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Estas são as melhores (e as piores) cidades espanholas para ir em bici
Vitoria, Sevilla, Valencia e Barcelona estão à cabeça em infra-estruturas e cultura ciclista, enquanto outras como Madri seguem à bicha
Uma cidade que abraça a bicicleta como meio de transporte é sem dúvida mais verde, mais sustentável, limpa e em definitiva mais humana e atraente para viver. Espanha ainda está muito atrás de outros países europeus como o Holanda ou Dinamarca nos que a cultura ciclista está tão assentada, bem como contar com as infra-estruturas e carriles bici adequados para seu tráfico nas cidades.
Não obstante, há municípios espanhóis que têm mostrado uma clara aposta por este meio de transporte que foge das fumaças dos carros e o ruído do tráfico, através de uma maior dotação de infra-estruturas e com campanhas que alentam este tipo de mobilidade. É o caso de Vitoria , Sevilla, Valencia ou Barcelona, que têm apostado forte pelos pedales, enquanto outras como Madri seguem estancadas em sua evolução ciclista.
A cultura ciclista de uma cidade
Gustavo Romanillos é professor na Universidade Complutense de Madri e director do Mestrado em Cidades Inteligentes e Sustentáveis (Smart Cities). "A mobilidade ciclista da cada cidade é diferente segundo a cultura ciclista dessa cidade e país e há que ter em conta muitos factores", destaca Romanillos a Consumidor Global. Tal e como explica este especialista e autor da tese doctoral A impressão digital da cidade ciclista: visualização e análise de rotas ciclistas gps, há duas tendências no debate da mobilidade ciclista nas cidades.
"Por um lado, aqueles que estão a favor de um investimento em infra-estruturas e carriles bici e por outro, os calzadistas, que pensam que há que fomentar a mobilidade geral nas ruas, que qualquer rua seja apta para se mover em bicicleta", diferencia o professor. Essas duas posições antagónicas têm gerado debate em cidades como Madri, sem dúvida a que pior para no ranking de cidades ciclistas.
Vitoria, a "jóia da coroa"
O experiente tem claro qual é a cidade espanhola mais amável com o transporte em bicicleta. "Vitoria é sem dúvida a jóia da coroa. Leva investindo muitos anos na infra-estrutura verde e é um exemplo de boas práticas", descreve Romanillos. E é que, no caso da capital alavesa, destaca por uma rede que chega a todas as zonas da cidade, tanto periféricas como as mais povoadas.
A segunda favorita no ranking é Sevilla que, ao invés que Vitoria, tem experimentado um crescimento acelerado em muito pouco tempo. "É um caso de vontade política. A prefeitura pôs-se a construir muitos carriles bici e tem crescido muito rápido", assegura o professor.
As cidades que suspendem e por que
No caso de Barcelona existe uma "mobilidade crescente" numa cidade na que pouco a pouco se investiu mais e mais na bicicleta pública. Valencia é outra das urbes que mais tem melhorado nos últimos anos e destaca pelo desenho de suas vias, contínuo e bem sinalizado. San Sebastián, Zaragoza ou Cádiz são outras das cidades que continuam a lista com melhoras com respeito a uns anos atrás.
E quais são as que suspendem? E outra pergunta chave: por que o fazem? "Há muitas cidades médias que suspendem em mobilidade ciclista porque se geriu mau. O caso de Madri é delicado porque, ainda que tem aumentado muito seu sistema de bicicleta pública (BiciMAD) a cidade segue sem ter a infra-estrutura que precisa e está estancada", explica Gustavo Romanillos. Acima de Madri há outras capitais como A Corunha, Málaga ou Córdoba.
Madri, à bicha
No caso de Madri e segundo o professor da UCM, a das infra-estruturas é a parte mais crítica porque fizeram-se carriles não segregados e não se investiu o suficiente, além de que há uma clara escassez de cultura ciclista. Em opinião de Romanillos, ainda que as administrações em general sim que estão a mostrar vontades para cidades mais sustentáveis, "há que ver se o que se está a fazer é suficiente ou não". "É algo que evidentemente está nas agendas, mas em muitos casos fica longe, como é o caso de Madri e seu estancamento", aponta o experiente.
Quanto às vantagens de contar com uma cidade bikefriendly, Romanillos recorda que "todo o que seja fomentar a mobilidade activa, o exercício e em definitiva promover a saúde dos cidadãos é bem recebido". A isso também há que somar uma clara redução da contaminação e do tráfico e uma objectivo chave para as smart cities: chegar a ser a cidade dos 15 minutos.
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