Loading...

Vicky Foods, muito marketing e pouco bem-estar animal

A companhia espanhola de produtos de bollería industrial segue utilizando ovos de gallinas enjauladas, pese a que se comprometeu a deixar do fazer em 2023

Teo Camino

Carlos Juan Estevan, gerente de Vicky Foods Montaje de CONSUMIDOR GLOBAL

Os ovos são uma das principais matérias primas na fabricação de muitos dos produtos de bollería industrial de Vicky Foods (dantes Grupo Dulcesol).

Por isso, em 2018 a empresa alimentar dirigida por Rafael Juan Estevan se comprometeu publicamente a deixar de utilizar ovos procedentes de gallinas enjauladas para a elaboração de seus alimentos processados em 2023, mas ainda não tem cumprido sua palavra em 2025.

Vicky Foods esquece-se do bem-estar animal

"Teve uma actualização ao 50% em 2024, mas vão com um atraso de dois anos e custa-lhes notificar seus avanços referentes ao bem-estar de suas aves", critica Mónica Arias, coordenadora de incidência corporativa de Fundação Igualdade Animal.

Três gallinas enjauladas / JO ANNE MCARTHUR - IGUALDADE ANIMAL

Apesar do compromisso adquirido, "Vicky Foods não está a cumprir sua palavra porque não publica seu progresso", sentenciam desde a oenegé animalista.

Muito marketing e pouca ética

O holding Vicky Foods está composto por marcas como Dulcesol, Irmãos Juan, Bê Plus, Il Forno dei Giovanni Ricci e Fit'z, com as que facturar 629 milhões de euros anuais e investe uma millonada em campanhas de marketing e publicidade.

A cana de Dulcesol que contém ovo / DULCESOL

Ademais, tanto os máximos diretores como a própria companhia presumen de "avançar para um modelo de desenvolvimento a cada vez mais sustentável ao longo de toda a corrente de valor". Mas sua ética empresarial fica retratada por uma falta de compromisso que lhes situa à bicha do bem-estar animal.

Outras empresas à bicha do bem-estar animal

Ao igual que Vicky Foods, Virto (5%), Gullón (8%) e Puratos (30%) têm "uma percentagem de ovos cage free ridículo e não reportam seus avanços, ou a falta deles", aponta Arias.

Por último, nem Pascual nem Illy Café nem a corrente de pastelerías Mallorca informam de seu progresso sobre o bem-estar das gallinas que põem seus ovos. Um silêncio inculpador.

Alternativas respeitosas

Por sorte, no mercado há numerosas empresas que produzem alimentos muito similares aos de Vicky Foods e sim respeitam aos animais.

Adam Foods, Mondelêz International, Ferrero, Danone, Lindt e Lactalis faz anos que elaboram seus produtos unicamente com ovos de gallinas livres de jaulas.

A postura da empresa

"Temos publicados nossos compromissos em nossa Memória de Sustentabilidade e em nossa página site. Neste ano 2025, o 100% de nossas gallinas estarão livres de jaulas", escreveu Vicky Foods em sua conta oficial de X (Twitter) o 5 de fevereiro.

Consumidor Global pôs-se em contacto com a companhia para preguntartles por sua falta de compromisso e seu atraso de dois anos, mas desde a Vicky Foods preferem guardar silêncio.