Já o disse a diretora de Edições Maeva, Mathilde Sommeregger, numa recente entrevista com este meio: "Os jovens reivindicam o livro em papel porque estão hartos de ecrãs".
Uma afirmação quanto menos surpreendente que se viu respaldada pelo recorde Guinness de assinatura de livros que bateu Eloy Moreno faz umas semanas, a loucura desatada pela chegada às livrarias da terceira entrega da saga Empíreo (Asas de ónix) e o cheio absoluto registado na Catedral do Mar durante a apresentação da última novela de Ildefonso Falcones, entre outros sucessos editoriais.
O sector do livro consegue um "recorde histórico"
E as históricas cifras atingidas pelo sector do livro em 2024 voltam a confirmar que nos tempos apantallados se lê mais que nunca em papel.
Os dados, recolhidos por GfK, assim o demonstram: o sector do livro facturar mais de 1.200 milhões de euros, um mais 10% com respeito a 2023, e vendeu 77 milhões de instâncias impressas. Um "recorde histórico" que faz de 2024 o exercício "mais exitoso até a data", tal e como destaca a Fundação Germán Sánchez Ruipérez.
As livrarias estão de moda
Ademais, a entidade assegura que as livrarias físicas têm registado um incremento de 9%.
Um aumento significativo das vendas que reflete uma "evolução positiva" e "maior adaptabilidade" em frente a novas formas de consumo literário.
Por géneros
Por outro lado, a análise por géneros revela uma partilha equitativa em valor entre Ficção, Não Ficção e Infantil/Juvenil, com a cada um contribuindo aproximadamente o 30% do total.
Nesse sentido, a Fundação Germán Sánchez Ruipérez destaca o crescimento de dois dígitos nos segmentos de Ficção e Infantil/Juvenil, o que reflete uma "diversificação nos gustos e uma aposta por conteúdos inovadores e de qualidade para todos os públicos".
Madri lidera as vendas
Por comunidades, a análise mostra que a cidade de Madri lidera em termos de vendas e tendências.
A capital também destaca no âmbito digital: um 35% da população internauta liga-se a sites relacionados com livros e literatura, dos quais quase o 15% são utentes de Madri.
Hábitos leitores
As cifras apresentadas refletem que continua a tendência positiva dos últimos anos e é interessante relacionar com o crescimento dos índices de leitura em Espanha.
"É uma indústria que depende da fortaleza de uns hábitos de leitura que são o principal ativo de uma sociedade que quer progredir", assinala o diretor da Fundação Germán Sánchez Ruipérez, Luis González.