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O licor favorito de Mao Zedong que emborrachó a Nixon e cujo valor em carteira supera a Pepsi

Sua história, arraigada na tradição e o poder, assegura que seguirá sendo uma peça finque na cultura chinesa e um ativo valioso para quem o possuem

Ana Carrasco González

El presidente de EEUU, Richard Nixon, y el primer ministro de China, Zhoe Enlai, brindando

O licor que acompanhou a história de Chinesa durante séculos segue escrevendo novos capítulos de sucesso na actualidade. Consideremou o licor oficial da República Popular Chinesa desde era-a de Mao Zedong, esta bebida de luxo tem conquistado os paladares de altos servidores públicos, empresários e diplomatas.

Seu exclusividad, sua história e seu potente 53% de álcool converteram-na num símbolo de status e poder.

O licor oficial de Chinesa

Segundo informa O Economista, trata-se do Kweichow Moutai, produzido na província de Guizhou, cujas raízes se remontam ao século XVII, quando servidores públicos da dinastía Qing fundiram diferentes técnicas de destilación para dar origem a este licor.

Garrafas de Kweichow Moutai / WIKIMEDIA

A bebida cobraria relevância política em 1935, quando o então guerrilheiro comunista Mao Zedong e seu Exército Vermelho, exhaustos depois da Longa Marcha, o utilizaram para limpar feridas e recuperar ânimos. Anos depois, quando Mao liderou a República Popular Chinesa, declarou ao Moutai como o licor oficial do país e ordenou a unificação de suas destilerías baixo controle estatal.

A borrachera de Richard Nixon

O licor consolidou-se como uma peça finque na diplomacia chinesa. Sua influência trascendió fronteiras, servindo como obsequio a líderes internacionais. Diz-se que, durante sua visita a Pequim em 1972, o expresidente estadounidense Richard Nixon terminou embriagado com Moutai, no que foi uma meta na abertura de relações entre ambos países.

Anos depois, Henry Kissinger caçoava com Deng Xiaoping sobre sua capacidade para resolver conflitos com suficiente Moutai sobre a mesa.

A sombra da corrupção

Com um preço que supera os 300 euros por garrafa de 500 ml, o Moutai se converteu no presente predileto da elite chinesa. No entanto, seu exclusividad também o rodeou de escândalos de corrupção. Um vicegobernador de Guizhou foi detido em 2018 com 4.000 garrafas escondidas em seu lar, enquanto tentava desfazer-se delas. Mais recentemente, dois ex presidentes de Kweichow Moutai têm sido condenados por aceitar subornos, o que reflete o vínculo entre o licor e as altas esferas do poder.

Inclusive o presidente Xi Jinping, quem tem impulsionado uma campanha anticorrupción, tem visto seu nome unido à bebida. Nos últimos anos, a popularidade de uma variante de Moutai telefonema "Xi Jiu" tem crescido, em parte por compartilhar os mesmos caracteres que o nome do mandatário. Para os membros do Partido Comunista, presentear uma garrafa de "Xi Jiu" é um gesto de lealdade política.

Sucesso bursátil

Apesar dos escândalos, Kweichow Moutai segue batendo recordes em carteira. Seu valor de mercado tem aumentado num 24.000% desde sua saída a carteira em 2001, atingindo hoje os 300.000 milhões de dólares. Esta cifra coloca à companhia acima de Pepsi e para perto de atingir a Coca-Bicha no ranking de bebidas mais valiosas do mundo. Em seu melhor momento, Moutai chegou a ser a empresa mais valiosa de Chinesa, ainda que hoje ocupa o quarto lugar, depois de Tencent, Alibaba e o banco ICBC.

Não obstante, o futuro do Moutai enfrenta desafios. O enfriamiento económico chinês e as restrições impostas aos altos executivos estão a afectar seu consumo. Ademais, os jogos de cartas têm substituído às concorrências de resistência etílica nos jantares de negócios, reduzindo a demanda da bebida em eventos públicos.