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Como falar a uma pessoa afectada pela DANA, segundo os experientes em acompanhamento

Ainda seguimos conmocionados com a desgraça ocorrida depois da DANA em Valencia. Uma catastrofe que tem desestabilizado a saúde mental de todos os afectados, que se sentem mais vulneráveis que nunca e que precisam de uma ajuda psicológica muito concreta

Rocío Antón

Varias decenas de inmigrantes hacen cola en el interior centro de acogida de Las Raíces, en La Laguna (Tenerife). EFE (1500 x 1000 px) 2024 11 04T195747.669

A DANA tem sido a maior tragédia por causas meteorológicas em décadas em Espanha. Inundações inauditas e chuvas descontroladas que desolaram a Castilla-A Mancha, Andaluzia e em especial à Comunidade Valenciana, a zona zero e mais afectada.

Uma catástrofe que ocorria na terça-feira pela tarde e que tem feito que Valencia se veja obrigada a fazer frente em sozinho seis dias a centos de vítimas mortais, numerosos desaparecidos, infrastructuras destroçadas e centenas de casas reduzidas a escombros, varro e esqueletos em risco de derrumbamiento.

Valencia sofre a maior catastrofe em décadas

Uma ferida emocional que tem conmocionado a todo um país e que tem deixado aos afectados numa terrível situação de desamparo e vulnerabilidade psicológica. Um impacto psicológico duradouro que longe da magnitude da importância das perdas materiais, onde muitos cidadãos se encontram sem suas coisas, com suas moradias e negócios destroçados, a esta problemática lhe acompanha à gravidade das perdas humanas.

A DANA tem deixado um legado de sofrimento demasiado pesado no que é importnate pôr o foco. Bem é verdadeiro, que o primeiros dias depois da catástrofe a prioridade estava no resgate e o salvamento de pessoas, bem como se assegurar de cobrir suas necessidades básicas vitais tais como ter água e alimentos que levar à boca bem como dormir baixo um teto.

As vítimas enfrentam-se à perda e desaparecimento de seus seres queridos

Andrés Cuartero, chefe de Psicologia do Serviço de Emergências Médicas de Cataluña (SEM), descreve o enfoque psicológico que há que levar nestes casos quando as secuelas dos afectados começam a tomar forma: "Na atenção às catástrofes naturais, ao restabelecer certo controle, começam a surgir necessidades psicológicas específicas", comenta sobre o tema.

"A cada pessoa tem sido impactada de maneira diferente. A dor pela perda de um ser querido nestas circunstâncias não é esperado nem isolado; deve lidiarse com a identificação dos corpos e a comunicação a tempo dos achados aos familiares, que têm podido passar muito tempo desinformados", relata o psicólogo experiente em acompanhamento sobre a importância de contribuir respostas a todas as pessoas que seguem procurando de forma desesperadas a seus seres queridos desaparecidos.

Como lidiar com a incerteza e falta de informação

"A incerteza prolongada previne o início do duelo e gera muita angústia", indica o psicólogo. "Os alojamentos temporários para os deslocados convertem-se em pontos de caos e socialización de experiências dolorosas, intensificando o sofrimento coletivo. Reconstruir lares, espaços comuns e rotas de trânsito é um processo emocional longo e arduo, ainda que não esteja necessariamente vinculado a situações de vulnerabilidade social ou transtornos mentais", define sobre o facto de que possa chegar a ser um factor desencadenante deste tipo de stituaciones.

"Se o mal-estar persiste com a mesma magnitude para além de três ou quatro semanas, é momento de pedir ajuda. Não é necessário medicalizar- Com frequência, basta com o acompanhamento emocional", aponta Andrés Cuartero, chefe de Psicologia do Serviço de Emergências Médicas de Cataluña sobre a importância de procurar a ajuda de um psicólogo.

Primeira fase do duelo, o 'choque' pós traumático

Mar Valero Valero, integrante do Grupo de Intervenção Psicológica em Emergências e Catástrofes do Colégio Oficial de Psicologia da Comunidade Valenciana e de Psicoemergencias-Comunitat Valenciana, tem explicado para o meio digital 'Consalud.es' que ocorre quando passa um desastre desta magnitude. As pessoas costumam experimentar uma fase inicial de choque junto com uma sensação de incredulidad, chegam a sentir-se dominados pela emoção de irrealidad. É um modo que tem a mente de se defender. Esta resposta, unida à percepção de falta de controle, tende a desorientarlas, gerando um estado de confusão nos primeiros momentos. Depois de uma catástrofe natural deste tipo, os afectados costumam atravessar várias etapas emocionais, um processo que requer uma intervenção psicológica precisa e adaptada à cada pessoa e seu próprio drama.

A experiente relata o seguinte: "No momento em que se emitem avisos de emergência, as pessoas costumam experimentar incredulidad ante a possibilidade de que ocorra uma catástrofe. Uma vez passado o impacto, a grande maioria de pessoas são capazes de criar planos de acção e levar a cabo condutas de luta ou fugida e pró sociais, de ajuda aos demais", afirma Valero.

Primeiras secuelas físicas e cognitivas nos afectados

Dias depois, quando os afectados começam a conviver com as secuelas do desastre, as reacções que apresentam estes pacientes costumam oscilar entre os "sentimentos de culpa, a falta de concentração e dificuldades para manter a atenção nas tarefas diárias" isso se o analisamos desde o ponto de vista cognitivo.

A nível fisiológico, falamos de um autentico estado de estrés e alerta: "Aumento do ritmo cardíaco, a pressão sanguínea, a tensão muscular, as náuseas, os tremores musculares, a sudoración e sentem escalofríos", revela dos sintomas que se observam inclusive dias depois.

A importância de assumir as emoções dolorosas

A tristeza, impotencia, raiva, irritabilidad e nervosismo vão ser emoções diárias entre os valencianos que têm vivido em suas próprias carnes o horror destas inundações. "Com estas reacções tão intensas a nível emocional e cognitivo, a pessoa pode-se sentir diferente ou incomprendida", enfatiza. Ademais, em muchso casos apresentar-se-á agotamiento físico crónico, podem apresentar-se insónias e/ou pesadelos do mais recorrentes e angustiosas, pelo que vão requerer de muito entendimento, contenção e cariño.

"A intervenção psicológica em desastres não é uma terapia psicológica, sina um primeiro acompanhamento psicológico", enfatiza Valero sobre a importância de não descuidar as emoções que se vão sucedendo entre as vítimas nas próximas semanas e meses. Os primeiros auxílios psicológicos procuram proporcionar alívio emocional imediato, ajudar aos afectados a localizar-se na nova realidade e satisfazer suas necessidades básicas.

Especial cuidado com os grupos vulneráveis

As intervenções psicológicas em situações de desastre devem adaptar-se aos diferentes perfis das pessoas afectadas, prestando especial atenção a grupos vulneráveis como meninos, adolescentes, adultos maiores, pessoas com discapacidades ou problemas de saúde mental prévios.

  • Cuiado com os meninos. "Quando atendemos a meninos, é fundamental ajustar a linguagem para que nos compreendam, e podemos aplicar primeiros auxílios psicológicos através de jogos ou histórias adequadas a sua idade".
  • Quanto a pessoas maiores ou com discapacidades. Valero sugere uma comunicação empática e realista, evitando promessas incertas: "É fundamental que se sentam seguros, sem oferecer garantias do que não podemos prever nem prometer que tudo resolver-se-á. Mar Valero Valero, experiente em Psicoemergencias da Comunitat Valenciana, tem claro que a importância de preservar a unidade e comunicação entre familiares após o desastre é fundamental.

Sabemos que estar unidos é uma tarefa muito difícil quando se estão a realizar serviços contínuos de limpeza de ruas e moradias durante todo o dia. A experiente enfatiza sobre a importância de que -pese ao grande ónus de tarefas em situações como esta- os grupos vulneráveis não se sentam isolados ou incomunicados de seus vínculos de referência: "Sempre que seja possível, é beneficioso atribuir-lhes alguma tarefa que lhes permita se sentir úteis, o que contribui a sua autoestima e resiliência", relata sobre estes grupos de riscos.

Como apoiar emocionalmente para acompanhar aos afectados pela DANA

Para ajudar aos meninos a enfrentar emoções complexas, é chave respeitar seus tempos e necessidades. Permitir-lhes processar a seu ritmo e escutar-lhes sem pressioná-los a ser mais maiores do que são é fundamental.

É muito necessário deixar-lhes saber que podem se expressar quando estejam prontos e num ambiente seguro. Sem pressas. Por exemplo, ao abordar temas delicados de forma conjunta adiante de outros afectados não preparados para falar, é útil utilizar frases como: "O que dizes é importante, mas quiçá outros prefiram não falar disto agora. Parece-te bem que procuremos outro lugar para o comentar?". Esta estratégia facilita um espaço seguro, alentando o diálogo sem incomodar a outras pessoas e meninos.

1. Adaptar a linguagem segundo a idade

A cada grupo de idade requer um enfoque específico para compreender situações difíceis. Com os mais pequenos, é melhor empregar palavras singelas e evitar termos que possam resultar alarmantes, como "catástrofe", sem uma explicação adequada. Os pequenos são esponjas do meio, pelo que são capazes de absorver a ansiedade que observam nos adultos.

2. Validar os sentimentos

É importante incluir um toque de esperança nas conversas a fim de reduzir a ansiedade mas sem invalidar o ocorrido. Mencionar o labor dos voluntários, os bombeiros ou o pessoal médico, por exemplo, reforça a confiança no apoio comunitário e recorda-lhes que não estão sozinhos, pior nunca deve ser o foco. Há que recordar que estas pessoas têm perdido muito e ainda que a ajuda sempre é bem recebida, não é um paliativo real da situação na que se encontram.

É fundamental permitir que os afectados expressem suas emoções sobre o que vêem ou escutam nos meios e seu meio, já que isto ajuda a libertar tensões. Frases como "é normal te sentir assim" ou "parece que isto te faz sentir triste ou assustado" lhes mostram que seus sentimentos são legítimos e naturais dadas as circunstâncias.

3. Primeiros auxílios psicológicos: Três passos essenciais

O acompanhamento psicológico em momentos de crises deve basear-se em três passos fundamentais:

  • Observar: Estar atentos aos signos de angústia dos afectados, como prantos ou tremores por ansiedade, e se assegurar de fazer uma contenção emocional para lhes fazer se sentir seguros e tranquilos.

  • Escutar: Dar espaço a estas pessoas para que expressem suas emoções sem interrupções. Usar perguntas abertas como "Como te sentes?" fomenta uma comunicação mais espontánea e sem pressões.

  • Ligar: Transmitir acalma e empatía, se a pessoa está abatida ou sentada no solo, como interlocutor deveríamos sentar a seu nível a modo de propiciar a sensação de unidade e cercania. É importante oferecer frases de apoio como "Estou aqui contigo". No caso dos meninos mais pequenos, podemos oferecer-lhes um objeto de confort, como um peluche, uma manta, ou um brinquedo. Uma ferramenta que pode lhes ajudar a se distrair e inclusive a que se sentam mais seguros. Este enfoque contribui a que os meninos possam expressar e processar suas emoções de maneira saudável a sua idade.