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Reino Unido proíbe a entrada de presunto ou queijo aos viajantes por risco de febre aftosa

A medida adopta-se ante o aumento de casos da doença animal em Europa, e quem não a acatem enfrentar-se-ão a sanções de quase 6.000 euros

Ana Carrasco González

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O Governo do Reino Unido tem endurecido suas medidas de controle fronteiriço para frear a propagação da febre aftosa, ao proibir desde o passado domingo 12 de abril a entrada de produtos como queijo, presunto, carnes curadas, carne crua ou leite, bem como qualquer alimento elaborado a partir destes ingredientes.

A medida, impulsionada pelo Departamento para o Meio ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (DEFRA), responde ao incremento de casos desta doença animal em várias regiões de Europa.

Os produtos proibidos (e os que sim aceitam)

O novo regulamento, em vigor desde o início da Semana Santa, afecta a todos os viajantes que ingressem a Grã-Bretanha desde qualquer país da União Européia (UE), independentemente de se os produtos estão correctamente embalados ou foram adquiridos em lojas livres de impostos.

A cidade de Londres / Foto de Arquivo

As autoridades britânicas recalcan que a introdução de carne de vacuno, ovino ou porcino, bem como produtos lácteos destinados ao consumo pessoal, fica conceituada como "ilegal". Não obstante, contemplam-se excepções pontuas, permitindo pequenas quantidades de leite infantil, alimentos de uso medicinal e produtos como chocolate, doces, pan, bolachas, pasteles ou massa.

Multas de quase 6.000 euros

Os passageiros que infrinjam este regulamento enfrentar-se-ão à confiscación e destruição imediata dos produtos, além de possíveis sanções económicas que podem atingir até as 5.000 libras esterlinas (mais de 5.800 euros). As autoridades têm advertido que não fá-se-ão distinções e aplicar-se-á a medida de forma estrita.

Cabe recordar que, ainda que a febre aftosa não representa um perigo para os seres humanos e sua incidência em Reino Unido é baixa, é altamente contagiosa entre o ganhado e outros animais como ciervos, jabalíes, lumes ou alpacas. O brote poderia ter consequências económicas significativas para o sector agrícola britânico, devido ao risco de escassez de produtos de origem animal e à perda de acesso a mercados internacionais.

Excepções territoriais

Desde princípios de ano, já se tinha proibido a entrada de produtos cárnicos e lacticínios de países como Alemanha, Hungria, Eslováquia e Áustria. Esta nova ampliação procura reforçar as medidas preventivas ante a ameaça crescente.

As restrições não serão aplicáveis aos viajantes que procedam de Irlanda do Norte, Camisola, Guernsey ou a Ilha de Man, territórios isentos do regulamento por seu status particular dentro do Reino Unido.

Protecção sanitária e económica

"Estamos a reforçar ainda mais as protecções introduzindo restrições às importações pessoais de carne e produtos lácteos para prevenir a propagação da doença e proteger a segurança alimentar de Grã-Bretanha", tem sublinhado o ministro de Agricultura britânico, Daniel Zeichner.

As autoridades instam aos viajantes a informar-se dantes de sua chegada ao país para evitar contratiempos e colaborar com a estratégia de protecção sanitária e económica do sector ganadeiro britânico.