O presidente da Sociedade Espanhola de Neurología Pediátrica (Senep), Marcos Madruga, tem pedido "prudência" ante a relação do uso de paracetamol durante a gravidez e o desenvolvimento de autismo no bebé, como tem indicado o presidente de Estados Unidos, Donald Trump.
Acto seguido, Madruga tem assegurado que não há nenhuma confirmação desta relação causal.
O uso de paracetamol durante a gravidez
"Por enquanto não sabemos qual é a mensagem de Donald Trump, e sem ter este conhecimento não podemos opinar sobre algo que não tem saído. Actualmente, sabemos que esta relação está descrita, mas nenhuma confirmação da relação causal. Pode ter outros factores que não estão relacionados directamente com o paracetamol", expõe Madruga.
Assim mesmo, a Senep tem indicado que existem publicações onde se expõe essa possível relação entre o uso do paracetamol na gravidez e o autismo, mas igualmente existem outras que não o demonstram.
Descarta-se a relação causa-efeito
"Numa revisão de JAMA descarta essa relação causal. Não tem uma solidez metodológica para demonstrar essa causa-efeito", prossegue o presidente de Senep.
Por último, Madruga tem advertido de que difundir mensagens que não têm uma solidez científica cria "um grande alarme e um grande problema na população". "Especialmente nas mulheres grávidas. Temos que ser extremamente prudentes e esperar às autoridades sanitárias do país e as recomendações especialmente das sociedades de ginecólogos".