Encontrar o par de jeans ideal é como achar um tesouro, porque se conseguimos dar com um modelo que nos favoreça, já temos a prenda que melhor podemos adaptar a qualquer estilo. Infaltables em qualquer armário, estes pantalones de mezclilla com costuras reforçadas surgiram no final do século XIX da mão de Levi Strauss, quem procurava oferecer uma solução duradoura para os trabalhadores estadounidenses das fábricas. Desde então, têm trascendido seu propósito original até converter-se numa das peças mais versáteis e atemporales da moda.
Quando falamos de moda versátil e funcional, os vaqueiros ocupam um lugar privilegiado em qualquer fundo de armário. Esta prenda atemporal, capaz de se adaptar a todo o tipo de ocasiões, se converteu num básico imprescindível que nos garante o sucesso sartorial inclusive nas situações mais imprevistas. Mas, para além de seu indiscutible utilidade… Sabemos realmente qual é a origem dos vaqueiros?
O vaqueiro, um ícone de estilo atemporal
Têm conquistado Hollywood, têm sido adoptados tanto pelas estrelas de cinema como por movimentos contraculturales e têm evoluído até desfilar nas passarelas das assinaturas mais prestigiosas. Não é casualidade que Yves Saint Laurent afirmasse: "Tivesse gostado de gostado inventado os pantalones vaqueiros, porque têm expressão, singeleza, modéstia e atractivo, todo o que procuro na roupa".
História de prenda-a que revolucionou a moda
O termo "jean" apareceu no século XIX para referir a um tipo de tecido de algodão utilizado na confecção de pantalones. Com o tempo, o nome deixou de identificar só a teia e se associou directamente com a prenda.
Originalmente, os primeiros jeans fabricavam-se com um têxtil proveniente da cidade francesa de Nîmes, o que deu origem ao termo "denim" (de Nîmes). Ainda hoje existe debate sobre se esta palavra é uma adaptação inglesa do nome francês ou se, pelo contrário, os franceses o adoptaram de um tecido britânico preexistente para o dotar de prestígio.
No século XX, "jean" converteu-se em sinônimo de pantalones mais informais. A versão clássica que conhecemos hoje —tecido azul índigo, costuras reforçadas e rebites metálicos nos bolsos— foi patenteada em 1873 pelo sastre Jacob Davis e Levi Strauss, um comerciante têxtil de San Francisco.
Os mineiros e operários valorizaram os rebites de cobre, já que proporcionavam-lhes maior durabilidade a prenda-a. Em seus inícios, fabricavam-se em lona marrón e em mezclilla azul, mas o icónico modelo 501, lançado em 1890, consolidou o reinado do denim.
A evolução dos vaqueiros
Ao longo dos anos, os jeans têm experimentado diversas modificações. Levi's incorporou seu característico duplo pespunte laranja para reforçar as costuras e distinguir sua marca, acrescentaram-se trabillas para cinto em 1922 e em 1954 algumas versões substituíram os botões por cremalheiras.
Quando a patente de Levi Strauss e Davis expirou em 1890, outras marcas se somaram ao mercado, como OshKosh B'Gosh (1895), Blue Bell –posteriormente Wrangler– (1904) e Lee Mercantile (1911). Durante a Primeira Guerra Mundial, os pantalones de mezclilla de Lee Union-All converteram-se no uniforme regular dos trabalhadores industriais.
Das oficinas e fábricas ao grande ecrã
O cinema foi chave na popularización dos jeans. Nos anos 20 e 30, actores como John Wayne e Gary Cooper os levaram em seus papéis de vaqueiros, projectando uma imagem de rudeza e aventura. Cedo, as revistas de moda baptizaram-nos como Western chic, e actrizes como Ginger Rogers e Carole Lombard contribuíram a normalizar seu uso entre as mulheres.
No entanto, foi nos anos 50 quando os vaqueiros se converteram no emblema da rebeldia juvenil. Marlon Brando e James Dean os inmortalizaron no grande ecrã, dotando-os de um aura de desafio e atractivo. O rock'n'roll e os movimentos contraculturales também os adoptaram como parte de sua identidade. Os hippies dos anos 60 e 70 usavam-nos como um guiño à classe trabalhadora, enquanto as feministas os converteram numa declaração de igualdade de género. Em alguns colégios inclusive proibiu-se seu uso, o que só incrementou sua popularidade.
O romance entre os vaqueiros e a alta costura
A partir dos anos 70 e 80, os jeans deixaram de ser só uma prenda funcional e começaram a conquistar o mundo do luxo. Desenhos ajustados e sofisticados, como os Buffalo 70 de Fiorucci, se converteram em peças de culto entre a elite de Studio 54. Calvin Klein foi o primeiro desenhador em incluir numa passarela em 1976, seguido por Glória Vanderbilt em 1979, cujos desenhos marcaram tendência.
As campanhas publicitárias também jogaram um papel crucial na consolidação do jean como objeto de desejo. A provocadora campanha de Brooke Shields para Calvin Klein nos anos 80 e os sensuales anúncios de Claudia Schiffer para Guess redefiniram seu atractivo. Na década dos 90, marcas como Versace, Dolce & Gabbana e Dior se somaram à febre do denim, lançando suas próprias versões de jeans de luxo.
Os Jeans: versatilidad e estilo sem limites
Com o tempo, os jeans diversificaram-se em estilos e cortes para diferentes grupos e tendências. Nos 90, a cultura hip-hop impôs os modelos largos e de tiro baixo, enquanto os intelectuais e bohemios optaram por versões em denim negro mais ajustadas. As estrelas do pop popularizaron os acabamentos desgastados e com efeitos "flecos" característicos de Diesel.
Hoje em dia, os jeans seguem sendo uma peça finque na moda. Desde desenhos largos até os ajustados skinny, desde os tons escuros até as lavagens mais claras, sua versatilidad continua evoluindo. As assinaturas de luxo têm encontrado neles uma fonte inesgotável de inspiração, demonstrando que, sem importar as tendências, os jeans sempre terão um lugar no armário de qualquer pessoa.
Assim, o que começou como uma solução funcional para os trabalhadores se transformou num símbolo universal de estilo, comodidade e expressão pessoal.