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A greve do pessoal de 'handling' de Iberia para Reis afectará a mais de 90 aerolíneas

O desemprego nos serviços de assistência em terra ameaça com semear o caos nos aeroportos espanhóis durante o fim das férias de Natal

Teo Camino

AEROPUERTO MÁLAGA

A greve do pessoal de handling -os encarregados dos serviços de assistência em terra na rede de aeroportos de Aena-, prevista entre o 5 e o 8 de janeiro, não só afectará a Iberia .

A reunião celebrada nesta quinta-feira em Madri entre a aerolínea Iberia e os sindicatos CCOO, UGT no Serviço de Mediação e Arbitragem da Comunidade de Madri (SIMA) tem finalizado sem um acordo que possa frear dito desemprego, pelo que quase uma centena de companhias aéreas poderiam se ver afectadas pela greve que se avecina nos aeroportos espanhóis este Natal, coincidindo com Reis e o fim das férias.

Os aeroportos afectados

Se não há mudanças de última hora durante esses dias, até 29 aeroportos poder-se-iam ver afectados pela greve de handling convocada pelos trabalhadores de Iberia, entre eles os grandes hub de Madri e Barcelona.

Um grupo de pessoas esperam a facturar suas malas no terminal T4 do aeroporto de Adolfo Suárez Madri Baralhas / ALBERTO ORTEGA - EP

Os aeródromos de Palma de Mallorca, Málaga, Alicante, Grande Canaria, Tenerife Norte, Tenerife Sur, Valencia, Sevilla, Ibiza e Bilbao, com grande afluencia de viajantes nestes dias, também poderiam sofrer as consequências da mobilização.

Uma reunião sem solução

Depois de finalizar sem acordo a reunião, Iberia tem assegurado que lamenta "profundamente" a negativa dos sindicatos a desconvocar a greve prevista para a próxima semana e reitera sua disposição ao diálogo, segundo têm assinalado fontes da aerolínea.

"Para poder avançar em qualquer tipo de negociação, Iberia mantém sua condição imprescindível de que se desconvoquen os desempregos, que vão causar um dano desnecessário e injustificado aos milhares de viajantes que voltam nessas datas de suas férias de Reis", assegura a aerolínea.

Um modelo híbrido

A aerolínea tinha proposto a criação um modelo "híbrido" participado por uma empresa do Grupo IAG, "inclusive explorando a possibilidade de que esse veículo fosse 100% do grupo nos aeroportos onde fizesse sentido", que realizaria o handling para todas as aerolíneas de IAG nos oito aeroportos.

Os sindicatos recusaram este plano e qualificavam-no de "trilerismo" e "prestidigitación". Por isso, solicitavam um plano de viabilidade do negócio do handling de Iberia; soluções para os oito aeroportos afectados, nos que os trabalhadores devem ficar amparados pelo convênio de Iberia, e um ERE pactuado se há excedentes de modelo.

O 'autohandling'

Para Iberia o autohandling suporia um "importante impacto" em suas contas especialmente pela notável perda de competitividade. "O autohandling nos oito aeroportos miraria um golpe definitivo ao futuro do negócio do serviço de terra", asseguram desde a aerolínea.

"Uma greve em plena festas de Reis só causará enormes prejuízos, especialmente, a milhares de viajantes que elegem essas datas para desfrutar com suas famílias", advertia a aerolínea, que assegurava que convocar uma greve nestas datas navideñas poderia afectar a mais de 90 companhias aéreas.