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Nem Cucal nem Zum: lutar contra as baratas é uma batalha perdida se usas remédios caseiros

Os especialistas da Adepap, SeviPlagas, Todoplagas e Controlkill 365 alertam para a falta de eficácia dos insecticidas que se podem comprar no supermercado e revelam a única solução com garantias de sucesso.

Teo Camino

Uma das diferentes espécies de baratas que existem / CONTROLKILL365

"O pessoal de Jumanji poderiam vir a Sevilha a rodar o próximo filme da saga. Estamos a rebentar pelas costuras", diz Ángel Luis Ramírez, gerente da SeviPlagas, uma empresa de serviços de desinfestação que opera em Sevilha e Huelva, sobre as infestações de baratas. Na zona do Levante e na Catalunha, a luta contra as baratas também não se resolve com remédios caseiros.

Os produtos que vendem no súper "servem para matar uma mosca ou um mosquito despistado, mas não para acabar com uma praga", alerta o presidente da Associação Catalã de Empresas de Saúde Ambiental (Adepap), Quim Sendra. Todos os peritos consultados concordam na hora de assinalar que os produtos genéricos, tipo Zum, Cucal ou Raid, que dizem matar a todos os insectos, "não funcionam" com um ninho de lesmas.

Uma despesa dupla e inútil

Com as baratas "acontece o mesmo que com os mosquitos, a maioria de produtos de fácil acesso não servem para nada", aponta o perito em insectos José Ramón Calvo, que explica que, se não se eliminam os ovos das baratas, que se escondem nos cantos mais improváveis, é impossível erradicar a praga. Ademais, segundo os especialistas, estes inseticidas não têm a dose de toxicidade suficiente para acabar com estes insectos dípteros, também conhecidos como curianas.

Um frasco de inseticida para matar percevejos / FREEPIK

Para além das medidas preventivas - limpeza e manutenção da rede de tubagens e caixas de esgotos - a Adepap desaconselha o uso de insecticidas domésticos porque “é muito provável que o cidadão não resolva o problema, espalhe a praga pelas diferentes divisões da casa e acabe por recorrer a um profissional, gastando mais dinheiro”.

A única solução com garantias de sucesso

Se viu uma barata isolada, “mate-a com o spray do supermercado, mas se viu várias, a única solução é contratar um profissional”, resume Sendra, que explica a importância de o especialista saber de que espécie se trata: as mais comuns em Espanha são a Periplaneta americana (avermelhada), a barata alemã (castanha clara com duas linhas escuras), a barata oriental (preta) e a Supella longipalpa (faixa castanha).

 

Um profissional vai identificá-lo e saber como se comporta, se vem da rede pública de esgotos ou se saiu por falta de limpeza ou presença de alimentos, se se reproduz muito ou pouco, para agir em conformidade com um tratamento e produtos especificamente indicados para a sua espécie.

Tratamentos com garantia

“Oferecemos uma garantia de um ano para os nossos tratamentos”, afirma David Monroig, proprietário da empresa Controlkill 365, que opera na comunidade autónoma da Catalunha. Na Todoplagas, com sede em Madrid, Valência e Baleares, entre outros locais, após uma primeira visita, tratamento e acompanhamento após 20 dias, “se reaparecerem, tem direito a uma manutenção gratuita e está coberto durante seis meses”, diz a diretora técnica da empresa, Núria Hernández.

Duas baratas no solo / PEXELS

“Garanto que os que tem em casa agora vão morrer, mas não posso matar os que estão no esgoto e não posso garantir que não voltem no próximo ano”, diz a empresa de controlo de pragas Beetle Hunting.

O preço do tratamento básico

Um tratamento básico para se livrar das baratas “custa normalmente entre 60 e 120 euros, mas tudo depende do tamanho da casa e da gravidade da infestação”, explica Sendra, que garante que os serviços de desinfeção são muito mais caros quando se trata de um ninho de percevejos ou de térmitas.

O pacote básico da Controlkill custa 120 euros e consiste em ir a casa e colocar estrategicamente géis e armadilhas para proteger pontos negros como ralos e janelas. Na Beetle Hunting, o pacote padrão para se livrar das baratas americanas, que vêm dos esgotos, baseia-se na colocação de produtos semelhantes nas cozinhas, casas de banho e ralos, e custa 100 euros. "O problema dos géis é que eliminam as baratas americanas, mas estas demoram mais tempo a morrer. Por isso, o melhor é fumigar", concorda Hernández.

Fumigar ou não fumigar, essa é a questão

Se viu quatro ou cinco baratas americanas em sua casa nas últimas semanas, “não é necessário fumigar”, diz Beetle Hunting. Por outro lado, a Todoplagas é a favor da pulverização química da casa, que consiste em recolher os objectos de higiene pessoal e deixar o espaço desinfectado durante um mínimo de 12 horas. "Temos de criar barreiras químicas para os manter afastados e, se tentarem, deixá-los morrer. Se for um rés do chão ou um terraço com esgotos, nessa zona aplicamos uma laca inseticida profissional que chega a todos os recantos", explica Hernández, responsável técnico da Todoplagas, sobre este tratamento que custa 217 euros mais IVA.

Uma pessoa realiza uma desinfecção / FREEPIK

Por vezes, se a fumigação for necessária, “o orçamento pode ir até 340 euros”, diz Controlkill, que acredita que é sempre melhor atuar quando aparecem as primeiras pragas do que esperar que elas se espalhem. “Com uma fumigação de choque e a colocação de um isco específico uma semana mais tarde, não os que se vendem nas lojas de ferragens, tem muito a ganhar, mas nunca chegará a 100%”, diz Monroig.