"C'est pour um livre", comenta uma mulher estrangeira que passa em frente à bicha interminável que rodeia a Basílica da Catedral de Santa María do Mar de Barcelona, onde começou tudo.
O livro é No amor e na guerra (Grijalbo, 2025), a terceira entrega da saga A catedral do mar de Ildefonso Falcones, que se apresentou ontem, quinta-feira 20 de fevereiro, quase vinte anos após a publicação da primeira novela.
Uma bicha interminável
"Para o acesso?", pergunta um leitor às três garotas de Penguin Random House que tentam pôr ordem numa bicha que começa no Fossar de lhes Moreres e desemboca na majestuosa entrada da catedral do povo.
Há gente de todas as idades. A maioria leva o livro na mão ou na carteira de papel dA Casa do Livro ou na bolsa. No entanto, alguns fiéis ainda não têm podido o comprar. Um casal formado por uma avó e sua neta comenta: "Estará o livro dentro, não? Espero que sim...". Outro casal, entrada nos sessenta, tenta colarse, mas as organizadoras interpõem-se em seu caminho, indicam-lhes que a bicha está por algo e os enviam ao final da bicha. Dentro esperam Ildefonso falcones e as linhas curvas de Santa María. Adiante.
A apresentação na Catedral do Mar
No interior da basílica soa música épica. Parece a trilha corrente de Lawrence de Arabia. Os bancos estão ocupados e só ficam alguns ocos livres ao final. Cerca do altar formou-se outra extensa bicha para comprar o livro. De repente, faz-se o silêncio. Uma voz em off começa a narrar uma cena de No amor e na guerra que decorre aqui: "Santa Maria da Mar, majestuosa, tal como ele a recordava de menino. E acedeu à igreja que tanto tinha influído na vida de sua família".
"Não se ouve!", gritam várias pessoas do público. E faz-se o silêncio. Até que o narrador, após ajustar o volume do microfone, retoma a leitura e transforma o silêncio em aplausos.
O orgulho de Penguin Random House
Finalizada a cena, a editora de Falcones em Penguin Random House, Carmen Romero, toma a palavra. "É a primeira vez que um livro de Ildefonso Falcones se apresenta aqui e estamos muito orgulhosos".
"A Catedral do Mar é a saga de novela histórica mais vendida de nosso país com mais de 11 milhões de livros vendidos. Agora, a história dos Estanyol continua, e ser testemunhas de como as novelas de Ildefonso, tão épicas e emotivas, seguem conquistando o coração de milhões de espanhóis, é um orgulho", sentença Romero.
Ildefonso Falcones ao fala
"Jamais tinha estado aquém na igreja, sempre tinha estado olhando à virgen. Estou emocionado", começa Falcones, quem assegura que nesta basílica tem encontrado "momentos de introspección maravilhosos. Como católico, é um lugar especial para mim".
E soam a sinos. No amor e na guerra "narra a conquista de Nápoles por parte dos aragoneses. Porque são os livros quem transportam-nos àquelas épocas. Os livros dão-nos as pistas para escrever este tipo de novelas", se sincera o escritor barcelonés.
A assinatura de 'No amor e na guerra'
A gente esperava muito próximo de Santa María desde dantes das seis da tarde. As portas abriram-se pouco dantes das sete. E a assinatura de instâncias fez-se de rogar um bom momento mais.
Mas a longa espera não tem feito mella na ilusão dos fiéis leitores de Falcones. Passadas as oito da tarde, avó e neta abandonam a basílica com seu livro assinado baixo o braço. E a matriarca aponta: "Espero que me volte a surpreender".