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O presunto está em perigo nas cestas de Natal? Os lotes vegans ganham terreno

Esta gratificação, popular em muitas empresas para felicitar os seus empregados pelo Natal, mudou ao som dos tempos e abriu-se a um consumidor que exige alimentos de origem não animal

Cesta de Natal não adequada a consumidores vegan / PIXABAY
Cesta de Natal não adequada a consumidores vegan / PIXABAY

Nestas datas muitas empresas presenteiam os seus empregados con  cestas de Natal com produtos gourmet para reconhecer o seu trabalho. Também há particulares que encontram nestes lotes um bonito presente com o qual felicitar as festas aos seus amigos ou seres queridos. Mas à mesma velocidade com que o fazem as tendências e o mercado, esta tradição também está a mudar, e hoje muitas lojas especializadas oferecem cestas de Natal vegans.

O consumo vegan, no general, está a aumentar. Assim o assume Pablo Alonso, gerente da Veggan (Pontevedra). "Haverá quem chame a alimentação vegana de tendência, mas veio para ficar. Este crescimento, exponencial, cada vez vê-se mais em prateleiras de grandes superfícies e na boca de todos", afirma Alonso, que pensa que "hoje já há produtos muito variados, amplitude no mercado, e o próprio cliente o procura". "Achamos que é de jovens, mas de meia a terceira idade há um público brutal", aposta.

"A procura de cestas vegans cresceu 200 %"

Concretamente, o responsável desta loja galega aponta que "a nível nacional o crescimento do número de pessoas que se tornaram vegans está em torno de sete ou oito por cento. A nível local, tem sido brutal, de 20 ou 30 %". Por isso, diz, "há que dar a opção". E por isso e por "lhe dar uma pincelada de cor e ilusão ao setor da alimentação vegan, onde tudo era muito insonso, e que o cliente pudesse receber um montão de coisas e perguntar pelos produtos", eles oferecem este tipo de cestas, que, afirma, "funcionam muito bem".

Na verdade, Alonso indica que "a procura de cestas vegans cresceu 200%". "No ano passado saíram centenas delas. Neste ano potenciámos muito as cestas, demos-lhe voltas e pusemos-lhe mais brilho, mais produtos que impressionam", refere. Entre esses produtos não faltam polvorones, torrões, garrafas de vinho de creme de bagaço vegan, paté, enchido ou bombons, "artigos variados focados no Natal". Quanto aos preços, na Veggan podem-se encontrar cestas desde os 28 até os 53 euros, ao gosto do consumidor.

Una de las cestas veganas de Veggan / VEGGAN.ES
Uma das cestas vegans da Veggan / VEGGAN.ES

Produtos especiais

Da The Green Place (Madrid), María López também afirma que "tudo o relacionado com o veganismo tem crescido muitíssimo". Apesar disso, critica que oferecer cestas vegans "custa muito" a nível empresarial. "As empresas não costumam considerar o veganismo. Na verdade, reuni-me com algumas que têm empregadas vegans, e custa-lhes entender que este tipo de cestas lhes vai deixar mais animadas que se lhes oferecerem coisas normais", lamenta. No entanto, declara que "é muito especial quando as empresas que sabem que têm empregados vegans compram estas cestas". "Se dão uma cesta vegana sentes-te animada, são produtos especiais", admite. Os particulares também as compram, para oferecer.

"O que procura uma pessoa vegan de uma cesta de Natal é que não se limite a tirar toda a parte animal e meter espargos, alcachofras ou pimentos, que consome diariamente. Procura um chouriço vegan, um substituto da carne vegetal, polvorones ou mantecados que não sejam de origem animal, algo especial", reivindica López. As suas cestas, personalizáveis, contêm polvorones, mantecados, torrões, chouriço vegan, vinho ou patés para barrar. "Também há a opção de acrescentar enchidos ao corte, queijos vegans refrigerados ou coisas congeladas", sublinha a proprietária do negócio. Tudo entre 60 e 180 euros.

O consumidor pede-as

Paco Matesanz, responsável pela Selecção Natural (Madrid), comenta que se decidiram lançar cestas de natal veganas foi "pelo próprio consumidor, que foi pedindo. É o consumidor o que diz que quer estas cestas. No início tínhamos uma e dada a origem do interesse fomos fazendo mais". E não deixaram de as pedir. "A procura cresceu muitíssimo, agora a quantidade de cestas vegans ou vegetarianas é quase a metade da procura: pedem alguma que não é vegan por outra que sim", indica. Além disso, sustenta, "muitas empresas com trabalhadores vegetarianos ou vegans também compram cestas especiais".

"Procuram tanto particulares que querem oferecer presentes a familiares ou amigos como empresas, porque uma percentagem cada vez maior dos seus trabalhadores é vegan ou vegetariano", refere. E em nenhum caso privam-se de luxos. "Desde há um ou dois anos incluímos um produto que é chouriço vegan mas feito de abóbora . Também queijo vegan, mermelada e massa", especifica. Os preços que pratiam vão desde os 60 até os 190 euros.

Lata de faux gras vegano de Veggan / VEGGAN.ES
lata de foie gras vegan da Veggan / VEGGAN.ES

Enchidos com sabor a presunto

Na Vegacelona (Barcelona) também vêem há anos um aumento de população que se tornou vegan. "Cada vez há mais pessoas vegans. Há seis anos éramos 6% e agora 8%, e há empregados vegans onde menos o imaginas. Sem ir mais longe, na Amazon", defende Kevin Mendoza. O responsável por este projeto, que tem quatro anos, recorda que no primeiro ano fizeram entre oito e dez cestas, "o seguinte o dobro e depois o triplo. A procura está a subir, as pessoas já não quer pata de presunto senão enchidos com sabor a presunto". No ano passado,  enviaram entre 50 e 60 cestas, e esperam números semelantes este Natal. "Ontem mesmo vieram três pessoas comprar", conta.

Um dos produtos estrela destas cestas é o "foie gras". Também "a morcela, uma morcela para barrar", estima Mendoza. "Há pessoas que querem álcool, pessoas que preferem doce, salgado… acrescentamos os produtos clássicos mas vegans, o que receberia numa qualquer cesta de Natal mas vegan", descreve. Mas "nem pimentos, espargos nem coisas de supermercado". Tudo isso vendem tanto às empresas com empregados ou clientes vegans como aos turistas. "Em Barcelona há muito, e as pessoas de fora são muito exigentes", observa. Quanto aos preços, "a cesta mais pequena custa 25 euros, e o máximo está entre 300 e 400", detalha.

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