É um dos artistas mais importantes do século XX porque soube compreender a influência dos meios de massas e da publicidade e os levou habilmente seu terreno. Um terreno cheio de criatividade, sim, mas na que até uma caixa de detergente era susceptível de se converter em objeto artístico. E, agora, a arte do obsesivo e em absoluto superficial Andy Warhol chega a Madri numa exposição gratuita.
Do 12 de fevereiro ao 4 de maio, a Fundação Canal acolhe uma exposição que reúne um total de 134 peças criadas pelo artista estadounidense, desde 1962 até o final de sua carreira.
Cartazes de Andy Warhol
A maioria das peças são cartazes, algo que, longe de restar valor à mostra, a realça, já que em verdadeiro sentido são a quintaesencia do warholiano: um estilo visual distintivo, caracterizado pelo uso de cores vibrantes, imagens repetitivas e pela apropriação de elementos da cultura popular. Warhol foi publicista, e esta exposição rende homenagem a essa faceta.
A mostra está organizada em seis secções temáticas: primeiros cartazes, papéis pintados, adaptações e séries gráficas, cartazes tardios, retratos, e discos e publicações. Entre outros, os visitantes poderão ver os cartazes publicitários de Chanel Nº 5, os icónicos retratos de estrelas como Marilyn Monroe ou os desenhos das capas de grupos musicais como The Rolling Stones ou The Velvet Underground.
Exposição gratuita
Ademais, é uma exposição gratuita, ainda que Warhol cacarease aquilo de que "fazer dinheiro é uma arte e trabalhar é arte e os bons negócios são a melhor das artes".
Assim, se trata de uma oportunidade inmejorable para revisitar a arte de um criador que, tal e como explicava José María Rondón em Letra Global, "quis ser, acima de todas as coisas, visível", estar exposto aos outros e "converter numa peça de adoración, de curiosidade, de receio. Inventou a frivolidad como motor estético e proclamou que a esencia das coisas está na embalagem".