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Vender 100 carros em cinco minutos: o poder do 'shoppertainment'

Amazon, Facebook, Instagram e TikTok testam a compra on-line que entretém o consumidor para vender produtos em muito pouco tempo como já ocorre noutros países

e commercefreepick
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Vender 15.000 batons ou 100 carros Mini Cooper num tempo recorde graças a um vídeo ao vivo e um influencer é um fenómeno habitual na China que começa a ser testado, também, em Espanha. Becky Li e Li Jiaqi, duas celebridades do gigante asiático com milhões de seguidores em redes sociais como Weibo, Douyin ou WeChat, já o conseguiram e têm demonstrado que o shoppertainment pode ser muito rentável e está em ascensão.

Fazer uma compra on-line já não tem por que ser chato e algumas marcas procuram um contacto mais direto e fluído com o consumidor. "O shoppertainment é a confluencia de entretenimento, tecnologia e pagamentos móveis", explica Cristóbal Álvarez, professor de marketing digital da ESIC e CEO da agência Social and Sons, sobre esta nova forma de comércio em streaming para vender um produto de forma massiva. "É o futuro do e-commerce e Espanha é o país ideal para esta tendência", aponta Álvarez.

Quando comprar é um jogo que fascina

Num mercado com tanta concorrência é mais necessário que nunca inovar e se diferenciar para chegar ao público, e exatamente isso que o shoppertainment faz. "Consiste em aplicar o clássico marketing de relacionamento com o cliente para tentar que o valor acrescentado não seja tanto a qualidade do produto, que é dada por certo, mas sim como te faz sentir através da tecnologia, com recursos audiovisuais, técnicas de identificação, filtros de Snapchat, de TikTok, qualquer coisa, desde que o processo de pesquisa e compra seja como um jogo atraente e sensorial", diz à Consumidor Global Ana Jiménez Zarco, diretora do mestrado de marketing digital da Universitat Oberta de Cataluña (UOC), que aponta que os principais candidatos desta tendência on-line vão desde adolescentes até adultos ao redor de 45 anos. Além disso, este fenómeno funciona, sobretudo, em setores como o da moda, os animais de estimação, o entretenimento e a restauração, entre outros.

A Aliexpress já é uma rede especializada neste tipo de comércio. Utiliza os influencers para promover os seus produtos e Amazon começará muito em breve. "'Queres vender os teus produtos conosco? Estamos à procura de criadores de conteúdo', detalha o gigante norte-americano. Do nada veremos aparecer um quadrado com um direto na página da companhia e noutras páginas semelhantes", vaticina Álvarez. Este especialista assegura que a combinação de um vídeo ao vivo com o conteúdo adequado para a comunidade de um influencer e os anúncios micro segmentados em redes sociais oferece resultados imediatos e taxas de conversão --resposta por parte dos utilizadores-- que duplicam o rendimento da publicidade convencional.

Prestes a descolar em Espanha

"Espanha é um lugar muito propenso ao shoppertainment. Estamos no top cinco dos países em que os canais sociais são uma das principais fontes de informação e aquisição de produtos", aponta Álvarez sobre esta forma dinâmica e visual de compra on-line que aumenta o desejo pelo conteúdo através da realidade aumentada e outros entretenimentos. "Os países latinos são muito reativos ao conteúdo deste tipo. Além disso, as redes sociais vão transformar-se muito em breve para acomodar este fenómeno", acrescenta.

Segundo Álvarez, Facebook, Instagram ou WhatsApp já estão a trabalhar para fechar acordos com plataformas que integrarão os pagamentos móveis em 2021. A ideia é aceder ao e-commerce sem o e-commerce, isto é, sem aceder à loja online da marca em concreto. Este facto promete disparar a estatística atual, que indica que 5% das pessoas a nível mundial que procuram informação sobre produtos o fazem através das redes sociais. "Isto chegará cedo. As grandes redes já estão em testes", insiste.

O papel dos 'influencers'

Os criadores de conteúdo têm diferentes formas de trabalhar com as marcas. "Podem fazer reviews positivas, dar a conhecer uma marca em concreto, recomendá-la, fazer vídeos sobre a sua experiência, poses, unboxings...", explica Jiménez, que assegura que os influencers se converteram em especialistas para os seus seguidores.

"São fundamentais. Fazem parte do ecossistema e têm comunidades bem desenvolvidas que reagem bem ao seu conteúdo. Os que tenham qualidade serão a cada vez mais importantes", acrescenta Álvarez, que destaca o caso do youtuber Rubius com as cartas de Pokémon que "esgotaram em horas".

Mudará a forma de consumir?

Ambos os especialistas acreditam que o shoppertainment e a compra em lojas físicas coexistirão. "As compra on-line vão continuar a crescer porque os jovens são 100% digitais e procuram a novidade no processo de compra, mas a população senior prefere a loja física", afirma Jiménez.

"O shoppertainment é um espaço e um processo de compra novo, mais divertido e mais liberal. Além disso, o facto de que as marcas possam chegar ao consumidor através de terceiros abre uma via de rentabilização do e-commerce e favorece a economia dos criadores de conteúdo mais profissionalizados", sentenciou Álvarez.

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