, o 12 ficou um pouco na terra de ninguém. Além disso, no geral, a partir do segundo trimestre do ano costuma-se produzir uma baixa de preços dos iPhone, por isso muitas vezes vale a pena esperar e não o comprar assim que se anuncia", detalha à Consumidor Global, Kike Aganzo, responsável pela comunicação da Idealo.

O consumo em tempo de crise

César Valencoso, Director de Insights e especialista em Grande Consumo da Kantar, lembra que, em tempos de crises, há consumidores que precisam olhar mais para os preços e outros que não. Além disso, em produtos como um iPhone, vistos como "um capricho", às vezes aceita-se com mais bom agrado uma subida de preço.

No entanto, a tecnologia é algo que "rapidamente se deprecia", afirma. Por isso, a guerra de preços é maior neste setor. Neste sentido, José Francisco Monserrat, pesquisador da Universistat Politècnica de Valencia, remarca a pressão que existe entre os fabricantes de telemóveis e como as marcas asiáticas calcam cada vez mais forte. Ainda que ele considera que a baixa de preços dos iPhone não corresponde a uma descida da procura, é verdade que a marca registou 10% de queda das vendas no último trimestre de 2021 em Espanha é "muito" e que "é um resultado que pode ter causado essa queda de preço".