O 70% dos espanhóis paga mais por sua factura da luz do que deveria. Assim o revelou o 'I Estudo de hábitos energéticos e autoconsumo', realizado pela companhia EnchufeSolar entre mais de 1.000 espanhóis.
O relatório, ademais, tem determinado que três em cada dez espanhóis desconhece o tipo de tarifa que tem ou não sabe a diferença entre uma tarifa fixa ou indexada.
Sem mudar de companhia elétrica
Este estudo se enmarca num início de ano marcado por várias mudanças que têm suposto um aumento imediato na factura elétrica. Entre eles, destaca a subida do IVA ao 21%, depois de se ter mantido em 10% durante 2024, bem como o incremento dos custos associados a cargos e portagens, e o aumento da quota destinada ao bono social. Estes factores têm voltado a converter a factura da luz numa preocupação tanto para particulares como para empresas.
Mais especificamente, sete em cada dez espanhóis já pagam mais do que deveriam por sua factura elétrica, e é que, segundo o estudo realizado pela citada companhia, "o 68,3% dos espanhóis não tem mudado de companhia elétrica nos últimos 12 meses".
Mais de 100 euros de diferença
O experiente em energia e responsável pelo Área de Energy Manager de EnchufeSolar, Javier Pérez, tem argumentado que "durante o transcurso de 2024, a tendência dos preços da energia tem sido à baixa com respeito aos preços registados em 2023. Isto significa que todos aqueles que contem com tarifas contratadas desde faz mais de 12 meses estão a pagar em torno de um mais 20% em sua factura da luz do que poderiam estar a pagar segundo os preços atuais".
"Assim, se uma tarifa média em dezembro de 2023 rondava os 0,13 euro/kWh, esse preço tem oscilado em torno dos 0,11 euros/kWh em 2024, o que se traduz em mais de 100 euros de diferença para um lar médio num ano", tem concluído Pérez.
Preferência pelas tarifas fixas
O relatório põe de manifesto que a 'atitude conservadora' dos espanhóis não só limita sua disposição a mudar de tarifa em procura de opções mais económicas, sina que também, segundo os dados do estudo, os leva a preferir maioritariamente as tarifas fixas. Neste contexto, o 42,9% dos interrogados afirma ter uma tarifa fixa de luz, em frente ao 24,7% que opta por tarifas indexadas. Resulta especialmente llamativo que o 34,4% desconheça que tipo de tarifa tem ou inclusive não saiba distinguir entre uma tarifa fixa e uma indexada.
Sobre isso, Pérez tem assinalado que "a educação energética em nosso país a dia de hoje é um dever, tanto no âmbito residencial, como empresarial". "Mudar de companhia, ajustar tua potência ou revisar a tarifa contratada pode supor uma poupança significativa na factura da luz, especialmente face aos meses mais frios, que são os de maior consumo energético", tem concluído.