Desde os anos 80, a moda masculina tem evoluído muitíssimo. Atrás têm ficado os trajes cruzados com ombros muito largos e estruturados acompanhados de corbatas atrevidas, ao igual que as jaquetas de nailon ou poliéster em cores neón. Também não são maioria os vaqueiros robustos com corte de perna cônico, e marcas como Privata, Lois ou Bustins têm perdido pujanza em favor de Levi's ou directamente Zara e Shein.
Ademais, agora se fala de traçabilidade e sustentabilidade, conceitos que faz umas décadas soavam marcianos a homens que em seu dia a dia tratavam de vestir de forma funcional, com sobriedad mas ao mesmo tempo empacotamento, e que não obstante careciam de páginas site ou redes sociais nas que procurar inspiração.
Marcas icónicas dos anos 80 e 90
Se tivesse que elaborar uma lista das marcas espanholas mais icónicas dos anos 80 e 90, nesses anos de progressiva modernização e desenvolvimento, à memória de muitos consumidores iriam Dom Algodão, J'Hayber e Amarras.
A última é uma assinatura de ressonâncias náuticas que recentemente tem recordado na rede social X Carlos Morais, um jovem que fala de roupa e lifestyle em redes sociais e oferece a suas milhares de seguidores "uma guia curada de moda e estilo de vida para os que temos pouco tempo e bom gosto".
Julio Iglesias e Amarras
Numa publicação na que tem anexado quatro imagens, Morais tem falado de "a marca espanhola que poderia ter sido Noah NY ou Gant: Amarras". Palavras maiores. Uma dessas fotos é a capa de uma revista que protagoniza Julio Iglesias. O cantor veste uma t-shirt cingida com o logo da marca no centro, e a imagem sabe ao sonho de um verão eterno, a clubes de tênis e ao optimismo de uma época de crescimento económico. Quase pode-se ouvir de fundo aquilo de "querer descobrir a cada dia algo novo".
"O Nude Project dos 80", tem respondido um internauta à publicação de Morais. "Deveriam resgatá-la", tem opinado outro. O verdadeiro é que Amarras nasceu em 1979 com uma primeira loja na rua Lagasca de Madri e foi um projecto que surgiu como uma evocación do grande azul: "O mar eram minhas férias, minha vida, e decidi criar algo que o acercasse a meu dia a dia e ao lugar onde vivo, Madri, onde não tinha nada que tivesse relação com ele. E surgiu Amarras, que é uma palavra muito bonita, pura poesia marinha", explicou o fundador da empresa, José de Ynclan, a Expansão.
"Os reis do mambo"
A partir de 1984, a marca expandiu-se a nível internacional com uma série de alianças com grupos americanos. "Críamos-nos os reis do mambo. Mas é que inovamos muito, o fizemos muito bem", declarou o fundador de Amarras ao citado meio. As coisas torceram-se a partir de 1995.
Não obstante, Amarras perdura, ainda que com marejada. Em 2024, Moda.es publicou que a companhia espanhola de moda náutica tinha aumentado sua presença no território nacional com um novo estabelecimento no centro de Vigo, mas na actualidade este local esá fechado. "O peso da facturação de Amarras recae actualmente sobre sua plataforma de ecommerce, que a empresa prevê impulsionar ao longo do exercício em curso, com o fim de chegar a diversos mercados europeus como Portugal, França, Alemanha, Itália", valorizou o citado meio. A dia de hoje, prenda-las podem encontrar-se nAs Rozas (Madri).