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O castelo do século X da província de Toledo que se renova para se converter em hotel de luxo

Descobre por que Amcotur cria hotéis com o património histórico abandonado: em Consumidor Global explicamos-te sua estratégia turística de procurar fazer experiências irrepetibles

Rocío Antón

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A cada vez somos mais os que procuramos experiências que nos saquem da rotina, escapadas que se recordam durante anos e alojamentos que são bem mais que um teto baixo o que dormir. A maneira de viajar está a mudar: queremos lugares com alma, palcos que transformem um simples fim de semana num capítulo inolvidable. E neste universo de viagens singulares, a hotelería também não fica atrás.

Dormir num vagão de comboio convertido em suite, acordar numa cabaña suspendida entre as árvores ou ver amanhecer desde um iglú de cristal… O catálogo de alojamentos singulares parece infinito, e sempre surpreende com propostas que rozan o insólito: habitações submarinas, hotéis que se anunciam como encantados ou refúgios pendurados literalmente de alcantilados. Mas para além da extravagancia, existe uma tendência que ganha força por sua elegancia, sua história e sua magnetismo: os castelos convertidos em hotéis.

Castelos que renacen e hotéis que contam histórias: a nova forma de viajar

Estes alojamentos não só oferecem um palco atípico, sina uma experiência que se sente quase cinematográfica. Corredores que têm visto séculos de vida, torres que guardam segredos de reis e muralhas que têm resistido conquistas e abandonos. Não se trata de seguir modas: trata-se de procurar autenticidad, beleza e um tipo de luxo que não precisa ostentación.

Esse é precisamente o encanto que envolve a história recente do castelo de Maqueda, uma fortaleza toledana que por fim encontra um caminho após décadas de abandono e leilões desertos. O emblemático edifício acaba de ser adquirido por 3,25 milhões de euros numa operação que marca o começo de uma nova etapa cheia de possibilidades.

De fortaleza esquecida a refúgio para viajantes curiosos

A história recente do castelo está marcada por projectos frustrados, como a ideia do converter em sede do Museu Nacional da Policia civil. Inclusive construiu-se um edifício moderno dentro do recinto amurallado, uma intervenção que nunca chegou a materializar sua função e que contrastava fortemente com a imponente arquitectura medieval. Com os planos paralisados, tudo ficou em pausa… até agora.

A companhia canaria Amcotur, especializada em resgatar património para convertê-lo em destinos turísticos com identidade, tem decidido apostar por este gigante de pedra. Com outros projectos similares em seu historial, como a reabilitação do castelo burgalés de Olmillos, o grupo quer converter a fortaleza de Maqueda num hotel de quatro estrelas pensado para viajantes que procuram algo mais que um alojamento: procuram uma história que viver.

Por que uma empresa como Amcotur quereria comprar património para o converter em negócio turístico?

Amcotur, América de Construções e Turismo, especializa-se em transformar edifícios históricos em hotéis com encanto, oferecendo experiências únicas para além de uma estadia convencional. Seu enfoque centra-se em castelos, fortalezas e palácios abandonados que, depois de uma cuidadosa reabilitação, se convertem em alojamentos singulares de alto valor.

Esta estratégia permite à empresa diferenciar-se, atrair a viajantes em procura de turismo cultural e gerar impacto positivo nas zonas onde opera, impulsionando emprego e economia local. Com casos exitosos como o Hotel Senhorio de Olmillos, Amcotur combina história, desenho e hospitalidade na cada projecto.

Um gigante medieval a um passo de Madri

A tão só 80 quilómetros de Madri, junto à A-5, o Castillo de Maqueda —também conhecido como "Castillo da Vela"— se alça como um guardião do tempo. Suas raízes remontam-se ao século X, quando as fontes muçulmanas documentam sua ampliação baixo o mandato de Almanzor para o ano 981. Desde então, a fortaleza tem sido testemunha de conquistas, cessões reais e remodelagens que a acompanharam até hoje.

Conquistado por Alfonso VI e gerido durante séculos pela Ordem de Calatrava, o castelo adquiriu no século XV a silhueta que ainda o define: muralhas poderosas, torres circulares e um recinto que respira história na cada pedra.

Durante boa parte dos séculos XIX e XX, o edifício acolheu dependências da Policia civil, até ficar em desuso e finalmente em mãos do Ministério do Interior. No entanto, apesar de várias tentativas, os leilões nunca conseguiam atrair compradores. Seu preço inicial —próximo aos dez milhões— não ajudava. Teve que esperar sete leilões desertos para que uma rebaja significativa e a mirada experiente dos investidores adequados desbloqueassem seu futuro.

Um projecto que promete renacer com elegancia

Os planos avançados pela empresa incluem restaurante, spa, áreas para eventos e uma restauração completa que poderia se estender até dois anos. O objectivo não é só recuperar sua estrutura, sina também resgatar sua esencia, integrar a modernidad sem eclipsar sua identidade medieval e oferecer uma experiência que misture lazer, cultura e bem-estar.

O castelo conta com mais de 3.500 metros quadrados construídos, três plantas, um sótano e um solar adicional de quase 3.000 metros. Suas torres e fossos originais, sua declaração como Bem de Interesse Cultural e sua privilegiada localização fazem dele um palco perfeito para se converter no próximo destino favorito de quem procuram escapadas com alma.