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Um edulcorante capaz de melhorar a calvície? Assim é a inesperada solução capilar segundo a ciência

A alternativa ao Minoxidil poderia estar em teu despensa: um novo estudo põe o foco nos edulcorantes que usamos no dia a dia e que seguramente tens em teu despensa

Rocío Antón

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A perda de cabelo é bem mais comum do que costumamos imaginar. Calcula-se que ao redor de 85% dos homens e entre o 33% e 40% das mulheres experimentarão algum grau de calvície ao longo de sua vida. A nível mundial, isso representa a uns 35 milhões de homens e 21 milhões de mulheres que lidian com a temida queda do cabelo.

As estatísticas não deixam lugar a dúvidas: um da cada quatro homens começa a notar signos de calvície dantes dos 25 anos, a metade dos maiores de 50 já são calvos, e em idades avançadas a percentagem se dispara até o 98%. No entanto, estas cifras podem variar notavelmente segundo a região do mundo, pois a genética não é o único factor em jogo. O estilo de vida, a alimentação, o estrés e o meio também influem na saúde de nosso cabelo.

Para compreender melhor este fenómeno e as novas formas de combatê-lo, diversos estudos estão a explorar caminhos tão inovadores como inesperados. Um deles prove/provem de um lugar muito curioso: o mundo dos edulcorantes naturais.

Que é a alopecia androgénica?

Entre os diferentes tipos de queda do cabelo, a alopecia androgénica —conhecida popularmente como calvície de padrão masculino ou feminino— é a mais comum. Trata-se de uma condição na que os folículos pilosos se voltam progressivamente mais pequenos e débis, o que provoca que o cabelo cresça a cada vez mais fino até desaparecer.

Durante décadas, o tratamento mais estendido tem sido o minoxidil tópico, uma substância que estimula o crescimento capilar. No entanto, seus resultados costumam ser variáveis: muitas pessoas não conseguem os efeitos esperados, e em ocasiões aparecem moléstias no couro cabelludo, como picor ou irritação.

A razão principal por trás destas limitações está na própria natureza do fármaco: o minoxidil tem uma baixa solubilidad em água, o que dificulta que penetre adequadamente na pele. Para compensá-lo, os fabricantes costumam acrescentar álcool como excipiente, o qual facilita a absorção, mas também pode gerar esses efeitos secundários indeseados.

A surpreendente conexão entre a estevia e a calvície: um doce avanço para a saúde capilar

Em procura de uma solução mais amável com a pele, um grupo de pesquisadores tem encontrado uma alternativa realmente curiosa. Segundo um estudo publicado na prestigiosa revista científica Advanced Healthcare Materials, um componente natural presente à planta de estevia poderia ser a chave para melhorar a eficácia do minoxidil.

Este composto, chamado esteviósida (STV), não só melhora de maneira notável a dissolução do fármaco, sina que também pode servir como base para desenvolver um sistema de administração bem mais eficaz.

Como funciona a esteviósida

A esteviósida é uma molécula anfipática, o que significa que possui uma parte que se atrai ao água e outra que a repele. Graças a esta dualidad, pode formar umas estruturas chamadas micelas, pequenas esferas capazes de albergar substâncias que normalmente não se dissolvem bem, como o minoxidil.

Em outras palavras, a esteviósida actua como um veículo que "transporta" o fármaco através da pele, o ajudando a chegar até os folículos pilosos. Os resultados do estudo foram espantosos: a solubilidad do minoxidil aumentou até 18 vezes mais (47 mg/ml) quando se combinou com esteviósida, em comparação com o fármaco por si só.

Assim funciona o tratamento: Inovación com microagujas

Mas a equipa de investigação não se deteve aí. Para optimizar ainda mais a absorção, desenvolveram um parche de microagujas solubles elaborado com a mistura de minoxidil e esteviósida. Estas microagujas, diminutas e indoloras, atravessam de forma suave a capa externa da pele e dissolvem-se, libertando o tratamento directamente onde se precisa: na raiz do folículo capilar.

Este método resulta bem mais preciso que as soluções tópicas tradicionais, já que evita a perda do produto na superfície da pele e minimiza a irritação causada pelo álcool. Nas provas de laboratório, o parche libertou o 85% do fármaco e conseguiu uma retenção cutánea de 18% em 24 horas, em frente ao escasso 2% obtido com as fórmulas convencionais.

Essa diferença é crucial, já que significa que o minoxidil pode permanecer ativo no área capilar durante mais tempo, aumentando as probabilidades de estimular o crescimento do cabelo.

Resultados prometedores

Para avaliar a efectividade real deste novo sistema, os cientistas realizaram provas em modelos animais. No estudo, os ratos tratados com o parche de microagujas que continha minoxidil e esteviósida mostraram um crescimento de cabelo significativamente maior que os grupos tratados com a solução habitual.

Depois de 35 dias de aplicativo, a zona tratada com o parche apresentava uma cobertura de cabelo novo de 67,5%, em frente ao 25,7% obtido com o minoxidil convencional. Ademais, a análise microscópico revelou que os folículos pilosos reactivavam sua fase de crescimento mais rápido e de forma mais consistente.

Ainda que ainda faltam ensaios clínicos em humanos para confirmar estes achados, a descoberta abre uma nova via muito prometedora no cuidado capilar. A possibilidade de que um edulcorante natural, seguro e aprovado para o consumo humano potencie os tratamentos contra a calvície é, sem dúvida, uma notícia alentadora.