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Cozinhar uma tarde para toda a semana: os sustos que podes ter com o 'batch cooking'

Todo mundo fala dos benefícios desta prática culinária, mas pode resultar perigosa se não se têm em conta uma série de recomendações dos especialistas

cocinandomelavida
cocinandomelavida

As avós fizeram-no toda a vida, mas agora deram-lhe  um nome inglês e virou moda nas redes sociais e nas cozinhas em metade de Espanha. Pode parecer tão simples como planificar os almoços e jantares da semana, dedicar uma tarde o cozinhar tudo --as pessoas costumam optar pela de domingo-- e poupar tempo e dinheiro em menus nos dias úteis. Mas a verdadei é que o batch cooking, tal e como advertem dietistas e nutricionistas, pode esconder alguns riscos para a saúde.

"A falta de planeamento é uma das causas de não levar uma dieta equilibrada", expõe à Consumidor Global Ana Puga, professora de nutrição da Universidade CEU San Pablo, que acrescenta: "o batch cooking pode resultar saudável se se informa bem, pede conselho a um especialista e adequa os menus a uma dieta mediterrânea saudável". Por conseguinte, parece imprescindível adquirir uma série de conhecimentos antes de pôr a cozinha de pernas para o ar e encher o frigorífico de tupperwares .

O paraíso das bactérias

Nos alimentos há agentes biológicos como bactérias, vírus e parasitas. Além disso, as pessoas não estão habituadas a preparar e cozinhar quatro ou cinco pratos ao mesmo tempo, que é o que se costuma fazer no batch cooking. "Existem certos riscos como, por exemplo, que haja manipulações e preparações que não sejam seguras", aponta Ana Amengual, nutricionista e autora do livro PPon orden en tu cocina, sobre os perigos microbiológicos que implica misturar diferentes tipos de alimentos.

O ideal é fazê-lo com um especialista em segurança alimentar porque "é importantíssima ter noções básicas de segurança alimentar, já que a cozinha é um paraíso de bactérias", enfatiza Digna María Bernárdez, estudante de último curso de dietética. Como é lógico, cortar os alimentos em diferentes tábuas ou lavá-las após cada utilização, limpar as diferentes superfícies da cozinha e os utensílios empregados, e cozinhar a cada produto à devida temperatura de confeção ou cozimento são requisitos indispensáveis para evitar a contaminação cruzada.

Tempos de conservação

Mas há outras tarefas que também se devem ser seguidas rigorosamente para que o batch cooking seja uma prática segura. Se temos em conta que uma dieta mediterrânea saudável deve incluir cinco porções diárias de frutas e legumes --duas de legumes e três peças de fruta--, legumes e carnes magras entre duas e três dias por semana, e três porções de peixe, "há que ter em conta os procedimentos e os tempos de conservação da cada alimento", alerta Puga.

E é que existem legumes que se conservam bem, como os brócolos ou a cenoura, mas "há outras que não e é melhor cozinhar no momento", acrescenta Puga. Por outro lado, a alface, por exemplo, é um alimento que aguenta poucos dias e que deve ser consumida fresca, pelo que a sua ingestão terá que ser durante os primeiros dias da semana. As frutas e legumes de temporada têm um tempo de conservação maior. Por isso, alguns especialistas aconselham não preparar comidas para mais de três dias, se não se podem congelar, e fazer o batch cooking duas vezes por semana. Também recomendam utilizar recipientes herméticos de vidro.

Una serie de platos cocinados para toda la semana / INSTAGRAM REALBATCHCOOKING
Uma série de platos cozinhados para toda a semana / INSTAGRAM REALBATCHCOOKING

Reaquecimento até a temperatura adequada

Reaquecer os alimentos à temperatura adequada é tão ou mais importante que os cozinhar bem. Se os guardamos três ou quatro dias na frigorífico, no momento da ingestão "deveríamos voltar a aquecê-los até atingir os 70 graus para eliminar qualquer agente biológico e evitar assim o risco de que se produza uma intoxicação alimentar com salmonella, listeria, etc", explica Amengual.

Deve-se ter especial precaução com carnes, ovos, massas e arroz, ainda que o reaquecimento a 70 graus seja importante com qualquer alimento. Se se retira o tupperware do geladfrigorífico de manhã, mantém-se a temperatura ambiente até a hora de comer e não se reaquece a 70 graus, "se existe esse microorganismo, estamos a dar-lhe tempo, comida e temperatura para poder crescer e se desenvolver, pelo que poderíamos dizer que estamos a jogar à roleta russa", alerta a dietista e nutricionista Mónica Acha.

Outros inconvenientes

Como regra geral, são poucos os que preparam cinco pratos diferentes para toda a semana, pelo que o tédio e o déficit alimentar por repetição de receitas pode converter-se num problema, reconhecem os especialistas.

O batch cooking requer uma enorme preparação na hora de comprar todos os ingredientes, mas também na hora de organizar o espaço do frigorífico com a comida de toda a semana para três ou quatro pessoas --família tipo--. Talvez por isso, alguns optam pelo batch cooking ao domicílio, outra nova tendência agora em ascensão.

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