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Confirmado: quase a metade dos produtos perigosos vendidos em Europa procedem de Chinesa

Os cosméticos são os produtos mais reportados como perigosos para a saúde, seguidos dos brinquedos e os electrodomésticos

Ana Siles

pixabay

Quase a metade dos produtos perigosos não alimentares que se detectam em Europa vêm de Chinesa. Assim o revela o último relatório da Comissão Européia sobre o Sistema de Alerta Rápida. Em 2024 registou um recorde de 4.137 notificações, a cifra mais alta desde que este mecanismo de vigilância entrou em funcionamento em 2003.

Chinesa lidera com diferença este ranking, ao concentrar o 40% de alerta-las. Segue-lhe Itália, com um 16%, enquanto o conjunto de países da União Européia soma o 24%. Mas o desequilíbrio é ainda mais llamativo se se eliminam os produtos cosméticos do cómputo. Nesse caso, o 61% de alerta-las provem/provêm de Chinesa, e só um 19% têm origem comunitária.

As categorias mais afectadas

Os cosméticos seguem sendo os protagonistas indiscutibles entre os produtos perigosos detectados na UE. Representam o 36% de alerta-las. Seguem-lhes os brinquedos (15%), os electrodomésticos (10%), os veículos a motor (9%) e os produtos químicos (6%).

Produtos de cosmética vegana / PEXELS

O motivo mais habitual é a presença de substâncias químicas proibidas ou não autorizadas, que aparece em mais da metade dos casos analisados. Por exemplo, jóias com cadmio, níquel ou chumbo; azeites corporales com ingredientes alergénicos ou têxteis impregnados com compostos sintéticos usados para ablandar plásticos.

BMHCA, o ingrediente proibido

Segundo os dados do Executivo comunitário, no caso dos cosméticos que activaram o alarme o 97% deles continham BMHCA. Trata-se de uma fragancia sintética proibida que pode danificar o sistema reproductivo e causar irritação da pele.

A alerta rápida dos produtos perigosos permite restringir sua venda ou directamente retirar o produto do mercado, segundo tem recordado o comissário de Justiça e Protecção do Consumidor, Michael McGrath, quem tem posto o acento na importância do sistema em frente ao auge de compra-las on-line que favorecem o fluxo de vendas trans-fronteiriças.

Uma mulher aplica-se creme na cara / PEXELS

A importância da segurança on-line

Numa roda de imprensa sobre este assunto, o comissário tem reconhecido que há um "problema particular" com respeito aos produtos da indústria cosmética que se comercializam nas plataformas on-line tanto dentro como fora da UE e tem afirmado que pôr-se-á o foco no sector num próximo exercício de "rastreamento" para controlar a segurança dos artigos vendidos em Internet.

Ademais tem afirmado a vontade da Comissão Européia de estreitar a colaboração e dar mais recursos às autoridades nacionais e outros actores para reforçar a vigilância e controle dos produtos que apresentam um risco para a saúde. Assim mesmo, McGrath tem lamentado que a presença de substâncias proibidas em cosméticos ocorre "com demasiada frequência" e tem reconhecido que é um assunto que deve ser "abordado" porque "não é só um problema em relação à indústria em Chinesa, senão também na União Européia.