A Comunidade de Madri tem conseguido melhorar seus dados de listas de espera para provas diagnósticas e terapêuticas no último ano. Segundo as cifras oficiais publicadas pelo Serviço Madrileno de Saúde (SERMAS) correspondentes ao mês de abril, o número de pacientes em espera estrutural tem descido no último ano, ao mesmo tempo em que reduziu-se ligeiramente demora-a para a realização destas provas, uma indicador chave na eficiência do sistema sanitário.
O avanço interanual da previdência madrilena quanto à realização de provas diagnósticas é especialmente relevante se tem-se em conta o papel fundamental que jogam na detecção precoz de doenças graves como o cancro.
Menos pacientes e menor tempo em espera
Em abril de 2024 tinha 198.994 pacientes em espera para uma primeira atenção diagnóstica. Um ano depois, a cifra tem baixado até os 184.564, o que supõe uma redução a mais de 14.000 pessoas, um menos 7,2%. Ainda que a taxa por 1.000 habitantes manteve-se praticamente estável —de 42,38 a 42,68—, isto se deve a que também tem aumentado a população alocada no sistema público madrileno, o que reforça o valor da melhora em termos absolutos.
Demora-a média de espera para uma prova médica, que mede o tempo desde que se solicita até a data de corte do relatório, tem passado de 62,11 dias em abril de 2024 a 61,80 dias em abril de 2025. Ainda que a diferença é pequena, confirma-se a tendência descendente que o sistema já tinha iniciado em meses anteriores. Mais relevante ainda é a baixada da demora prospectiva —isto é, a previsão de espera para os novos pacientes—, que se reduz de 30 dias a 28,46. Também melhora a espera média estrutural para os pacientes que finalmente são atendidos, que baixa de 25,27 a 24,68 dias.
Descenso em todos os trechos
Outro bom indicador é que desce ademais o número de pacientes em todos os trechos. Os que levam entre 0 e 30 dias baixam de 43.810 a 38.011, e os de 31 a 60 dias, de 34.197 a 30.686. Também se reduz o grupo de 61 a 90 dias de espera, que passa de 24.077 a 19.912. O grupo de pacientes com mais de 90 dias de demora mantém-se quase sem mudanças, o que indica que, ainda que persistem casos complexos ou com maiores tempos de resolução, o sistema tem conseguido reduzir a acumulação de espera nos prazos mais críticos.
Quanto ao volume de actividade, também se produziram ajustes. As entradas em lista —isto é, as novas solicitações de provas— têm passado de 239.166 a 207.933, o que supõe uma queda de 13%. As saídas, que refletem os pacientes atendidos, também se reduziram, de 216.462 a 183.939. Ao todo, atenderam-se 164.338 pacientes em abril de 2025 em frente aos 193.806 do ano anterior. Ainda que este descenso poderia interpretar-se como uma queda de actividade, os tempos de espera se reduziram, o que sugere uma melhor gestão da demanda e priorización dos casos mais urgentes ou complexos.
Os hospitais madrilenos mais eficientes para provas
A gestão nos hospitais madrilenos tem sido decisiva para agilizar a atenção na realização de provas diagnósticas, especialmente nos centros de grande complexidade, onde a gravidade dos casos atendidos faz ainda mais relevante a rapidez no diagnóstico. Segundo os últimos dados do SERMAS (abril), os mais eficientes neste âmbito são o Hospital Clínico San Carlos, com uma espera média de 22,36 dias, e a Fundação Jiménez Díaz, com 37,46 dias. A seguir situam-se o Hospital Geral Universitário Gregorio Marañón (44,46 dias), o Hospital Universitário Porta de Ferro Majadahonda (46,04 dias), o Hospital Universitário Ramón e Cajal (52,23 dias), o Hospital Universitário da Princesa (62,15 dias), o Hospital Universitário 12 de Outubro (71,52 dias) e o Hospital Universitário La Paz, com uma média de 81,71 dias.
Entre os hospitais em media complexidade (Grupo 2), que atendem um menor volume asistencial e casos menos graves, destacam por seus tempos de espera reduzidos o Hospital Universitário de Torrejón (14,30 dias), o Hospital Central da Cruz Vermelha San José e Santa Adela (21,05 dias), o Hospital Universitário Infanta Elena (24,26 dias) e o Hospital Infantil Universitário Menino Jesús (25,13 dias). Superam no mês de espera o Hospital Geral de Villalba (32,57 dias), o Infanta Leonor (33,17 dias), o Severo Ochoa (56,99 dias) e o Hospital Universitário de Fuenlabrada (58,39 dias). Com esperas superiores aos dois meses, situam-se o Gómez Ulla (61,96 dias), o Hospital de Getafe (68,68 dias), o Infanta Sofía (69,85 dias), o Príncipe de Astúrias (70,85 dias) e o Universitário de Móstoles (76,11 dias).
Os dados interanuais sobre provas diagnósticas, junto com o desempenho dos centros hospitalares madrilenos, apontam a uma evolução positiva na gestão asistencial da Comunidade de Madri. A redução gradual dos tempos de espera e do número de pacientes pendentes sugere uma tendência para uma maior eficiência e uma atenção mais ajustada às necessidades asistenciales.