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O empenho de ouro crescerá neste ano: "Terá um 'boom' quando acabem os ERTE"

Depois do confinamiento produziu-se um repunte na venda de jóias de particulares, mas este aumento não tem sido tão grande como na anterior crise económica

Dos personas seleccionan un anillo de oro en una joyería
Dos personas seleccionan un anillo de oro en una joyería

A crudeza da crise económica ainda não tem atingido seu ponto álgido e os que se dedicam à compra de ouro e conhecem o mercado o cheiram. Apesar de que a situação já é dramática para muitas famílias em Espanha, o padrão de comportamento de quem vão às casas de empenho para se desprender de jóias e outras peças de ouro e assim conseguir algo de liquidez ainda não tem eclosionado. Mas fá-lo-á ao longo deste ano. Segundo as previsões dos experientes, o final dos Expedientes de Regulação Temporária de Emprego (ERTE) e as heranças serão dois elementos finque neste aspecto.

"As restrições do confinamiento incidiram na queda de vendas das lojas de compra de ouro porque não foram consideradas como um serviço essencial. Desde maio ou junho, com a relajación das medidas, sim que tem tido um leve repunte das vendas, mas não tanto como na crise anterior", assegura a Consumidor Global um porta-voz de Arte Oro, um estabelecimento que se dedica à compra deste metal precioso.

Necessidade de liquidez

As previsões do Banco de Espanha auguran que em 2021 a taxa de desemprego situar-se-á entre o 17,1 % e o 20,5 %. Segundo os últimos dados do desemprego --correspondentes a fevereiro-- em Espanha há mais de quatro milhões de pessoas sem trabalho, uma barreira que não se superava desde 2016. Ademais, o 31 de maio acaba-se a prorrogação das condições especiais dos ERTE. "O mais gordo ainda não o vimos. O sistema está dopado com os ERTE, com subvenções, empréstimos… Para este ano acho que a foto vai ser a de muita gente vendendo jóias, moedas ou lingotes de ouro porque vão precisar dinheiro rápido. Muitos negócios e empresas não têm podido aguentar", sustenta Tomás Epeldegui, director em Espanha do gigante dos metais preciosos Degussa.

Na mesma linha, Álvaro Martín, copropietario da casa de empeños madrilena Pawn Shop, estima que quando se acabe a prorrogação dos ERTE "terá um boom de vendas e empeños" dado que, em sua opinião, "a situação será um caos, com mais desemprego e fechamento de empresas". Pese a isso, assinala que em seu estabelecimento já se nota um aumento das vendas de ouro e indica que o perfil é variado, ainda que o mais habitual é ver a gente com necessidade imediata de liquidez dentre 40 e 50 anos ou a mais de 60. "O normal é que tragam alhajas de ouro, como anéis, colgantes e pendentes. Também relógios antigos de ouro, que se tasan ao peso", sublinha.

As heranças, outro factor importante

Além do final dos ERTE, os dois experientes coincidem em que a recepção de heranças é o outro factor que disparará o empenho de ouro. Sobretudo, num contexto pandémico no que se incrementou a mortalidade e que tem golpeado com mais dureza à população de maior idade. Epeldegui assinala que a confluencia desses dois elementos incidirá nos preços e fará que os vendedores recebam menos dinheiro por suas jóias devido ao aumento da oferta. Nestes momentos, os estabelecimentos movem-se numa forquilha de preços que oscila entre os 22 euros pela cada grama de ouro de 14 kilates e os 37 euros que se podem obter pelo de 24 kilates, conquanto há variações entre uma casa de empeños e outra.

Por outro lado, e em relação com as heranças, Martín assinala que, além de peças de ouro, em seu estabelecimento também têm notado "um aumento da venda e empenho de relógios, que actualmente estão muito ao alça e muito cotados", agrega o empresário.

Expectativas sobre o ouro nos mercados

O ouro é considerado como o principal valor refugio pelos investidores como em momentos de crise económica é uma boa forma de manter a bom arrecado o dinheiro e afastar da volatilidade de outros activos mais dependentes das actuações dos governos ou da gestão das empresas em contextos turbulentos. "Durante a pandemia, a demanda disparou-se pela incerteza e os investidores têm mantido compra-las ante o temor ao elevado endividamento a nível mundial. Tarde ou cedo terá uma perda de poder adquisitivo das principais divisas", explica Epeldegui, que achaca esta última situação aos estímulos fiscais promovidos pelos bancos centrais tanto de Estados Unidos como de Europa.

Quanto a se o aparecimento das vacinas tem rebajado as más perspectivas dos mercados face a 2021, este experiente considera que supôs "algumas correcções no preço do ouro, que tinha subido de uma maneira muito forte e que tinha que encontrar um nível de consolidação para poder continuar seu caminho". Ademais, estes avanços médicos indicam aos investidores que, ao menos em médio prazo, "a coisa não vai ir a pior". A cotação do ouro arrancou no ano em torno dos 1.900 euros, no entanto, seu preço nos dois primeiros meses de 2021 reduziu-se até os 1.723 euros. Esta última cifra ainda está acima da cotação do metal justo dantes do começo dos confinamientos em março de 2020, quando seu valor rondava os 1.600 euros.

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