Em plena época de casamentos, muitas utentes lançam-se à busca do look perfeito que cumpra com a regra das três B: bom, bonito e barato. Mas este momento de alta demanda também se converteu no palco ideal para que proliferen páginas site fraudulentas que plagian a assinaturas de moda consolidadas com o objectivo de enganar a quem procuram gangas.
Uma das últimas em vir à tona é Alma de Lino, uma loja on-line que aparenta ser uma marca emergente, mas que, em realidade, é um escaparate falso. Depois de sua estética cuidada esconde-se "um site fraudulento", tal e como assegura um advogado especializado em ciberseguridad em declarações a Consumidor Global, que utiliza imagens e desenhos de marcas reais, como Lady Pipa, Miphai ou Zara, os associando a preços muito baixos para atrair a suas vítimas.
Pedidos que não chegam
Ainda que o domínio foi registado faz mal uns dias, Alma de Lino já conta com mais de 1.000 seguidores em Instagram. Suas primeiras publicações datam de mediados de junho, mas, pese a isso, já há comentários que não deixam em bom lugar à assinatura.
"Pedi-o ontem, mas não me chegou confirmação ao correio. Podeis-me confirmar? Acabo de deixar-vos uma mensagem privada", comenta uma cliente num dos posts. E, o verdadeiro, é que dificilmente chegar-lhe-á porque o suposto vestido que tem pedido é, em realidade, uma prenda de Zara. De facto, trata-se de um vídeo da popular influencer Rocío Osorno que Alma de Lino tem utilizado, supostamente sem permissão, para promover o vestido.
Cópia de Lady Pipa
"Alguém sabe se é de fiar?", pergunta outra internauta no perfil de Alma de Lino. "Fraude!", adverte outro internauta. E as dúvidas confirmam-se quando se joga um vistazo ao site. A marca utiliza fotografias de produtos pertencentes a assinaturas como Lady Pipa, lhes mudando o nome e baixando drasticamente o preço.
Assim, por exemplo, o vestido Grace de Lady Pipa, cujo preço original é de 169,95 euros, aparece em Alma de Lino baixo o nome Josefa por 29,95 euros. Uma oferta tão tentadora como suspeita. E não é o único. O mesmo ocorre com outros modelos como Desempregos ou Parthenope, bem como outras prendas da marca Miphai. Sua vestido Alma Bordado, valorizado em 189,99 euros, figura em Alma de Lino como Rosa, a 27,95 euros.
Diferentes direcções postales
Apesar de simular um site profissional e funcional, Alma de Lino apresenta múltiplas incoherencias.
Através de um buscador de dados, Consumidor Global tem podido comprovar que a direcção postal da empresa é uma localização em Toronto (Canadá) que se corresponde com um local aparentemente abandonado. O lugar site joga ao despiste e, ao final do aviso legal, acrescenta outra direcção: 8206 Louisiana Blvd NE #4119, Albuquerque, Novo México (EE. UU.).
Uma fraude em toda a regra
Samuel Parra, advogado especializado em ciberseguridad e tecnologia, confirma a Consumidor Global que o NIF que aparece no site é falso, ao igual que a suposta sociedade mercantil por trás dela (Alma de Lino S.A).
"A antiguidade do domínio é chave. É provável que o tumben num mês e saltem a outro", explica. Neste caso, tem sido criado faz menos de uma semana. "A gente que compre aí não vai receber nada seguramente", acrescenta. É por isso que o jurista qualifica a este site de "fraude".
O mesmo site que Barcenia Moda
Outro dos dados reveladores confirmados por Parra é que se trata do mesmo site que Barcenia Moda. Este site conta com mais de 200 queixas negativas em Trustpilot, a maioria delas sobre pedidos que não chegam.
"E isso só são os que têm posto a reseña, vítimas terá mais dez vezes", aponta o jurista.
Pode-se reclamar?
Parra sustenta que a razão pela que este tipo de plataformas "fraudulentas" consegue captar vítimas é seu investimento em publicidade em redes sociais. De facto, este meio topou-se com Alma de Lino depois de receber um anúncio em Instagram.
Uns sites bem desenhados e com preços atraentes nas que contactar com o vendedor é complicado. É por isso que o jurista afirma que as possibilidades de recuperar o custo ou reclamar são escassas. A opção mais prática é "denunciar à polícia e notificar ao banco a fraude para ver se VISA ou a empresa de cartão que tenha lhe devolve o dinheiro", conclui.
Conselhos para identificar um site falso
Conhecer algumas pistas para identificar as plataformas fraudulentas e não cair nestas fraudes é fundamental. Parra destaca cinco factores finque:
- Aviso legal: deve conter no mínimo a identificação da pessoa ou empresa que te está a vender o produto, número de identificação fiscal ou NIF, um domicílio, uma direcção de correio eletrónico e alguma alternativa para contactar directamente com o proprietário.
 - A política de privacidade e de cookies: deve ter um apartado onde se informe de que informação obtêm sobre o utente e para que se utiliza e um contacto para exercer os direitos do regulamento de protecção de dados.
 - Antiguidade do domínio site onde se vende o produto: se é um domínio que leva ativo poucas semanas é um indicador de que algo não está bem.
 - As imagens promocionais são plagiadas: para poder comprová-lo há que procurar uma foto do produto no site, obter a direcção site dessa imagem e introduzir num buscador de imagens de Google em images.google.es.
 - Revisar as opiniões em Internet.