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Uma Black Friday e um Natal atípicos: esgotado e sem descontos

Os especialistas explicam até que ponto a crise mundial de abastecimento ameaça deixar os lineares das lojas vazios na época de maior consumo do ano

Várias pessoas aproveitam os descontos da Black Friday para fazer compras de Natal num centro comercial / PEXELS
Várias pessoas aproveitam os descontos da Black Friday para fazer compras de Natal num centro comercial / PEXELS

Ter visão de longo prazo nunca esteve tão na moda. Enquanto colocam as primeiras luzes de Natal, as pessoas já fazem as compras de Natal. "Este fim-de-semana não posso, tenho que comprar os presentes de Reis dos meus sobrinhos", comenta um jovem à porta da Zara no Paseo de Gràcia. Parece que o síndrome do papel higiênico continua muito presente.

"Os Natais do terror", "uma Black Friday com as prateleiras vazias", "crianças sem presentes" e "apocalipse" são alguns dos títulos que se podem ler nestes dias estimulados pela crise mundial da rede de abastecimento. "Eu não imagino o Natal ou uma Black Friday com as lojas vazias, mas é verdade que houve uma paragem em precedentes da rede logística. Não há lembrança uma escassez na oferta parecida à atual", expõe à Consumidor Global o especialista em logística e professor de economia da UOC, Cristian Castillo. "O apocalipse, em certa medida, é verdade", aponta o diretor do mestrado em Comércio e Finanças da UB, Emili Vizuete.

Muchas de las compras de Navidad se realizan durante el Black Friday para aprovechar los descuentos / PEXELS
Muitas das compras de Natal são feitas durante a Black Friday para aproveitar os descontos / PEXELS

Menos para escolher

Os especialistas explicam que as marcas retirarão algumas gamas de produto dos seus catálogos pela falta de stocks. "A profcura recuperou-se e a produção não, isto pode provocar uma ruptura de stocks", alerta Vizuete.

Tanto na Black Friday como durante a campanha de Natal haverá modelos que não estarão disponíveis, prazos de entrega surpreendentemente longos e "uma oferta mais limitada" provocada por uma situação de escassez. As empresas "jogarão com os produtos que têm em stock , mas a verdade é que haverá menos brinquedos e serão mais caros", aponta Castillo sobre este problema provocado pelo Covid, o aumento dos custos do transporte --os fretes aumentaram até 400%--, o stock em massa da China e a sua estratégia geopolítica, e um longo etc. "Há muitos pedidos que não chegam. É kafkiano", diz Vizuete sobre a situação atual, cuja solução não se vislumbra até finais de 2022.

Os produtos mais difíceis de encontrar

As crianças terão presentes no Natal, mas "o setor dos brinquedos é um dos principais afetados e terá menos onde escolher", aponta Castillo. Automóveis, bicicletas eléctricas, smartphones, máquinas de lavar, frigoríficos, robots de cozinha e qualquer dispositivo eletrónico também sofrem e sofrerão as consequências da crise de semiconductores (microchips). Umas consequências que se traduzem em prazos de entrega mais longos e preços mais elevados. Hoje, num mundo digitalizado, "tudo está conectado e a afetação é maiúscula. A estratégia protecionista da China não ajuda", acrescenta Castillo.

Para conseguir-se produtos actuals "é preciso estar bem acordado e ser rápido porque esgotar-se-ão em tempo recorde", alerta Vizuete.

A guerra do papel higiênico II

A esta altura, muitos já fizeram as primeiras compras de Natal. "Pensar a longo prazo pode ser uma solução, mas também pode provocar uma sensação de escassez irreal", aponta Castillo sobre a possibilidade de que muitas pessoas façam as suas compras com tanta antecedência. Se isto sucede, "é possível que encontremos prateleiras vazias", acrescenta.

Prever e planificar melhor cas ompras e, sobretudo, não as deixar para o último momento, parece a opção mais prudente para que a escassez de stocks prejudique menos a lista de Natal. Ao antecipar tanto a aquisição "estarás coberto, mas deixarás de beneficiar de alguns descontos", lembra Vizuete.

Una mujer con varias bolsas con descuentos durante el Black Friday / PEXELS
Uma mulher com vários sacos com descontos durante a Black Friday / PEXELS

Uma Black Friday descafeinada

Os especialistas apontam que na Black Friday haverá algum desconto porque se inventou na América para incentivar as compras prévias ao Natal, "mas o produto será mais caro que no ano passado", aponta Vizuete em referência à menor margem de lucro que têm agora as empresas.

Sem falar da subida de preço do transporte, o alumínio, a borracja e o petróleo, por exemplo, custam hoje 60, 61 e mais 100% que há um ano. A luz e outras matérias primas também estão pelas nuvens. "A oferta será mais reduzida e menos atraente quanto a preços devido ao aumento dos custos de produção e distribuição", aponta Castillo. "Todos estes incrementos vão inviabilizar as ofertas", diz.

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