A partir desta quinta-feira, 23 de janeiro, os descontos no transporte público deixarão de estar vigentes depois da rejeição no Congresso ao decreto ónibus do Governo.
A medida, que tinha sido prorrogada para os primeiros seis meses do ano, foi derogada nesta quarta-feira com os votos na contramão de PP, Vox e Junts, e a abstenção de UPN. O resultado da votação foi de 177 votos na contramão em frente a 171 a favor.
A venda fica suspendida
A venda de abonos gratuitos para comboios de Renfe e autocarros estatais ficará suspensa. Isto afecta também aos descontos aplicados ao transporte gerido por comunidades autónomas e prefeituras, como autocarros urbanos e interurbanos, metros e elétricos.
Ditos descontos contavam com um financiamento estatal de 30%, completada por um 20% ou 30% adicional a cargo das administrações locais. Por exemplo, na Comunidade de Madri, os viajantes podiam aceder a todo o transporte público regional, incluídos os comboios de cercanias de Renfe, por um custo mensal de 32,8 euros, muito inferior ao preço completo de 82 euros. Com a derogación da medida, os preços voltarão a seu nível anterior, a não ser que as autoridades locais decidam financiar os descontos por sua conta.
Incerteza sobre abonos adquiridos
As entidades que gerem o transporte na cada região deverão agora comunicar que ocorrerá com os abonos adquiridos baixo os descontos que estavam vigentes.
Isto poderia implicar o reembolso dos abonos ou a decisão de manter os descontos com recursos próprios. Pelo momento, não há informação clara sobre como resolver-se-á esta situação na cada território.
Impacto nas famílias e críticas políticas
A eliminação destes descontos impactará directamente no bolso de milhares de famílias que, desde a implementação da medida, tinham reduzido significativamente sua despesa em transporte. Críticos da decisão apontam à falta de consenso político para manter medidas sociais conceituadas chave no atual contexto económico.
Com esta rejeição, o Governo enfrenta um revés importante em sua estratégia de apoio aos sectores mais vulneráveis. A oposição, por sua vez, argumenta que o decreto ónibus incluía medidas pouco claras e questiona sua eficácia em longo prazo.