Têm os museus espanhóis as medidas necessárias para evitar um roubo como o do Louvre?
Os experientes recordam a importância da vigilância presencial nas salas, ainda que seja cara para as entidades

O espetacular roubo no Museu do Louvre do passado domingo, perpetrado por uns ladrões que acederam com uma escada extendible e aos que bastaram sete minutos para sustraer jóias de altísimo valor e escapar, tem levantado uma onda de análise, bromas e lamentos.
Entre as personalidades que se pronunciaram ao respeito figura o diretor artístico do Museu Thyssen-Bornemisza, Guillermo Solana, quem tem engrandecido as medidas de segurança de sua pinacoteca e tem afirmado que "não há nenhuma razão especial" para as reforçar, ao ser perguntado tanto pelo recente ataque ao Museu Naval de Madri como pelo roubo no Louvre.
"Todas as medidas de segurança necessárias"
"Temos todas as medidas de segurança necessárias desde faz tempo, em particular desde que começaram as intervenções ativistas em diversos museus do mundo. Acho que não há nenhuma razão especial para que precisemos as reforçar", tem assinalado, durante o acto de apresentação da mostra 'Warhol, Pollock e outros espaços americanos'.

O diretor artístico tem explicado que, quando o público acede ao Thyssen, há vários arcos e máquinas de raios X pelas que os visitantes devem depositar seus objetos, e tem destacado a vigilância presencial que tem sua instituição. "Quando visito museus por todo mundo, em alguns há menos vigilância presencial porque é muito cara", tem afirmado.
Um vigilante na cada sala
"Devido ao acordo original entre a família Thyssen e o governo espanhol, temos uma norma que estabelece que todas as salas devem estar baixo a mirada de uma pessoa de vigilância", tem detalhado, dantes de afirmar que também contam com vigilância tecnológica por todo o museu. "Investimos muitíssimo neste capítulo e estamos satisfeitos com o que temos", tem sentenciado.
Por sua vez, o experiente em segurança de museus David Ruiz tem explicado no programa Mais Vale Tarde de LaSexta que seria raro que algo assim ocorresse em Espanha. Mais especificamente, tem argumentado que o Museu do Prado está dotado de um bom número de câmaras exteriores, e seria impossível que se acercasse ao edifício uma furgoneta como a que possibilitou o roubo no Louvre.

Visão romantizada
Assim mesmo, o diretor do mestrado em Mercado da Arte e Gestão de Empresas Relacionadas da Universidade Nebrija, José Luis Guijarro, tem assegurado que existe uma "visão romantizada" da segurança que têm os museus, devido aos filmes, e tem indicado que é difícil que se repliquem os roubos em pinacotecas porque "depois não há mercado onde as vender".
Com tudo, Guijarro considera que resulta "fácil" encontrar um ponto débil neste tipo de espaços, "enormes e com muita gente". "Quero achar que museus como o Prado ou o Rainha Sofía, que são os que custodiam obras de maior valor em Espanha, estão preparados", tem afirmado.