Madri, entre as três comunidades com menor tempo de espera para consultas externas
Madri, com 72 dias de espera média, encontra-se, segundo os últimos dados do Sistema de Listas de Espera, 33 dias por embaixo da média nacional para aceder a uma consulta médica

Conseguir uma cita com o especialista em Espanha leva seu tempo. Segundo os últimos dados do Sistema de Listas de Espera (SISLE) a fechamento de 2024, a média nacional foi de 105 dias. Na Comunidade de Madri, segundo a mesma fonte, a espera reduziu-se a 72 dias, quase um mês menos. Se atendemos aos dados mais recentes do Serviço Madrileno de Saúde (SERMAS) correspondentes ao mês de abril, o tempo de espera encurta-se ainda mais, a 66,54 dias em media.
Madri é, segundo o SISLE, a comunidade com maior pressão asistencial do país, com 121,37 pessoas em lista de espera pela cada mil habitantes, a cifra mais alta de todo o território e muito acima da média estatal (83,21). Ainda assim, consegue posicionar-se entre as três regiões com menor demora para consultas externas, só por trás de Galiza (61 dias) e Castilla-A Mancha (60), ambas com uma pressão asistencial consideravelmente menor. Um dado que reflete a capacidade de resposta do sistema sanitário madrileno num contexto especialmente exigente.

Como refletem os últimos dados do SERMAS, alguns hospitais da CAM conseguem reduzir ainda mais os tempos de espera para citas com o especialista. Entre os centros de grande complexidade (Grupo 3) onde menos tempo há que esperar se encontram: em primeiro lugar, a Fundação Jiménez Díaz, com 27,95 dias; seguida do Hospital Geral Universitário Gregorio Marañón, com 38,06 dias; o Hospital 12 de Outubro, com 58,43 dias e o Hospital Clínico San Carlos, com 60,30 dias. Rebasan os dois meses de espera o Hospital Universitário da Princesa, com 62,97 dias; o Hospital Porta de Ferro Majadahonda, com 83,03 dias; e o Hospital Universitário Ramón e Cajal, com 82,43. Fechando a lista dos grandes hospitais madrilenos encontra-se o Hospital de La Paz, que supera os três meses de espera com 100,13 dias.
Entre o resto de hospitais da Comunidade de Madri destacam por seus baixos tempos de espera para consultas o Hospital Universitário Geral de Villalba (27,95 dias), o Hospital Universitário Rei Juan Carlos (28,53) e o Hospital Universitário Infanta Elena (30,34), os três pertencentes ao modelo de gestão mista público-privada e com esperas inferiores ao mês. Depois deles se situam, em agilidad, o Hospital do Escorial, 41,06 dias; o Hospital Universitário de Torrejón, 41,73 dias; e o Hospital Universitário Infanta Cristina, com 41,82 dias.
Previdência a diferentes velocidades
Os últimos dados do SISLE voltam a evidenciar as profundas desigualdades existentes na atenção sanitária pública entre comunidades autónomas. O tempo de espera para aceder a uma consulta médica especializada pode chegar a triplicarse, dependendo do lugar de residência do paciente. Enquanto no País Basco demora-a média é de sozinho 43 dias, em Canárias dispara-se até os 157. Esta última encabeça o ranking de comunidades com maior espera para consultas externas, seguida de perto por Navarra (154 dias), Andaluzia (150), Aragón (128) e Extremadura (125). Cidadãos baixo o mesmo sistema sanitário público, mas com experiências asistenciales muito dispares.

Por especialidades, segundo o SISLE, Dermatología, Neurología e Traumatología são as que maior demora apresentam a nível nacional para consultas com 131, 129 e 119 dias respectivamente. Madri também apresenta tempos de espera bem mais baixos nas mais colapsadas. Assim, para Dermatología são 101 dias (30 dias menos da média nacional); para Neurología 75 dias (54 menos da média) e para Traumatología 81,3 (37,7 dias menos).
Uma gestão eficiente nos hospitais de alta complexidade da Comunidade de Madri contribui a reduzir significativamente os tempos de espera. A Fundação Jiménez Díaz sobresale neste aspecto, situando entre os centros com menores demoras tanto a nível autonómico como nacional nas especialidades mais saturadas: 27,65 dias em Neurología; 23,22 dias em Traumatología; e 38,26 dias em Dermatología. Outros hospitais de referência que também apresentam bons indicadores são o Hospital Clínico San Carlos e o Ramón e Cajal, com 20,01 e 29,4 dias, respectivamente, em Angiología e Cirurgia Vascular; o Hospital Geral Universitário Gregorio Marañón, com 30 dias de espera em Neurología, 27,26 em Traumatología e 41,91 em Dermatología; e o Hospital dA Princesa, que regista 36,67 dias em Traumatología.

Para os cidadãos, reduzir os tempos de espera para consultas externas significa obter um diagnóstico mais rápido e, em consequência, iniciar um tratamento adequado sem demoras desnecessárias. As longas esperas para que os pacientes sejam avaliados pelo especialista podem ter consequências sobre a saúde: diagnósticos mais tardios e maior risco de cronificación de doenças. A celeridade é especialmente importante em especialidades como Neurología ou Traumatología, onde o tempo pode jogar um papel determinante na evolução do paciente.