Longa vida ao teclado: os 'gamers' aumentam a sua popularidade com preços cada vez mais baixos

O mundo da tecnologia avança a passos gigantes. O que era algo de vanguarda há uns meses é possível que hoje já tenha ficado para trás. Um caso paradigmático, no entanto, são os teclados mecânicos. Este tipo de periférico há dois anos era um equipamento caro e profissional, mas agora qualquer aficionado pode comprar um a um preço muito acessível.

A sua particularidade é que imitam o som e a resistência das teclas, como as máquinas de escrever de há 50 anos, mediante uns pequenos interruptores debaixo de cada botão. Isto ajuda a escrever e melhora o desempenho nos videojogos. Mas, às vezes, a estética própria dos videojogos, com luzes e desenhos chamativos, pode desviar a atenção do consumidor para o que realmente não é tão importante.

O valor do mecânico

A importância dos teclados mecânicos não reside apenas no seu som particular. Para muitos jogadores regulares nos videojogos converteu-se num instrumento necessário para praticar ess hobby em pleno rendimento. "A resistência sob cada tecla (switch) não é casual, procura-se que outras teclas não se possam tocar por engano e assim ser eficiente em cada parte do jogo", detalha Rafa Borrego, project manager da empresa Atlas Informática.

No entanto, ainda que sejam vendidos assim, "nem todos os teclados gaming têm que ser mecânicos". Às vezes confunde-se um teclado com luzes RGB com outro que conta com as verdadeiras qualidades deste tipo de periférico, como o sistema de antighosting, que permite pressionar mais de seis teclas ao mesmo tempo com um tempo de resposta de um milisegundo. "Assim pode jogar a um nível profissional sem que o teclado possa ser uma chatice", diz este especialista.

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Preços cada vez mais baixos

Em 2016 era difícil encontrar um teclado destas características por menos de 100 ou 150 euros. Mas hoje em dia qualquer loja ou site oferece modelos mecânicos por menos de 40. "Isto deve-se à explosão dos videojogos, sobretudo em função da pandemia. Agora todo mundo joga, o mercado ampliou-se muito em muito pouco tempo e isso levou ao aparecimento de marcas novas que competem pelo preço mais baixo", sublinham à Consumidor Global fontes da loja de tecnologia BEEP em Barcelona.

Da PcComponentes também confirmam esta tendência. "As vendas de teclados no último ano cresceram 90%. As pessoas habituaram-se a investir em periféricos que lhes facilitem o trabalho ou o lazer a partir casa", esclarecem. Em paralelo à ascensão do gaming a oferta de teclados tem crescido tanto que inclusive podem sobrecarregar qualquer comprador. "Se é para um jogador aficionado, um teclado comum que funciona com membrana pode ser tão eficaz. Trata-se de saber o que cada utilizador precisa e ser consistente na compra. Há marcas de gama alta como Razer ou Cherry que lançam teclados de 200 euros muito completos, mas isso não quer dizer que sejam melhores para todas as tarefas", explica Virginia Calvo, secretária executiva da Associação de Clubes de E-sports de Espanha.

Excesso de oferta e forte concorrência chinesa

A queda generalizada dos preços dos teclados deve-se, segundo alguns especialistas, à forte concorrência que do mercado chinês, um dos maiores expoentes da indústria dos periféricos. "A China é muito grande e fabrica de tudo, produtos bons e maus. O importante é que os dispositivos sejam testados e funcionem. Nós vendemos barato porque o fazemos por atacado. Além disso, um teclado de 50 euros muitas vezes é mais do que suficiente", explica Arturo San José, diretor de fábrica da revendedora Havit Spain em Madrid.

Enquanto isso, Rafa Borrego não vê problema na origem dos produtos, mas sim no marketing de alguns fabricantes. "Alguns são chineses, baratos e de muito boa qualidade. O importante é que quem vá comprar um teclado gaming saiba o que isto signofica e certifique-se de que o produto cumpra com os padrões exigidos" conclui o técnico informático da Atlas Informática.