Quatro hospitais madrilenos de gestão mista têm o menor tempo de espera para operações
Encabeçam em julho, uma vez mais, o ranking de centros sanitários onde se acede com maior celeridade a uma intervenção quirúrgica

O modelo de gestão hospitalaria misto público-privado da Comunidade de Madri (CAM), no que a administração autonómica conserva a titularidade e o financiamento, enquanto a gestão operativa dos recursos humanos e materiais se delega numa empresa concesionaria, apresenta resultados positivos. Os cinco hospitais madrilenos que funcionam baixo este esquema -A Fundação Jiménez Díaz (grande complexidade), o Hospital Geral de Villalba, o Hospital Universitário Rei Juan Carlos (média complexidade) e o Hospital Infanta Elena (baixa complexidade)- destacam especialmente por seus reduzidos tempos de espera em intervenções quirúrgicas.
Um mês mais, os últimos dados oficiais do Serviço Madrileno de Saúde (SERMAS), correspondentes ao mês de julho, situam a estes centros entre os mais eficientes de toda a rede hospitalaria da Comunidade de Madri (CAM) em operações. Em primeiro lugar da classificação aparece o Hospital Universitário Rei Juan Carlos, com 15,77 dias de espera média; em segundo lugar, o Hospital Universitário Geral de Villalba, com 18,69 dias; em terceiro lugar, o Hospital Fundação Jiménez Díaz, com 18,94 dias; e em quarto lugar, o Hospital Universitário Infanta Elena, com 26,06 dias. Todos eles se situam por embaixo do mês de espera para operações. Do resto de hospitais da CAM, tão só o Hospital Universitário Santa Cristina está por embaixo desse tempo, com 29,09 dias.
Entre um e dois meses há que esperar no Hospital Universitário Severo Ochoa (36,79 dias); o Hospital Central da Cruz Vermelha San José e Santa Adela (37,32); o Hospital O Escorial (39,93 dias); o Hospital Universitário de Fuenlabrada (50,66 dias); o Hospital Central da Defesa Gómez Ulla (53,89); o Hospital Universitário de Torrejón (54,26); o Hospital Universitário Infanta Sofia (57,60); o Hospital Clínico San Carlos (58,80); e o Hospital Universitário Fundação Alcorcón (59,83 dias). O resto de hospitais da CAM superam os dois meses de espera.
Tempos muito por embaixo da média nacional
Os tempos de espera dos hospitais de gestão mista, não só contrastam com a demora média nacional para operações, que segundo os últimos dados do SISLE (Sistema de Listas de Espera) ascende a 126 dias, sina também com a média madrilena, que em julho se situou em 54,57 dias, segundo o SERMAS. Uma diferença sustentada no tempo, já que estes hospitais levam meses situando-se entre os primeiros postos nos rankings de menor demora quirúrgica.
As diferenças resultam especialmente significativas naquelas especialidades que concentram as maiores demoras a nível nacional. No caso de Cirurgia Plástica e Reparadora, a média em Espanha atinge os 258 dias de espera, enquanto nos hospitais madrilenos de gestão mista os tempos são muito inferiores: Hospital Universitário Rei Juan Carlos (10,64 dias), Hospital de Villalba (16,33), Infanta Elena (19,89) e Fundação Jiménez Díaz (33,88). Algo similar ocorre com Neurocirugía, cuja demora média nacional se situa em 191 dias, em frente aos registros do Rei Juan Carlos (19,79), Fundação Jiménez Díaz (22,84) e Hospital de Villalba (32). Também em Angiología-Cirurgia Vascular se aprecia uma brecha destacada, com uma média de 160 dias em Espanha em frente à Fundação Jiménez Díaz (10,43), Rei Juan Carlos (11,11), Hospital de Villalba (13,58) e Infanta Elena (17).
Capacidade de adaptação
O modelo de gestão mista implantado na CAM desde 2012, tem demonstrado ser uma ferramenta eficaz para aliviar a pressão do conjunto da rede sanitária. Ao assumir a atenção de uma parte relevante da população e acolher derivações pontuas de outros centros em momentos de alta demanda, consegue-se uma melhor distribuição do ónus asistencial e facilita-se que os grandes hospitais possam centrar nos casos mais complexos. Os resultados o avalan, segundo o último relatório do SISLE, Madri é a comunidade com a menor demora em intervenções quirúrgicas de todo o território nacional. Entre seus hospitais a Fundação Jiménez Díaz destaca especialmente como um dos hospitais de referência mais eficazes em termos de actividade, só em 2024 realizou 34.678 intervenções quirúrgicas, se consolidando como um dos centros com maior capacidade asistencial da região.
Este uso mais eficiente dos recursos hospitalarios, é um factor que repercute na diminuição das listas de espera na CAM. Em julho a redução do número de pessoas nesta situação transladou-se a todos os âmbitos asistenciales (operações, consultas externas e provas diagnósticas). No caso das intervenções quirúrgicas, o volume de pacientes desceu de 71.476 em junho a 69.550 em julho, isto é, 1.926 menos, o que representa uma baixada de 2,6%. Em termos interanuais diminuiu em 9.054 (-11,5%).