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Pere Carrió, chef do Gat Blau: "O colapso acerca-se e em 2030 comeremos mais fungos e fermentados"

Entrevistamos ao cocinero catalão, que ganhou o prêmio ao Melhor Restaurante Vegetal de Espanha em 2020, para falar de verduras, proteína animal, Heura e outras tendências do sector

Pere Carrió f
Pere Carrió f

O chef Pere Carrió, cujo restaurante, o Gat Blau de Barcelona, foi eleito como o Melhor Restaurante Vegetal de Espanha em 2020, não segue as modas. Faz arte gastronómica com todo o tipo de verduras de temporada, sim, e isso lhe fez famoso no mundo da restauração, mas também inclui alguns platos de carne e pescado em sua carta. Mas não de qualquer animal…

Pere Carrió y su equipo en la puerta del restaurante Gat Blau de Barcelona / GATBLAU
Pere Carrió e sua equipa na porta do restaurante Gat Blau de Barcelona / GATBLAU

Entrevistamos-lhe para saber que plato vegetariano recomendaria a um fã dos ibérios do Poço, para conhecer sua opinião sobre a carne vegetal de Heura e outras tendências do sector alimentar, e para saber que comeremos em 2030

--O Gat Blau é um dos melhores restaurantes 'veggies' de Espanha, mas inclui platos de carne e pescado…

--"Não me imagino um modelo alimentar sem animais, mas, ao mesmo tempo, temos que adaptar ao território".

--Não é sustentável o modelo actual?

--"Em Cataluña faltam-nos animais. Temos que pôr animais no bosque para que o consumo de proteína animal seja sustentável. A cada ano, matamos 23 milhões de porcos só em nossa comunidade. Em lugar de comer carne a cada dia, deveríamos comê-la a cada duas semanas".

--Propusestes-vos retirar a carne e o pescado de vossa carta?

"Não. Retirá-la, não. O pescado gera-nos mais tensões porque não é singelo conseguir um peixe sustentável. Se não o conseguimos de nossos provedores de pescado selvagem, porque há dias que há má mar e não há pesca, o tiramos da carta e lho explicamos ao cliente. Somos um restaurante de bairro e nosso público também está comprometido com a causa".

El restaurante Gat Blau / GATBLAU
O restaurante Gat Blau / GATBLAU

--Um restaurante de bairro que tem subido preços…

--"Agora está em 24 euros. Com a pandemia mudamos. Fazer o que fazíamos por 14,50 euros não era sustentável porque em nosso restaurante não entra nenhum produto elaborado. Com o trabalho que há por trás da cada plato, não era viável. Já não é menu diário, sina uma fórmula. Somos uma festa e ainda somos asequibles. Os que dantes vinham a cada dia, agora o fazem uma vez por semana".

--E daí pedem os clientes?

--"Elegem mais as opções vegetais que as de carne ou pescado. Ademais, nossos platos com carne ou pescado levam até 100 gramas de proteína. A metade do habitual. E nesses platos sempre há vegetais. Assim, os que só pedem carne, que também há bastantees, ao final comem mais verdura".

--Que plato vegetal recomendaria a um carnívoro fã dos produtos do Poço?

--"Há gustos que temos associados à carne, que não o são, em parte. Um guiso tem gosto aos vegetais. Fazes-lhe um fricandó --a receita típica é com ternera-- de berenjena e seguro que desfrutá-lo-á porque liga com suas gustos. O nome tem muito que ver. Um plato tradicional que faz referência a suas gustos pode ser a chave".

--Agora está de moda a carne vegetal de Heura…

--"A mim os ultraprocesados… Se temos de substituir a carne do porco por um produto de Heura, seguramente tenha menos impacto ambiental, mas eu gostaria de um modelo de alimentação no que os empacotados ultraprocesados não estivessem presentes".

La hamburguesa de chorizo vegana de Heura / HEURA
A hamburguesa de chorizo vegana de Heura / HEURA

--Há carnes vegetais hiperrealistas que até sangran…

--"Queremos emular as sensações organolépticas de uma coisa com outra totalmente diferente. Mas, faz sentido? Pode-se-lhe chamar albóndiga se não é de carne? Uma hamburguesa de carne vegetal é um sinsentido porque escondes o que é o produto, que é o que deveríamos ver para saber que comemos".

--Que comeremos em 2030?

--"Estaremos mais condicionados ao clima e poderemos escolher menos o que comemos, se não mudamos o chip. A mudança climática já não se questiona. O colapso acerca-se e implicará tensões colectivas. Temos que envolver com os produtores e lhes dar suporte. Em 2030 comeremos mais fungos, setas e fermentados de todo o tipo".

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