Num meio onde as plataformas digitais têm apagado os limites entre o íntimo e o público, a cada aspecto da vida pessoal das figuras influentes se converte num espectáculo coletivo do que opinar, enjuiciar ou simplesmente criticar. Assim ocorreu com a separação entre a influencer, actriz e presentadora de TVE Play, Masi Rodríguez, de sua agora já expareja, o streamer IlloJuan, cuja relação de quase 7 anos terminou baixo a mirada constante de milhões de utentes que decidiram verter seu ódio sobre ela, a responsabilizando.
A notícia não sozinho acaparó titulares, sina que desencadeou um aluvión de comentários, opiniões variadas que refletem uma das grandes ameaças do mundo on-line: o escrutinio constante e despiadado dos seres humanos nas redes sociais.
O lado escuro da exposição digital: redes sociais e pressão emocional
Durante uma passada participação no pódcast Entre o céu e as nuvens, conduzido pela também influencer Laura Escanes, Rodríguez reflexionou sobre o processo emocional que atravessou depois da ruptura, agravado pela pressão social de manter uma imagem idealizada de "noiva perfeita".
Para muitos utentes, Masi devia ser o casal "perfeito" do universo digital de IlloJuan, o que gerou expectativas irreales sobre sua vida sentimental. Ao romper-se esse vínculo, não só terminou uma relação amorosa: começou uma etapa de ódio em redes onde as críticas e a desinformación.
A rejeição de Masi Rodríguez às redes sociais: cuando o julgamento virtual substitui à empatía
A actriz relatou como, depois de anunciar o fim de sua relação, começou a receber uma onda de mensagens que questionavam seu valor pessoal. Comentários carregados de moralismo e condescendência punham em dúvida sua integridade pelo simples facto de ter atravessado uma ruptura. "Questionavam-me como se uma separação fosse um falhanço pessoal. Todos os dias me tachaban de infiel", expressou Masi, sublinhando a falta de entendimento emocional que abunda nas redes sociais.
Este bombardeio de opiniões tóxicas levou-a a desligar-se temporariamente de internet. Em suas palavras: "Em minha ruptura dei-me conta de que passava demasiado tempo aí", explicava numa entrevista ao País. "Apaguei as redes porque a vida real está aqui, não num ecrã", lhe explicava a Escanes em seu pódcast de Podimo. Sua decisão reflete uma necessidade crescente entre criadores de conteúdo e influencers: preservar a saúde mental em frente a um meio digital que, com frequência, não perdoa nem esquece.
A viralización do ódio: um fenómeno a cada vez mais organizado
Mas o caso de Masi Rodríguez não é isolado. Segundo um recente relatório do projecto Hatemedia —desenvolvido pela Universidade Internacional dA Rioja e financiado pelo Ministério de Ciência e Inovação—, o discurso de ódio em redes não só está a aumentar, sina que ademais se difunde de maneira estratégica e coordenada.
Depois de analisar para perto de 10 milhões de publicações em plataformas como X (dantes Twitter), Facebook e meios digitais, o estudo revela que o 70% das mensagens de ódio em Espanha se dirigem contra coletivos vulneráveis: mulheres, migrantes, políticos e pessoas LGTBIQ+. Este tipo de publicações não são simples desahogos individuais, senão tentativas deliberadas por moldar a opinião pública e normalizar discursos discriminatorios.
Quem são os 'haters' também chamado emissores de ódio digital?
Os denominados haters não respondem a um perfil único. Podem ser utentes anónimos ou perfis aparentemente quotidianos que, amparados na impunidade do meio virtual, lançam ataques pessoais, difundem desinformación ou se somam a campanhas de assédio em massa. Sua actividade prolifera precisamente porque as redes sociais permitem-lhes operar sem consequências imediatas.
No entanto, o anonimato não significa inmunidad legal. As leis contemplam sanções para quem incorrem em delitos de ódio, e a cada vez existem mais ferramentas para rastrear a identidade de quem escondem-se depois de perfis falsos. Em termos jurídicos, publicar mensagens ofensivas em internet é equivalente a gritar na via pública.
O maior risco do mundo digital: que o ódio se normalice
Um dos efeitos mais perigosos destes discursos é sua capacidade para infiltrarse na cotidianeidad. Quando o ataque, o insulto ou a deshumanización se convertem em algo habitual, existe o risco de que inclusive as vítimas cheguem ao considerar inevitável. Esta resignação coletiva impede a denúncia, agrava os danos emocionais e favorece a impunidade.
O impacto sobre a saúde mental é real: quem são branco destes discursos podem desenvolver ansiedade, depressão, perda de autoestima e inclusive temor a interatuar em meios digitais. Ademais, a exposição prolongada a estas dinâmicas pode alimentar a rejeição social, gerar estigmas duradouros e desencadear episódios de violência fosse do meio virtual.
O caso de Masi Rodríguez é um lembrete dos perigos que implica converter a vida privada em conteúdo público. As redes sociais, ainda que oferecem conexão e visibilidade, também podem se voltar um espaço hostil, especialmente para quem se vêem obrigados a gerir emoções complexas baixo a lupa constante de milhões de desconhecidos.