O acesso à moradia segue sendo um dos maiores desafios em Espanha, onde a falta de oferta e o aumento dos preços dificultam a busca de um lar asequible. De facto, a primeira encuesta do CIS do 2025 reflete que a moradia é a grande preocupação dos espanhóis, atingindo assim seu nível mais alto desde o ano 2008.
Se em algo coincidem os experientes é que em Espanha faz falta construir mais moradias para poder satisfazer a alta demanda. Uma carência que começou no terceiro trimestre de 2010 e que cobrou força após a pandemia.
Mais de 700.000 moradias
Desde que estoirou a borbulha imobiliária, o número de novos lares em Espanha está a crescer acima do volume de moradias terminadas. Assim o afirmam desde o portal imobiliário Idealista. "Como consequência, o mercado residencial doméstico acumula quase três lustros numa situação de déficit imobiliário que, a sua vez, está a atirar ao alça dos preços. Desde verão de 2010 até o de 2024, o desajuste supera as 740.000 moradias", acrescentam.
Assim, durante estes 14 anos se criaram em Espanha 1.936.681 novos lares, dos quais só 1.195.051 são moradias terminadas, pelo que a diferença entre ambas cifras ascende a 741.630 unidades, segundo os dados da Encuesta de População Ativa do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Ministério de Moradia e Agenda Urbana (MIVAU), analisados pela Associação de Promotores Imobiliários de Madri (Madri).
Um déficit que aumentará
Ainda que é verdadeiro que nos últimos trimestres se reduziu a brecha entre o número de lares netos, as moradias terminadas e as iniciadas, há que ter em conta que estes inmuebles não estarão disponíveis até dentro de dois ou três anos.
As previsões também não dão demasiadas esperanças. Ao que parece, a demanda seguirá sendo superior à oferta. De facto, Espanha somará 3,7 milhões de lares em 15 anos segundo o relatório publicado pelo INE em junho.