O passado 13 de maio, a Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários (AEMPS) anunciou o lançamento de MeQA, uma ferramenta pioneira baseada em inteligência artificial que permitiria, asseguraram, "realizar consultas em linguagem natural sobre medicamentos de uso humano, obtendo respostas imediatas baseadas em informação oficial extraída de prospectos".
No entanto, a Aemps tem encontrado uma série de erros na ferramenta e tem tomado a decisão de retirá-la temporariamente. A intenção do organismo é fazer algumas provas e assegurar-se de que seu uso é completamente seguro para a cidadania dantes de voltar à pôr a disposição dos utentes.
Dúvidas sobre medicamentos
MeQA estava desenhada "para melhorar a acessibilidade dos conteúdos técnicos à população geral" e a ideia era que os utentes lhe formulassem perguntas numa linguagem não técnica. Assim, estava previsto que se utilizasse para "consultar a compatibilidade no uso simultâneo de diferentes medicamentos ou resolver dúvidas sobre seu uso, posología e possíveis efeitos".
Pedro Carrascal, diretor geral da Plataforma de Organizações de Pacientes, assegurou que o aparecimento de ferramentas como MeQA abria a porta "a novas possibilidades no âmbito da atenção personalizada porque poderia propor a possibilidade de ligar estes sistemas com a história clínica eletrónica do paciente".
Utilização da IA
Este caso revela que o emprego da IA em contextos de saúde é extremamente delicado, já que um erro pode ter consequências graves.
Assim, se uma IA proporciona informação incorreta sobre a compatibilidade de medicamentos ou os efeitos secundários, o impacto na saúde do paciente pode ser devastador. Este caso, por tanto, serve para recordar que a eficácia de uma IA, por muito avançada que pareça, está limitada pelos dados com os que foi treinada.