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O sector da carne responde ao 'plant-based': "Não somos os carrascos da alteração climática"

Cada vez há mais alternativas vegans nos lineares do supermercado, no entanto, em média em Espanha um cidadão consome 50 quilos de carne por ano

O setor da carne na feira Alimentaria / LUIS MIGUEL AÑÓN (CG)
O setor da carne na feira Alimentaria / LUIS MIGUEL AÑÓN (CG)

Ainda que um "chuletón no ponto seja imbatível", como disse o presidente Pedro Sánchez, o calabizo –chouriço de abóbora–, o atum de soja ou o ovo de grão-de-bico são algumas das alternativas plant-based que se infiltraram na feira Alimentaria e que cedo poderiam chegar aos supermercados e lojas. O veganismo está em voga. Em apenas dois anos, o consumo de carne vegetal aumentou 48% até facturar esta indústria 488 milhões de euros, segundo os núeros revelaos pelo Nielsen MarketTrack.

Mas o sector da carne considera que se trata de uma "moda" e aproveita o seu produto, made inSpain . "São mais uma tendência. Nem melhor, nem pior", comenta Lluís Sallan, da empresa Productes do Cinquè Quart, especializada em miudezas.

Un trozo de carne con pimienta negra / PEXELS
Um pedaços de carne com pimenta negra / PEXELS

"Não somos o carrasco da alteração climática"

"Impôs-se a dinâmica de perseguir e criminalizar a carne. Só porque agora ser inimigo da carne vende", denúncia Sallan à Consumidor Global.

Na sua opinião, a opinião pública quis procurar um culpado ao efeito de estufa e o sector da carne veio a calhar. "Não somos o carrasco da alteração climática, cumprimos com todos os controles de qualidade europeus, pode que nosso modelo exiga muita água, mas que me digam o que gasta um campo de abacates ", afirma este empresário. Segundo Sallan, sobre as polémicas as macroquintas, "existirão como em todas partes do mundo, mas o que está claro é que a maioria dos agentes desta indústria são pequenos e médios produtores que respeitam os seus animais".

Un padre y una hija que aguanta un globo terráqueo que está rodeado de plástico / PEXELS
Pai e filha segurando um globo cercado por plástico / PEXELS

Cada espanhol consome 50 quilos de carne por ano

Ainda que o ministro de Consumo, Alberto Garzón, apele à redução do consumo de carne, os números do sector falam por si. Segundo o Ministério de Agricultura, Pesca e Alimentação, em Espanha comem-se quase 50 quilos de carne por pessoa ao ano. Ainda que a FAO eleva-o a 100 quilos anuais.

Além disso, segundo a Associação Nacional de Indústrias da Carne de Espanha, a indústria da carne ocupa o primeiro lugar de toda a indústria espanhola de alimentação  e bebidas, com uma cifra de negócio de 31.727 milhões de euros e representa 2,55% do PIB total espanhol. "Os que demonizam a proteína esquecem-se da quantidade de postos de trabalho que dá", defende Sallan. De facto, este sector gera 105.396 postos de trabalho e representa 28,9 % da ocupação total da indústria alimentar espanhola.

A carne faz parte da dieta mediterrânea

"Que o veganismo está na moda, que é tendência e que tem um peso na sociedade atual é inegável", é sincero Alberto Hernández, director geral da Interprofesional do Porcino de Capa Branca (Interporc). Segundo Hernández, no mercado há lugar para todos e não há nenhum motivo para criar conflito. "O consumidor é livre de escolher, mas sempre tem que se priorizar a saúde. É importante afastar-se das dietas filosóficas e pensar mais nas bioquímicas", considera o director.

Tanto Sallan, como Hernández, defendem que a carne faz parte do dieta mediterrânea. "E a ciência elogiou em múltiplas ocasiões os benefícios que esta apresenta, mas que cada um coma o que queira", afirmam. Sobre o debate da escassa inovação do sector, Sallan tem claro e considera que "é uma indústria que tem uma longa tradição às suas costas e inovar é mais complicado, o sctor plant-based teve que o fazer porque estava obrigado dada a sua natureza mais artificial".

Un plato con carne y verdura / PEXELS
Um prato com carne e verduras / PEXELS

A inflação chega, também, à proteína animal

Os preços da carne também subiram por causa da inflação. De facto, segundo dados da Mercolleida, em fevereiro o preço médio do quilo situou-se em 1,1 euros, face aos 1,47 euros de 31 de março. Também o frango subiu. Hoje, um de campo custa 1,50 euros o quilo face aos 1,05 euros de dois meses antes, o que representa uma subida superior a 40%.

"O preço da luz e do gás afectaram muito, também a guerra, já que Ucrânia era um fornecedor muito importante, sobretudo para a produção de ração", conclui Hernández.

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