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Champôs anticaída: milagre ou fraude?

Muitas companhias de cosmética prometem resultados prodigiosos contra a perda do cabelo com produtos de uso tópico, mas a realidade é bem diferente

champu anticaida
champu anticaida

As sociedades ocidentais dão um grande peso ao cabelo como elemento fundamental da beleza humana, sobretudo entre as mulheres. Para além das peluquerías, basta dar-se um passeio pelos corredores de supermercados e droguerías para encontrar multidão de produtos para o cabelo: champôs, acondicionadores, tintes, lacas, alisadores, mascarillas, fijadores... Onde há demanda há oferta, e o cuidado e acicalado do cabelo tem um papel muito relevante em nossa cultura.

Dentro deste panorama, a queda do cabelo costuma ser causa de preocupação importante para muitas pessoas. De facto, é um motivo de consulta ao dermatólogo muito frequente. A perda de cabelo pode provocar uma grande angústia a não poucas pessoas e, por isso, existem no mercado uma grande variedade de champôs anticaída com diferentes moléculas: cafeína, soja, aloe lado, vitaminas, zinco, cebolla, colágeno marinho, ginkgo biloba... Entre seus reclamos destacam mensagens como "com activos que estimulam o crescimento capilar", "prolonga a vida do cabelo", "fortalece os folículos" ou "previne a perda de cabelo". É verdadeiro o que nos contam? Podemos confiar nestes produtos para solucionar a queda do cabelo?

Detectar a causa da queda e tratá-la

Para o correcto tratamento da perda do cabelo é imprescindível ter em conta um dado fundamental: sua causa. A queda do cabelo pode estar provocada por motivos muito diversos e só se se atalha a origem do problema terá um resultado mais ou menos satisfatório. Por isso, se se observa que existe uma perda de cabelo mais intensa do normal, o recomendável é ir ao médico para que possa valorizar adequadamente que pode ter por trás deste processo. Em ocasiões, ainda que não é frequente, a queda do cabelo pode ser um signo mais, dentro de um conjunto, que indique uma determinada doença. Por tanto, o prioritário é ir ao médico para conhecer a causa da perda de cabelo e não o demorar por recorrer a champôs anticaída, que não têm nenhuma eficácia em tratar este problema.

Com respeito às causas da perda do cabelo, a mais frequente é, com grande diferença, a calvície comum (ou alopecia androgénica). O 95 % dos problemas de alopecia devem-se a este problema no que estão envolvidos factores genéticos e hormonales. Trata-se do principal suspeito ante a perda de cabelo, especialmente quando ocorre em homens . Em qualquer caso, ainda que a alopecia androgénica é extremamente frequente em varões a partir de certa idade, as mulheres também podem o sofrer, sobretudo na terceira idade. A calvície comum caracteriza-se pela perda do cabelo seguindo um padrão característico segundo o sexo e pela miniaturización progressiva dos folículos pilosos (as regiões da pele onde se originam os cabelos). Na actualidade, nenhum produto de uso tópico para o cabelo, que não seja um medicamento, é útil em frente a esta alopecia tão frequente. Comprar champôs anticaída com a esperança de que melhorem a situação do cabelo unicamente levará à frustración, a uma carteira mais ligeira e a um atraso à hora de aplicar um tratamento efectivo.

Depois da calvície comum, outra causa da perda de cabelo extremamente frequente é o efluvio telógeno. Ainda que, neste caso, a queda difusa, intensa e repentina do cabelo possa provocar alarmes, sobretudo em mulheres, trata-se de um processo normal, que muito raramente dever-se-á a uma doença. Produz-se por uma alteração no ciclo de geração e queda do cabelo. Na absoluta maioria dos casos, o efluvio telógeno sucede aos 2-4 meses como reacção a uma temporada de estrés ou ansiedade importante ou depois do parto. As mudanças estacionales também influem e é mais frequente observar o efluvio em setembro-outubro e abril-março porque predomina a fase de perda do cabelo (fase telógena). Certos medicamentos também podem provocar, em ocasiões, efluvio telógeno. O prognóstico desta alteração do ciclo do cabelo é excelente e o cabelo recupera-se por si só em matéria de meses, salvo se existe alguma doença detrás que siga provocando a queda do cabelo. De novo, os champôs anticaída são completamente inúteis para tratar o efluvio telógeno, pois não têm a capacidade de influir no ciclo do cabelo.

Os champôs anticaída são ineficaces

Outras causas muito menos frequentes que podem provocar perda do cabelo são transtornos inmunitarios, déficits nutricionais, doenças como o hipotiroidismo, consumo de certos fármacos... Nenhum champô anticaída vai resultar efectivo para tratar qualquer das causas que podem provocar a perda do cabelo, independentemente das moléculas que contenham. Em primeiro lugar, porque estes cosméticos estão em contacto com os folículos pilosos durante um período de tempo muito breve. Ademais, ainda no caso de que as moléculas que se publicitan estivessem muito tempo em contacto com os folículos pilosos, estas não têm nenhum efeito activo demonstrado sobre o crescimento do cabelo.

Por muito que as empresas recorram ao eslogan "anticaída" para seus champôs, nenhum tem demonstrado em estudos científicos sua utilidade para tal fim. A utilidade destes produtos limita-se, principalmente a limpar o cabelo e a dar-lhe uma série de propriedades ao cabelo (macieza, aspecto brilhante...). A escassa ou nula atenção que prestam as autoridades em perseguir a publicidade enganosa destes produtos, junto com os maiores benefícios económicos que obtêm as empresas que recorrem a ela, explicam que estas mensagens persistam no mercado.

O produto tópico que sim funciona

Sim que existe um produto que, aplicado directamente sobre o couro cabelludo, vai ter um efeito positivo sobre o crescimento do cabelo, desde que a perda de cabelo se deva à alopecia androgenética. Não é um champô, sina um medicamento: o minoxidil. Trata-se de uma loción que dilata os copos sanguíneos. Este fármaco pode conseguir recuperar parte do cabelo perdido e atrasar ou pausar o processo de queda do cabelo. Como desvantagem, se tem que utilizar de forma crónica, já que no momento que se deixa de utilizar, a perda de cabelo volta a se reactivar.

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