A cancelamento de um comboio AVE de Renfe entre Granada e Barcelona o passado 28 de abril converteu-se num autêntico pesadelo para um passageiro. O convoy, previsto para as 15:30 horas, foi anulado como consequência do caos gerado pelo blecaute geral que afectou a toda a península ibéria, deixando ao viajante, Francisco F. B., vizinho de Martorell, em terra.
O afectado foi imediatamente à estação em procura de uma solução. No entanto, o ponto de Atenção ao Cliente era um "hervidero de gente" esperando respostas. Ante a falta de soluções e depois de chegar-lhe a dizer no balcão que "voltasse três dias mais tarde", o passageiro se viu forçado a se procurar a vida. Finalmente, a companhia ferroviária realocou-o num comboio para o 1 de maio, obrigando-lhe a estender sua estadia em Granada mais três noites e assumir todas as despesas derivadas.
O direito a reclamar: hotel, comida e medicinas
Consciente de que tinha direito a reclamar, Francisco guardou meticulosamente todos os tickets e facturas. O prolongamento forçado de sua viagem supôs um desembolso de 155 euros pelas três noites de hotel e outros 132,70 euros em despesas de transporte e alimentação. Ademais, o facto de estar mais dias do previsto obrigou-lhe a comprar medicinas que se lhe tinham acabado, somando mais de 90 euros de farmácia à factura total.
Já de volta em Barcelona, o afectado foi a Facua, a associação de consumidores, para que defendessem seus direitos. A equipa jurídica da organização preparou um escrito formal que apresentou ante o Departamento de Reclamações de Renfe, anexando todas as provas das despesas assumidas.
Renfe abona as despesas depois da reclamação
Depois de receber a reclamação de Facua, Renfe mudou sua postura. A empresa ferroviária propôs, "em aras de conciliar um acordo", indemnizar ao afectado com um total de 353,90 euros. Este custo desmembrava os 66,20 euros dos bilhetes originais, os 155 euros das noites de hotel e 132,70 euros pelas despesas associadas ao transporte e a alimentação.
Seguindo o assessoramento da associação, Francisco remeteu por correio postal as facturas originais que lhe solicitou a companhia. Dias depois, recebeu em seu correio eletrónico o enlace à passarela de pagamento através da qual Renfe lhe reembolsou integralmente as despesas que teve que assumir pela cancelamento de seu comboio no dia do blecaute.