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Um eSIM idiota para um relógio inteligente: impossível ligar com o Apple Watch se és da Yoigo

A empresa do grupo MásMóvil está atrasada com a compatibilidade do seu cartão virtual para o relógio, levando alguns clientes a considerar a possibilidade de mudar de operador.

Uma pessoa com um Apple Watch / UNSPLASH
Uma pessoa com um Apple Watch / UNSPLASH

No âmbito da tecnologia, como em muitos outros, há evoluções que se apresentam como melhorias para o consumidor, mas que terminam causando-lhe um prejuízo inesperado, seja porque não se adaptam à mudança e ficam pendurados ou porque, na verdade, a evolução representa um recorte dos serviços. Para alguns, o eSIM ou SIM virtual é um desses passos em falso. Ao contrário do anterior cartão SIM físico, o eSIM está integrada no telemóvel e ativa-se através de um código QR.

Em teoria, viria a facilitar as portabilidades, mas não tem sido assim para alguns clientes da Yoigo (do grupo MásMóvil): o seu eSIM não é compatível com o Apple Watch. Resulta muito incómodo e não se pode jogar a culpa na Apple, já que na listagem de dispositivos compatíveis com o eSIM da Yoigo sim aparecem vários modelos de iPhone . Mas o Apple Watch, um dos relógios inteligentes mais vendidos do mundo, fica de fora.

"Estou a planear partir"

Pere Galeano está há dois anos a pedir esse serviço pelas redes sociais. Conta a este meio que da Yoigo lhe responderam que "no futuro" estavam a pensar ativar esse serviço, mas que, no momento, não podia se activar. Sem mais detalhes. "O meu ponto de vista é que não o fazem porque, basicamente, acho que têm poucos clientes que peçam esse serviço", estima Galeano.

No entanto, ele já se fartou. "O meu contrato com Yoigo termina em Abril e estou a pensar em deixar a empresa porque ela não tem este serviço", admite.

Un móvil con SIM física / PEXELS
Um telemóvel com SIM físico / PEXELS

Um "cedo" que nunca chega

Ricardo Moreno escreveu no Twitter que está à espera "desde há mais de dois anos" que a Yoigo resolva este estranho problema, já que é "a única empresa que nos tem isolados com o Apple Watch". Apesar das suas petições, as respostas são muito abstratas. Moreno conta que da Yoigo lhe respondem "que agora não oferecem esse serviço e que proximamente estará disponível, mas está à vista que não cumprem o prometido". Apesar de que esta incompatibilidade é um estorvo, para Moreno não é algo tão grave como para mudar de companhia. "As condições da fibra e móveis são muito boas, mas é uma pena que não ofereçam um serviço que todas as outras empresas oferecem".

Tal como Moreno, muitos outros utilizadores têm perguntado educadamente nas redes. Por exemplo, Rubén Fortes questionava como era possível que o eSim não estivesse disponível para o Apple Watch, e clamava "será tão difícil investir parte do nosso dinheiro?". Outros são humorísticos e questionam-se "quantas décadas temos de esperar".

"Não o aproveitas ao máximo"

Algumas vezes, da conta de Yoigo responde-se a estas mensagens e diz-se que trabalham para oferecer este serviço "muito cedo". Mas isso logo é atrasado, como a bola que atravessa o campo num episódio de Oliver e Benji. A Consumidor Global perguntou a respeito à Yoigo a sua opinião sobre o atraso, mas no final deste relatório, não foi recebida qualquer resposta

Un hombre con un 'smartwatch' / PEXELS
Um homem com um 'smartwatch' / PEXELS

"O da Yoigo com o Apple Watch parece uma piada. Já não é só que se atrasem em fazer com que o eSIM seja compatível (agora, até a Ou2 permite eSIM), mas sim que não dizem a verdade. Há pessoas que o pediu em 2018, e a resposta da Yoigo era então, e continua a ser, que estejamos atentos às suas redes, como se fosse algo iminente. Assim não se pode tirar todo o rendimento do Apple Watch, que vale muito dinheiro. Não o aproveitas ao máximo por culpa da Yoigo", conta Alejandro Martínez.

Cartão duplicado

Às vezes, para além do Apple Watch, o eSIM da Yoigo é um blip. Daniel Verdaguer explica que solicitou o eSIM "porque o pintavam muito bonito". No entanto, recentemente comprou um telemóvel novo, e encontrou-se com dificuldades. Antes, diz, era algo tão simples como tirar o cartão de um telemóvel, a meter outro e introduzir o PIN. Agora, a Yoigo "obriga-te" a solicitar o QR de novo para ativar o eSIM no novo dispositivo, "o que se considera um cartão duplicado e custa 7 euros". Segundo Verdaguer, noutras companhias isto não ocorre. "A Apple oferece uma função ao configurar o telemóvel novo para passar o eSIM do antigo, mas a Yoigo bloqueou essa função", relata.

"Isto implica ter que se deslocar a uma loja física, porque não se pode solicitar por telefone ou internet. Depois de muito discutir com o pessoal da loja e do atendimento ao cliente por telefone (a eles lhes parecia normal que para mudar de telemóvel tenha que montar esse circo) deram-me a solução de que eu pagasse primeiramente o duplicado e se descontaría na minha fatura seguinte", diz Daniel. Considera que isso é "aproveitar" dos seus clientes e negou-se a pagar. A solução por que optou foi a de voltar ao físico. "Não quero que me volte a acontecer isto quando queira mudar de telemóvel", aponta, "com o tempo que perdi em telefonemas e deslocações e que eles não valorizam".

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