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Bronzear-se com óleo de coco ou cenoura faz pouco sentido e pode ser muito perigoso

Com o início do verão cresce a oferta de bronzeadores e protetores solares com produtos naturais, ainda que nem todos são o que parecem

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A cada verão aparecem produtos naturais que, de forma milagrosa, se convertem nas loções perfeitas para conseguir um bronzeado ideal, ou proteger a pele face aos raios do sol. Nestes últimos anos passou-se do licopeno de tomate, o óleo de argão e o de ricino. E este verão, o sucesso vem da mão do óleo de coco e os cremes à base de cenoura.

No entanto, os especialistas recordam que o escurecimiento da pele não é mais que uma resposta de stress face às radiações solares com efeitos perjudiciais para a saúde a médio e longo prazo. Por isso, a procura por um bronceado em cabines de raios ultravioleta representa uma tendência estética considerada perjudicial pela Academia Espanhola de Dermatología e Venereología.

A farsa do óleo de coco

Uma rápida pesquisa no Google sobre os supostos benefícios do óleo de coco para o bronzeado proporciona como resposta páginas e páginas com diferentes artigos. Sobre as propriedades que alguns lhe atribuem destaca-se uma protecção entre 20% e 75% dos raios ultravioleta. "Mas não existe fundamento científico sobre estas propriedades. O corpo precisa de pouca vitamina D, de facto, com oito minutos de exposição ao sol de uma quarta parte de nossa pele é suficiente. Ainda que as pessoas cobram-se de protector solar, continua a sintetizar esta vitamina", explica Lorea Bagazgoitia, dermatologista e autora do livroLo que dice la ciencia sobre el cuidado de la piel.

Com respeito à capacidade do óleo de coco como bronzeador e loção protetora, também não existe evidência científicas que a sustentem. Na verdade, pode ser muito perigoso. "O óleo de coco é ótimo para cuidar do cabelo ou como creme hidratante, mas nunca para se bronzear. Trata-se de gorduras com um alto nível biológico, pelo que se se aquecem, literalmente podes te queimar", afirma a dermatologista Glória Abad do Centro Médico Teknon. No entanto, estas gorduras sim podem cumprir com uma função de aliviar as queimaduras solares, mas isso é tudo.

A cenoura também não cumpre

Outro grande mito, ainda que este venha de longe, é o do uso da cenoura como bronceador natural. Alguns consideram que com um par de aplicações de puré de cenoura com óleo a pele começa a adotar um tom escuro. Ainda que a doutora Abad assegura que este efeito é uma oxidação natural do beta-caroteno, o colorante caraterístico deste vegetal. Ao ser absorvido pela capa superficial da pele, esta começa a incorporar um matiz laranja. Mas esta pigmentação não protege realmente contra o sol, já que não substitui a melanina, nem dura demasiado. Este colorante em pastillas sim pode ajudar a pele a se recuperar.

"Um protector solar protege contra 98% da radiação nociva do sol. Nos dias de hoje não existe nenhum alimento ou substância natural que tenha uma capacidade semelhante, por isso a ciência não pode recomendar nenhuma alternativa ao creme clássico", comenta a dermatologista Bagazgoitia.

Tipos de pele

Alguns naturopatas defendem que a pouca eficácia destas loções caseiras depende da cor natural da pele que tenha cada indivíduo. "O conceito cor de pele já não existe, fala-se de fototipo e há seis diferentes, com maior ou menor resistência ao impato solar, mas isto só afeta no tipo de cuidado que cada pessoa deve ter face a uma exposição solar. Nenhum produto natural será melhor ou pior pelo fototipo da cada um. Se funciona, funciona e se não, nunca fá-lo-á", enfatiza à Consumidor Global Abad.

Os especialistas lembram que cada pessoa tem um tom natural que não deveria mudar por uma simples moda. "Demonstrou-se que as pessoas têm mais medo das rugas que ao cancro de pele e isso não pode ser. Devemos ser conscientes dos riscos de expor a nossa pele ao sol e atuar em consequência", afirma Bagazgoitia.

 

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