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Por que os impagos do aluguer se disparam em setembro

SEAG assinala que, depois do verão, o contexto económico das famílias está condicionado por um "descenso da liquidez"

Las llaves de una pareja que ha cometido un impago
Las llaves de una pareja que ha cometido un impago

Segundo um relatório de Housfy Aluguer publicado em 2023, um 7% dos inquilinos atrasa-se com o pagamento do aluguer, mas acaba efectuando-o nos seguintes 30 dias. Só um 1% mantém a morosidad para além desse período. A morosidad não é, por suposto, um fenómeno isolado, sina um reflexo das dificuldades financeiras que enfrentam muitos lares, asfixiados pela inflação e pelo aumento do preço do aluguer.

Neste sentido, a chegada do mês de setembro representa um dos momentos mais delicados do ano para os proprietários de moradias em aluguer. Depois do período estival produz-se um repunte significativo nos impagos de rendas, tal como adverte a Sociedade Espanhola de Aluguer Garantido (SEAG).

Descenso da liquidez

"O contexto económico familiar nestas datas costuma estar condicionado por um descenso da liquidez, devido às prioridades orçamentas do verão e as despesas associadas ao início do curso escoar: material, livros, matrículas, uniformes e actividades extraescolares. Como resultado, muitos inquilinos atrasam ou directamente incumprem o pagamento do aluguer" tem explicado Pedro Bretón, CEO de SEAG.

Las llaves de una vivienda en alquiler / PEXELS
As chaves de uma moradia em aluguer / PEXELS

Neste sentido, em Espanha, segundo a análise do comparador financeiro Banqmi, o custo medeio da volta à escola no curso 2025-2026 situar-se-á em 422,05 euros por aluno. Este dado marca um novo recorde e reflete uma subida de 14,88% desde o curso 2018-2019. Simultaneamente, o preço do aluguer tem tocado máximos em todas as comunidades autónomas em 2025, tanto que, em alguns lugares, alugar uma habitação já custa o que custava alugar um andar inteiro faz 10 ou 12 anos.

Nível de dívidas

Desta forma, desde SEAG confirmam que, cada ano, em setembro se dispara o número de incidências relacionadas com a morosidad em moradias principais.

Assim o acreditam as cifras dos últimos anos. Em 2022, a dívida média acumulada por cada inquilino moroso ascendia a 6.874 euros, no ano seguinte ascendeu a 7.608 euros e, em 2024, voltou a subir a 7.957 euros, o que supõe um incremento de 4,23% com respeito ao ano anterior.

Cartel de una vivienda en alquiler / EUROPA PRESS - EDUARDO PARRA
Cartaz de uma moradia em aluguer / EUROPA PRESS - EDUARDO PARRA

Cataluña, à cabeça da morosidad

"Conquanto estas são cifras anuais, setembro e outubro são determinantes na configuração destas estatísticas" assegura o diretor. Cataluña encabeça a listagem com uma morosidad média de 10.996 euros, seguida de Baleares (10.234 euros), Madri (9.813 euros) e o País Basco (8.373 euros).

Se analisam-se as províncias, Barcelona lidera o ranking com 13.419 euros em media por deudor, seguida por Baleares, Guipúzcoa, Madri, Málaga, Sevilla e Vizcaya. Cataluña é também a comunidade que regista o maior número estimado de casos por impago, com mais de 5.500 casos, seguida de Andaluzia, a Comunidade Valenciana e Madri.

Casos de impago

"Em SEAG gerimos actualmente cerca de 700 casos ativos de impago. Ainda que o habitual é que um proprietário recupere sua moradia nuns 13 meses, há situações que podem se alongar durante anos. Temos tido casos que têm durado até sete anos, com um impacto económico e emocional enorme para os proprietários", assinalam desde a entidade.

Desde 2019, a entidade tem experimentado um crescimento sustentado dentre o 30% e o 35% anual, confirmando a crescente preocupação dos proprietários por blindar seu património.