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Faz sentido a mudança de hora? Espanha quer acabar com as modificações

O Governo pretende acabar com a mudança horária a partir de 2026 argumentando que não há nenhuma poupança energética real

Ana Siles

Una persona sostiene un reloj, al que deberá cambiar la hora próximamente FREEPIK

A madrugada do próximo domingo 26 de outubro, os relógios em Espanha voltarão a atrasar-se uma hora. Às 03:00 serão as 02:00, marcando o início do horário de inverno. Mas este ritual, repetido a cada seis meses desde faz décadas, poderia estar a viver seus últimos anos.

O presidente do Governo, Pedro Sánchez, proporá ante o Conselho Europeu acabar com a mudança horária a partir de 2026, ao considerar que "já não faz sentido", que a suposta poupança energética "é mínimo" e que a prática tem inclusive "um impacto negativo" na saúde e na vida quotidiana das pessoas.

"Não há poupança real de energia"

Fontes de Moncloa têm assegurado que o que confirma a ciência é que "não há poupança real de energia" com a mudança de hora estacional. Ademais recorda que "dois em cada três espanhóis" estão em prol de o eliminar.

 

Esta mudança "muito justificada" já o apoiaram faz anos o Parlamento Europeu e a Comissão Européia, ainda que agora falta que o Conselho Europeu "dê o passo" aproveitando que o calendário atual de mudanças acaba em 2026 e que essa pode ser a oportunidade para decidir.

A UE leva anos debatendo o fim da mudança horária

A cada cinco anos, a União Européia aprova um calendário que fixa as datas exatas para os ajustes horários em todos os Estados membros. O último, publicado no BOE o 11 de março de 2022, abarca até 2026.

Uma pessoa olha seu relógio dantes da mudança de hora / UNSPLASH

Já em 2018, a Comissão Européia propôs eliminar a mudança horariou e permitir que a cada país decidisse se mantinha seu fuso atual ou fixava um definitivo sem ajustes bianuales. A proposta recebeu então um amplo respaldo cidadão.

Uma proposta européia que ficou a médio caminho

Em março de 2019, o Parlamento Europeu votou em prol de suprimir a mudança de hora a partir de 2021, depois de uma consulta pública que revelou que o 84% dos europeus apoiava acabar com esta prática.

No entanto, a proposta legislativa -que procurava coordenar a transição, evitar perturbações no mercado interior e melhorar o bem-estar cidadão- se estancou no Conselho da UE. Seis anos depois, os países membros seguem sem atingir uma posição comum, enquanto Europa continua ajustando seus relógios a cada primavera e a cada outono.