Num contexto de certa incerteza desatado pela entrada na fase final da OPA de BBVA ao Banco Sabadell, a conselheira delegada de Bankinter, Glória Ortiz, tem descartado embarcar-se em fusões ou aquisições, ao mesmo tempo em que tem avisado de que estes processos costumam ser "traumáticos" para empregados ou clientes.
"Vamos seguir apostando pelo crescimento orgânico", tem sublinhado a diretora durante sua intervenção nesta quarta-feira num acto organizado por IESE e FTI Consulting. "Cremos mais no crescimento orgânico enquanto tenhas potencial de crescer, que nós achamos que o temos", tem apostillado.
Sinergias de custos
A primeira executiva do banco tem explicado que as operações corporativas e as fusões se costumam produzir tendo sinergias de custos em mente. Não obstante, Ortiz tem descartado o benefício destes processos, porque esse tipo de sinergias "primeiro têm que ocorrer" e porque "sempre há perda de negócio".
"Ao final tu o que estás a apostar é que ao que perdes de negócio, isto é, de rendimentos, é menor que o que vontades por redução de custos. Aparte de que costuma ser traumático para empregados e para clientes", tem remarcado.
Empeoramiento das condições
Suas palavras chegam após que a Comissão Nacional dos Mercados e a Concorrência (CNMC) alertasse de que a OPA de BBVA a Sabadell poderia implicar um empeoramiento das condições comerciais para particulares, PMEs e autónomos; exclusão financeira e uma deterioração as condições de acesso a caixas.
Por outra parte, ao igual que outros banqueiros que têm participado nas jornadas celebradas por IESE, Ortiz também tem pedido mais simplificação a nível regulamentar às autoridades européias. "Temos que simplificar a regulação, mas não só a bancária (...). Os bancos por suposto sofremo-lo, mas é que são todas as indústrias. Todo o sistema produtivo está afectado por muita burocracia e muita regulação e chegamos ao extremo de que às vezes se contradizem", tem recalcado.