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Passa várias horas tomando um café e quando chega a conta se encontra uma surpresa maiúscula

A polémica está servida nas redes sociais e propõe um dilema que a cada vez é mais comum na hotelaria

Ana Carrasco González

Un camarero limpia la mesa de una terraza de un bar en una imagen de archivo Biel Aliño EFE

O que parecia uma tarde tranquila numa cafeteria terminou em polémica quando uma cliente recebeu sua conta e se encontrou com um suplemento inesperado.

Tinha passado várias horas no local com seu computador portátil, aproveitando o wifi e um ligue para trabalhar, sem mais consumo que um café com leite. Ao ver a conta, descobriu um recarrego de cinco euros que o estabelecimento tinha acrescentado pelo uso destes serviços.

"Como o veis?"

O caso foi compartilhado na conta de redes sociais Sou Camarero, uma plataforma que recolhe experiências e episódios do sector da hotelaria. Na publicação, que incluía a imagem do ticket, se lançava uma pergunta direta aos seguidores: "Uma mulher esteve horas com um café com leite e ligou seu computador à luz mais o wifi do local. Ao sacar a conta, o estabelecimento acrescentou-lhe estes custos. Como o veis?". A pergunta não demorou em desatar o debate.

 

Enquanto alguns defendiam o direito do negócio a cobrar pelos serviços que oferece, outros consideravam que se tratava de um abuso. É legítimo que os bares e cafeterias imponham um cargo adicional a quem trabalham em suas mesas sem consumir mais? Ou trata-se de uma medida que pode afugentar aos clientes?

A favor

Quem estão a favor da cobrança argumentam que os negócios devem fazer frente a custos operativos, como a electricidade e a manutenção do wifi, que não sempre se vêem refletidos na conta dos clientes. Também defendem que a rotação de mesas é chave para a rentabilidade de um local e que permitir que uma pessoa permaneça durante horas com um sozinho café prejudica ao estabelecimento.

Em alguns casos, inclusive, cafeterias e restaurantes têm adoptado um modelo similar ao dos espaços de coworking, onde se cobra por serviços adicionais como ligues ou conexão a internet premium.

Na contramão

Por outro lado, quem recusam este tipo de cobranças consideram que podem afectar negativamente a experiência do cliente e gerar ouna imagem negativa do estabelecimento. Ademais, argumentam que em muitos lugares o wifi e os ligues se oferecem como um serviço gratuito e que, em todo o caso, um cliente que permanece mais tempo no local poderia terminar consumindo mais.

Também questionam a falta de transparência: se não se avisa de antemão, é justo incluir este tipo de recargos na conta sem prévio aviso?

A polémica está servida nas redes sociais

As reacções em redes sociais refletiram a divisão de opiniões. Alguns apoiaram a decisão do estabelecimento com comentários como "Me parece muito bem, a gente acha que pode teletrabajar num bar pelo preço de um café" ou "Se vais estar várias horas, pede algo mais. Não custa tanto".

Outros, no entanto, foram mais críticos e questionaram a prática: "Se não se avisa, não podem o cobrar. Espero que a cliente só pagasse seu café" ou "Em muitos shoppings há espaços para trabalhar com wifi grátis. Que me oferece este bar a mudança dessa cobrança?". A polémica está servida e propõe um dilema que a cada vez é mais comum na hotelaria.