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Adeus ao televisor: a nova tecnologia japonesa que consegue que os objetos pareçam reais em 3D

Em Consumidor Global descobrimos-te a tecnologia 3D sem gafas que transformará videojuegos, cinema e ecrãs do futuro chamada Light Field

Rocío Antón

Movimiento de contenedores en un puerto canario. IMAGEN DE LA RED (1500 x 1000 px) 2025 10 01T150522.228

Durante anos, a indústria audiovisual tem procurado "a próxima grande inovação" em qualidade de imagem. Primeiro foi a televisão HD, logo o 4K e, mais tarde, a chegada do 8K. No entanto, o mercado não respondeu como se esperava: para a maioria dos utentes, a diferença entre 4K e 8K não é tão evidente. Ante este estancamento, os fabricantes têm girado para outra direcção: não aumentar só a resolução, sina transformar a maneira em que percebemos a imagem.

Neste palco surge a tecnologia Light Field, que promete nos devolver o 3D, mas desta vez sem gafas nem acessórios. Uma experiência mais natural, envolvente e lista para converter-se na próxima grande tendência dos ecrãs.

'Light Field' e o regresso do 3D sem gafas: a revolução que mudará os ecrãs

O Light Field baseia-se numa projeção de luz diferente à tradicional. Enquanto um ecrã convencional mostra a mesma imagem a todos, esta tecnologia distribui fazes de informação em múltiplas direcções. O resultado é que a imagem muda segundo o ângulo de visão, oferecendo profundidade realista e brilho dinâmico sem necessidade de gafas especiais.

Como funciona a tecnologia Light-field/ global.samsungdisplay.com/

Imagina um diamante em ecrã que reflete a luz de forma natural, como se estivesse em frente a ti. Essa fidelidade visual é o que converte a Light Field numa revolução em frente aos simples efeitos tridimensionais do passado.

Marcas como JapanNext já têm mostrado protótipos de monitores que modificam dinamicamente o brilho dos objetos segundo a posição do espectador. O interessante é que não é um efeito superficial, sina um passo real para o realismo inmersivo.

Aplicativos do 'Light Field' para além do cinema

Ainda que o primeiro que pensamos é em filmes ou séries em 3D, a tecnologia Light Field tem um potencial bem mais amplo.

Assim se vêem os ecrãs com tecnologia Light-field em 3D/ global.samsungdisplay.com/

Entre seus usos destacados encontram-se:

  • Museus e exibições: obras digitais que mudam segundo a posição do visitante.

  • Automóveis inteligentes: ecrãs que mostram navegação ao condutor e entretenimento ao copiloto de forma simultânea.

  • Educação e ciência: simulações realistas em salas, desde anatomía até engenharia.

  • Comunicação interactiva: videollamadas e apresentações com maior sensação de presença.

Com estes aplicativos, o Light Field não se limita ao lazer, sina que abre a porta a novas formas de aprendizagem e trabalho.

Videojuegos: o terreno ideal para o 3D sem gafas

Se há um sector pronto para liderar esta revolução, é o dos videojuegos. Os mundos virtuais já estão desenhados em 3D, o que faz que a transição a ecrãs Light Field seja natural.

Um jovem prova um videojuego com um ecrã de tecnologia 3D/ PEXELS

Companhias como Samsung, Acer ou Lenovo desenvolvem monitores especificamente para gamers. O Samsung Odyssey 3D, por exemplo, integra rastreamento ocular, inteligência artificial e lentes especiais para manter a sensação de profundidade ainda que o jogador mova-se em frente ao ecrã. Para um público acostumado a investir em experiências inmersivas, o Light Field é uma evolução lógica que poderia converter na porta primeiramente ao mercado em massa.

O renacimiento do 3D

O 3D não é novo. Faz mais de uma década, televisores e cinemas apostaram forte por esta tecnologia. No entanto, a incomodidad das gafas, a falta de conteúdos atraentes e o alto custo acabaram por enterrar a tendência.

Uma mulher vê a televisão / FREEPIK

A diferença agora é que o Light Field elimina as gafas e soma algoritmos de inteligência artificial capazes de predizer o movimento do rosto. Assim se consegue um 3D mais estável, fluído e natural. Empresas como Leia Inc., nascida de HP Labs, lideram esta nova geração. Seus produtos, como a Lume Pad 2 ou os monitores Acer SpatialLabs, já mostram como o 3D pode converter numa tecnologia estrutural, não numa moda passageira para bolsos de milionários.

Obstáculos para a adopção em massa

O caminho não está livre de desafios. Os principais são:

  1. Preço elevado: hoje, um monitor Light Field supera os 2.000 euros, inaccesible para a maioria de consumidores. No entanto, como ocorreu com os televisores planos ou os ecrãs curvos, os custos poderiam baixar com o tempo.

  2. Produção de conteúdo: para que o efeito funcione, as imagens e videos devem se gerar com dados de ângulo e brilho específicos. Isto obriga a que estudos e produtoras adaptem seu trabalho, o que pode reduzir a adopção.

Ainda assim, os fabricantes confiam em que o mercado encontrará a forma de superar estas barreiras, como tem ocorrido com cada inovação tecnológica.

O futuro do Light Field

Para David Fattal, CTO de Leia Inc., o 3D tem um potencial único para transmitir emoções humanas. Sua visão é clara, há que levar o Light Field a dispositivos quotidianos como smartphones e tablets. Isto permitiria capturar e compartilhar fotos e videos tridimensionais, além de realizar videollamadas com uma sensação de presença quase real.

Uma pessoa utiliza uma tablet / PEXELS

De facto, Apple e Google já pesquisam nesta linha, o que sugere que poderíamos ver esta tecnologia integrada em móveis nos próximos anos. Isso sim, os televisores ainda estão fora da equação, já que o efeito atual funciona melhor para um espectador ao mesmo tempo. Resolver esta limitação será chave para o futuro do entretenimento no lar.