Seguramente que a ti também te passou levantar após uma jornada de sonho noturno e sentir que não tens descansado como devesses ou que inclusive tens dormido de forma superficial.
De facto, a própria actriz Úrsula Corberó chegou a falar disso numa entrevista da seguinte maneira: "Recomendação que acho que lhe pode servir muitíssimo à gente porque eu não estava a dormir. Pensava que era uma coisa de que não tenho 20 anos e de que começas a dormir menos… Dizem não? À medida que vai passando o tempo e tal", começava relatando a intérprete popular de Netflix.
A grande mudança tecnológica de Úrsula Corberó que tem mudado sua vida
"E dei-me conta de que era o móvel. Tinha-o sempre em meu mesita de luz. Comprei-me um despertador tradicional e o móvel deixo-o carregando no salão. Durmo muitíssimo melhor. A gente diz 'não, eu ponho o modo avião', dá igual, eu também o fazia. Não tem nada que ver, te juro que te muda a vida", limpava rotunda sobre a pequena mudança tecnológica que lhe está a supor maior descanso e sonho reparador.
Dormir bem não só é importante para Úrsula porque é algo que inevitavelmente favorece a concentração e aprendizagem de seus textos e guiões, também o é para ti, e inclusive para as formigas.
Ao fio das declarações da actriz, muitas pessoas têm posto o foco em diversas investigações, que têm começado a pôr o foco em como os campos electromagnéticos emitidos por telefones móveis e redes inalámbricas podem alterar tanto o comportamento de certos animais como o bem-estar humano. Ainda que muitas destas afirmações seguem gerando debate científico, os indícios sugerem que não tudo é inofensivo em nossa relação quotidiana com a tecnologia.
Comportamentos curiosos na natureza: as formigas e o magnetismo
As formigas possuem uma surpreendente capacidade para orientar-se utilizando o campo magnético terrestre. Observou-se que, em determinadas condições, estes insectos modificam sua conduta ante a presença de sinais electromagnéticas artificiais como as que emitem os telefones móveis.
Alguns experimentos caseiros têm registado a formigas movendo-se em círculos ao redor destes dispositivos móveis em pleno telefonema, o que denota uma possível interferência com seus mecanismos de navegação. Esta reacção atribui-se à sensibilidade de suas antenas, que actuam como sensores em frente a variações no meio electromagnético. Ainda que estes fenómenos ainda requerem mais investigação para se compreender a fundo, alimentam a discussão sobre o impacto invisível de nossas tecnologias no funcionamento do corpo.
Um experimento escoar que chamou a atenção internacional
Um grupo de estudantes dinamarquesas ganhou notoriedad internacional ao realizar um experimento biológico singelo, mas revelador. Colocaram sementes de berro cerca de routers WiFi e, em outra zona, fora do alcance dos sinais inalámbricas. Depois de uns dias, notaram que as sementes expostas ao WiFi mal germinaron, enquanto as outras o fizeram com normalidade.
Este experimento, ainda que básico e não concluyente em termos científicos, acordou o interesse de pesquisadores em Reino Unido, Suécia e Países Baixos, pela seriedade e curiosidade com que foi desenvolvido. As jovens explicaram que a motivação surgiu de uma experiência compartilhada: dificuldades para dormir ou concentrar-se quando dormiam com seus telefones móveis ignições cerca da cama.
É seguro carregar o móvel junto à cama?
Ainda que a ciência não tem confirmado que a radiação dos móveis cause doenças graves como o cancro, os experientes advertem que certos hábitos podem prejudicar nossa saúde de outras maneiras. Um deles é dormir com o telefone bem perto, especialmente se está conectado ao cargador.
Víctor García Fonseca, fisioterapeuta e especialista no sistema nervoso autónomo, explica que os móveis emitem radiação electromagnética durante o ónus, e esta pode afectar a produção de melatonina, uma hormona crucial para o sonho. A alteração dos níveis de melatonina pode dificultar o descanso e inclusive ter efeitos sobre o metabolismo.
Como influi a radiação dos dispositivos móveis no sonho?
Além da radiação, a luz azul emitida pelos ecrãs dos dispositivos móveis é outro factor que interfere nos ritmos circadianos. Esta luz "engana" ao cérebro, fazendo-lhe achar que ainda é de dia, o que atrasa a conciliação do sonho e reduz sua profundidade.
Por isso, se recomenda evitar o uso do telefone ao menos uma hora dantes de dormir e o deixar fosse do dormitório se é possível. Inclusive o som ou a vibração de notificações podem interromper o descanso, ainda que não estejamos acordados do tudo.
Dormir com o móvel é perigoso?
Depende. Pode explodir um móvel enquanto carrega-se? Ainda que é pouco frequente, existem reportes de acidentes relacionados com telefones que se sobrecalientan durante o ónus, o que em casos extremos pode provocar falhas na bateria e inclusive explosões. Para prevenir estes riscos, o ideal é carregar o dispositivo numa superfície firme, longe da cama e sem cobrí-lo.
Segundo Alberto Nájera, professor da Universidade de Castilla-A Mancha e membro do Comité Científico Assessor em Radiofrequências e Saúde (CCARS), não há evidências sólidas de que a radiação dos móveis represente um risco significativo para a saúde. Os níveis emitidos, inclusive durante o uso ativo, estão muito por embaixo dos limites de segurança estabelecidos por organismos internacionais como a ICNIRP.
No entanto, adverte que o verdadeiro problema do uso excessivo do móvel está no comportamento: distracções que provocam acidentes, más posturas que afectam ao pescoço e as costas, fadiga visual e alterações do sonho.
Uma questão de hábitos, não só de ciência
Em resumo, ainda que a ciência ainda não tem demonstrado que a radiação dos móveis seja daninha em termos clínicos, sim está claro que sua utilização desmedida afecta nosso bem-estar. Afastar o telefone pela noite, silenciá-lo ou pô-lo em modo avião, e limitar seu uso dantes de dormir são pequenas mudanças que podem ter um grande impacto em nossa saúde diária.
Como ocorre com tantas ferramentas modernas, o segredo está no equilíbrio: saber usar a tecnologia sem que interfira em nossa vida quotidiana nem em nosso descanso.