Entradas esgotadas para os concertos de Coldplay? Viagogo e Milanuncios se forran com a reventa

Numerosos fãs da banda britânica criticam a "péssima gestão" de Live Nation e Ticketmaster, cujo sistema de venda não evita que se faça negócio em páginas de duvidosa reputação

Chris Martin durante un concierto de Coldplay INSTAGRAM
Chris Martin durante un concierto de Coldplay INSTAGRAM

Ainda ficam entradas disponíveis para os concertos de Coldplay em Barcelona. Muitas. Para qualquer das quatro datas (24, 25, 27 e 28 de maio). Em pista, em tribuna, com ou sem VIP, com melhor ou pior visibilidade. Numerosos fãs ficaram sem poder comprar uma porque esgotaram-se no mesmo dia que saíram, mas agora há centos delas em venda, ou, melhor dito, em reventa , e a uns preços até 10 vezes superiores ao original.

Imagen promocional de la gira de Coldplay / LIVENATION
Imagem promocional de gira-a de Coldplay / LIVENATION

"A cada vez que há um evento multitudinario e está Ticketmaster de por meio, acaba tudo em Viagogo ", lamenta Carolina em Twitter sobre as páginas de venda e reventa de entradas. Enquanto, Live Nation, a promotora dos concertos de Coldplay, presume de que 200.000 fãs acompanharão à banda em Barcelona, e os internautas recordam que Milanuncios também "está cheio de gente fazendo negócio por vossa nefasta gestão".

Sonhos rompidos e bolsos cheios

Se essas 200.000 pessoas são fãs, "pois aguento-me por não ter podido comprar entradas, pese a que estive 4 horas a cada dia na bicha. O que jode e muito é a quantidade de entradas que há em reventa, e não de particulares, precisamente", explica Eva em Twitter.

Na mesma linha, algumas utentes passaram no dia na bicha, com milhares de pessoas diante, e, quando lhes chegou seu turno, as entradas estavam esgotadas. "Esgotadas por vossa péssima organização. Agradeçam à gente que nos rompeu os sonhos aos que para valer queríamos ir", lamenta Cristina, em referência à gestão de Live Nation e aos que se forran nas páginas de reventa.

Entradas de Coldplay que não se podem comprar com o salário mínimo

"Vendo boli vic (por Bic) azul em perfeito estado. De presente incluo 2 entradas juntas para o dia 24 de maio em Barcelona na zona lateral inferior. Entradas de Ticketmaster, não pdf", se pode ler em Milanuncios, onde os boletos para ver a Coldplay vão desde os 150 até os 1.400 euros.

El concierto de Coldplay en el Vicente Calderón en 2012 / FLICKR
O concerto de Coldplay no Vicente Calderón em 2012 / FLICKR

Ao entrar em Viagogo, mais do mesmo, mas sem bolígrafos de por meio. Nesta página de duvidosa reputação --alguns asseguram que é um coladero de entradas falsas, duplicadas e sem entregar--, se oferecem entradas para o espectáculo da banda de Viva a vida desde 250 euros e até por mais de 1.000 euros. Se tem-se em conta que seu preço original era de ao redor de 70 euros (despesas de gestão incluídos), o abuso é significativo.

Uma "fraude" muito bem montado

"Anunciam nova data e à meia hora já não há entradas. Entras em Viagogo e estão todas ali", expõe Virginia. "É pura especulação. Uma fraude muito bem montado. Já sucedeu em Itália e veio à tona, e agora passa aqui", denúncia Sergio.

Mais especificamente, este utente faz referência ao escândalo que se destapó em Itália em 2016, quando um director da promotora Live Nation reconheceu o desvio de entradas a páginas site de reventa.

A reventa: um "cancro" para o consumo cultural

A reventa "é um cancro para o consumo cultural", assim de tajante se mostra o fundador de The Project e copromotor da última gira de C. Tangana, Tito Ramoneda, sobre este negócio "multimillonario" a nível global que prejudica aos consumidores.

Un concierto reciente de Coldplay / EP
Um concerto recente de Coldplay / EP

"O problema é que Google aceita o negócio que lhe proporcionam as empresas de reventa. São cúmplices de uma fraude ao consumidor", acrescenta este promotor musical.

A postura de Ticketmaster

Ao perguntar a Ticketmaster pelas queixas dos consumidores sobre os centos de boletos para Coldplay que se revenden em Viagogo ou Milanuncios a preços desorbitados, desde a página de venda de entradas asseguram que "investimos muitos recursos para lutar contra a ameaça de possíveis bots, a fraude e a especulação", e que, no caso dos concertos do grupo de Chris Martin, o limite de entradas por pessoa era de seis.

Para terminar com a reventa e com os riscos que implica, muitos utentes pedem que as promotoras façam que as entradas sejam nominais. Sobre esta questão, desde Ticketmaster apontam que "poderia ser uma ferramenta para minimizar a reventa, mas é o promotor (Live Nation) quem elege se quer a utilizar". Enquanto, seguirá tendo fãs que fiquem sem ver a seus ídolos, e gente e empresas que se forran aproveitando o vazio legal que envolve à reventa de entradas em nosso país.

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