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Peligran os terraços de Madri? Os hosteleros se revuelven contra a Ordem de Almeida

Os vizinhos, também inconformes, protestam; enquanto o sector recalca que "cohesionan, dinamizam e dão vida aos bairros"

Juan Manuel Del Olmo

Varias personas sentadas en una terraza,

"Pois sim, gostamos. Sim, que somos de rua, somos de Madri. Gostamos dos terraços, a alegria, a cervecilla, o vinho... Que passa. Gostamos". A jaranera afirmação é da presidenta da Comunidade de Madri, Isabel Díaz Ayuso, quem pronunciou-a num acto a princípios de junho.

Agora, algumas dessas madrileñísimas e glorificadas terraços peligran. O sector hostelero da Comunidade, sem esquecer a importância da "sustentabilidade social e o descanso vecinal", denuncia que o texto da Ordem de Terraços de Madri, com sua atual redacção, "põe em risco a continuidade de centos de terraços". Por isso, "reclama uma revisão profunda que permita compatibilizar a actividade hostelera com a convivência vecinal".

Uma norma equilibrada

"Uma parte importante dos terraços que hoje operam com autorização municipal poderia ver ameaçada sua continuidade, comprometendo a própria viabilidade das empresas. Precisamos uma norma equilibrada que não condene ao sector durante os próximos anos", tem declarado José Antonio Aparicio, presidente de Hotelaria Madri.

Clientes de um bar / EUROPA PRESS - RICARDO LOIRO

Assim, mais de vinte associações empresariais do sector Horeca madrileno têm assinado um documento de alegações a uma norma que resulta essencial para o ramo. Para elaborá-lo têm revisado centos de expedientes.

Os vizinhos, inconformes

Aos vizinhos também não gostam da Ordem. A Federação Regional de Associações Vecinales de Madri (FRAVM) tem apresentado um documento com 43 alegações ao projecto, que julgam pensado para satisfazer "as necessidades e reclamações do sector da hotelaria".

Ademais, propõem também limitar o horário de abertura dos terraços: até as 23:00 horas em zonas residenciais e até as 2:00 em zonas não residenciais e afastadas de moradias.

Várias pessoas no terraço de um bar / EUROPA PRESS - RICARDO LOIRO
 

Mais da metade da facturação

Por sua vez, os hosteleros recordam que, para o 65% dos empresários do sector, o terraço supõe mais de 50% da facturação. "Reduzí-las suporia o desaparecimento de muitos negócios, em sua maioria PMEs e autónomos. Precisamente aqueles que cohesionan, dinamizam e dão vida aos bairros", defendem.

Pelo momento, o rascunho inicial ignora as contribuições que o sector tem transladado à Prefeitura durante os dois últimos anos, inclusive dantes de que a anterior ordem fosse anulada pelos tribunais.

Espaços "necessários e demandados"

O sector também critica que o texto não preste atenção aos matizes da cada zona, já que tem sido redigido "com o foco posto nos distritos na cidade que apresentam maior concentração de terraços, prejudicando a todos os demais, nos que estes espaços são necessários e demandados pelos residentes como elemento de dinamização e coesão social."

A ordem, insistem, supõe uma incoherencia para Madri, que tem incrementado a chegada de turistas internacionais enquanto agora "se reduzem as praças para o desfrute de nossa gastronomia ao ar livre, numa cidade com um inigualable património urbano e a melhor climatología de seu meio".