As redes sociais não só têm mudado como compartilhamos nossas vidas, também têm modificado a forma na que nos sentamos num bar ou restaurante. Hoje, um plato não é unicamente comida: pode converter-se em material para TikTok ou Instagram. E nesse cruze entre gastronomia e viralidad estão a surgir truques tão ingeniosos como polémicos.
Um deles o popularizó o criador de conteúdo @felfuentes, que assegura que basta com deixar uma câmara acendida sobre a mesa para que o pessoal do local se esfuerce mais com o que serve. Segundo sua experiência, os platos chegam com porções maiores, com uma apresentação cuidada e inclusive com algum detalhe de cortesía. O motivo seria singelo: os camareros interpretam que poderia ter uma reseña negativa do local ou deles mesmos em redes e preferem se assegurar uma boa impressão.
Truques virales na hotelaria: de câmaras falsas a cucharillas estratégicas
O vídeo desatou um intenso debate. Alguns o vêem como um jogo divertido, uma forma de aproveitar o poder dos influencers sem o ser realmente. Outros, em mudança, o tachan de engano: um cliente disfarçado de criador de conteúdo para obter um trato diferente.
@felfuertes Trucazo com tua câmara para comer mas rico 🫣😂🫢
♬ A Summer Place - Hollywood Strings Orchestra
O verdadeiro é que o fenómeno trascendió ao programa Aruser@s dA Sexta, onde Hans Arús confessou o ter comprovado em primeira pessoa. Seu pai, Alfonso Arús, acrescentou que "se há uma câmara, os locais assumem repercussão em redes". O meteorólogo Marc Redondo caçoou com que ele preferiria sacar uma libreta para que o confundam com inspector da guia Michelin.
Para além das bromas, o episódio reflete até que ponto comer fosse já não se limita a desfrutar da comida. Em era-a digital, a cada mesa pode converter-se num pequeno palco com impacto real na reputação de um negócio.
Gastronomia e redes, um novo palco
De câmaras estratégicas que inspiram melhores raciones, a moedas pequenas que se transformam em propinas, passando por cucharillas que marcam a diferença entre um café e outro, o verdadeiro é que a hotelaria vive um momento peculiar. Os bares e restaurantes já não só servem para nos dar de comer e lazer, agora dependem de gerar conteúdo.
Neste contexto, comer fora de casa converte-se num acto carregado de significados. A cada detalhe pode disparar um vídeo em TikTok, abrir um debate sobre a ética dos clientes ou reavivar a conversa sobre o valor das propinas. A gastronomia e as redes sociais caminham hoje da mão, demonstrando que, na mesa, o que se serve não sempre se limita ao plato.
A mudança em moedas: propinas asseguradas
Mas não só os clientes recorrem a estratégias. Também os camareros têm desenvolvido recursos para melhorar seu dia a dia. Num sector onde as propinas marcam a diferença, alguns detalhes podem inclinar a balança.
A camarera e tiktoker @lahostelera compartilhou um truque que ela utiliza para aumentar suas probabilidades de receber propina: entregar a mudança em moedas pequenas. Explica um exemplo concreto: se um cliente paga uma conta de 36,40 € com um bilhete de 50, em lugar de devolver 13,60 € em bilhetes grandes, entrega 10 € e o resto em moedas fraccionadas. Assim, os clientes são mais proclives a deixar as moedas de menor valor sobre a mesa.
@lahostelera #camareros #hosteleria #restaurant #fypシ #lahosteleracabreada #parati #divertido #risos #viral #humor ♬ som original - A Hostelera cabreada 🤬
O vídeo, com milhares de reacções, gerou opiniões encontradas. Alguns utentes recordaram que esta prática existe "de toda a vida" em bares e restaurantes. Outros fizeram questão de que nunca deixam propina, independentemente de como recebam a mudança. Em frente a eles, teve quem defenderam que um bom serviço merece sempre uma gratificación: "Se são majos e atendem bem, deixo mínimo o 10%", escrevia uma utente. O debate evidência que, na hotelaria, até os gestos mais pequenos —como o modo de entregar a mudança— influem na percepção do cliente e em sua resposta económica.
O descafeinado e o truque da cucharilla
O café, protagonista indiscutible de tantas conversas, também não escapa às polémicas virales. Pedir um descafeinado e receber um café normal pode parecer um despiste menor, mas para quem são sensíveis à cafeína supõe uma noite sem dormir.
@kings.tavern.mataro Se peço descafeinado, quero descafeinado! #cafe #cefeteria #descafeinado #camarero #bar #conselhos ♬ som original - King's Tavern Mataró
Um vídeo viral do local King's Tavern Mataró mostrou o comum que é esta confusão e destapó as estratégias que muitos bares aplicam para a evitar. Entre as mais populares está colocar a cucharilla do revés no café descafeinado, acompanhar de uma bolacha ou caramelo extra, ou situar o azucarillo de uma forma específica na xícara. Pequenos truques visuais que ajudam aos camareros a não se equivocar e aos clientes a confiar em que estão a tomar o que pediram.
Estas soluções caseiras têm gerado tanta conversa como simpatia. Afinal de contas, são lembretes de que, por trás da cada xícara, há um sistema de sinais invisíveis que facilita o trabalho e evita malentendidos.