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Alicia Zurita (Lubets): "A despesa média dos homens em lubrificantes é maior. São mais optimistas"

Entrevistamos a proprietária desta jovem marca de géis ecológicos que já se vende em meio mundo e rouba quota de mercado a gigantes como Durex ou Control

Alicia Zurita, CEO da marca de géis lubrificantes Lubets / LUBETS
Alicia Zurita, CEO da marca de géis lubrificantes Lubets / LUBETS

Parece o envelope de um desses toalhetes que se obtém quando se encomenda uma paella, mas no seu interior esconde um gel que potencia o prazer até o infinito. "Sou o teu final mais feliz", pode-se ler na embalagem deste gel lubrificante da marca Lubets, que nasceu em plena pandemia, tem a fábrica em Alicante e agora deu o salto internacional e se pode comprar até na Coreia.

Em Espanha, podem-se encontrar nas perfumarias Druni e numa infinidade de farmácias, com o slogan "a única receita que te põe mau", por entre 7 e 11 euros. "A nossa previsão era entrar em 1.000 farmácias no primeiro ano, e conseguimo-lo em três semanas", expõe à Consumidor Global a Ceo da Lubets, Alicia Zurita, que entrevistamos para conhecer em profundidade o segredo do sucesso destes géis lubrificantes ecológicos.

--Quem precisa de um lubrificante?

--"Por um lado, está a pessoa que o precisa por mil motivos: stress, doenças, medicamentos, pós-parto, menopausa… A mulher, ao longo da vida, passa por diferentes etapas, e muitas vezes precisa de lubrificante. Entre as pessoas que não o precisam e o utilizam de forma lúdica, está o público homossexual, que o tem muito normalizado. Depois está o homem que o oferece, que representa 50% das nossas compras. E o que não o precisa ou acha que não o precisa, que é nosso maior cliente quando o prova".

--Por que são especiais os vossos géis?

--"Quase nenhum utilizador o sabe, mas é básico que seja isoosmolar, isto é, que seja feito com água termal ou mineral para que mantenha o mesmos níveis de sais e minerais do teu corpo e favoreça a lubrificação natural e dê um extra.  É essencial que um gel lubrificante não prejudique a pele do utilizador e preste cuidados, e a maioria dos produtos no mercado são prejudiciais.".

--Muitos especialistas desaconselham o uso de lubrificantes Durex porque podem produzir irritações, fungos, descompensação da flora, mas são os mais vendidos…

--"É por desconhecimento. Mas agora, nas farmácias, estamos a tirar 65% de quota à Durex e Controle. Porque roubamos quota de mercado? Pois porque até agora não havia outra coisa. A nossa arma é o valor diferencial do nosso produto. A Durex é uma empresa enorme com umas margens gigantescas. Que acontece com os seus lubrificantes? Que não têm esta característica isoosmolar e produzem um efeito ricochete que seca".

--Que lhe parece quando vê um desafio viral no TikTok em que usam lubrificante Durex para aplicar maquilhagem?

--"Muitas pessoas tê nos perguntado e sempre lhes dizemos o mesmo: não são para a cara. Com os nossos não vai acontecer nada, mas não é a sua finalidade".

--Há pessoas que tem um mesmo frasco de lubrificante durante anos, mas isso também não é muito seguro…

--"No momento em que o abres já começa a entrar ar e oxida. Costumam caducar em três meses. Os nossos, ao ser em monodoses, conservam-se melhor e podes levá-los na mala".

--Porque é melhor em monodoses?

--"Imagina um frasco. Terminas a relação e vês o frasco aí. Ou se estás com uma pessoa que não é o teu parceiro. Apressa-lo? Apanha-lo a meio? Não o vejo. O formato não podia ser um frasco porque é o anticlímax, além de pouco higiénico e pouco decoroso. Pelo contrário, a monodoses é uma embalagem mais discreta, que utiliza menos material e 100% reciclável. É mais sexy".

--Quem compra mais lubrificante, elas ou eles?

--"Está muito equilibrado. 50-50 % dira. Temos utilizado o humor inteligente para romper as barreiras, e isto tem feito com que os homens o comprem muito como um presente interessado, um presente boomerang. O preço médio do homem é mais alto. Levam-se dois de cada referência. São mais optimistas. As mulheres compram um ou dois. No Natal, por exemplo, os homens compram mais. Por outro lado, não se dá uma garrafa ou uma pomada como presente.".

--Qual é o vosso lubrificante mais vendido?

--"O potenciador de orgasmos feminino (11 euros) é nosso bestseller. Representa 40% das vendas. É comprado por pessoas entre 18 e 70 anos. O único produto semelhante que há no mercado é de apenas 15 mililitros e custa quase 20 euros".

--E para eles?

--"Há pouco lançáos o potenciador de orgasmos masculino, que activa a irrigação sanguínea da pele e te dá formigueiros e calor. Potência a sensibilidade e faz com que tudo seja muito intenso. Também se vende muito um pack no que há monodoses de diferentes referências".

--Qual é o que se vende menos?

--"O que mais custa é o óleo de massagem".

--Um pacote contém 10 monodoses e sai por entre 10 e 12 euros, pelo que cada relação sai a mais de um euro…

--"Temos um preço muito competitivo. Os frascos da concorrência costumam ser de 50 mililitros, 10 doses de Lubets contêm 40 mililitros, e os preços são muito parecidos".

--Um lubrificante é sexual e terapêutico ao mesmo tempo?

--"Sim. De facto, na farmácia temos muito sucesso. Em setembro entraremos em duas redes de grande consumo e em mais perfumarias. Na farmácia custou-nos encontrar nosso espaço, para nós era chave. Aí está a nossa compradora. Por essas etapas que passa a mulher, que desde que tem filhos passa pela farmácia o resto da sua vida".

--O próximo passo é penetrar na Ásia e nos EUA?

--"Haha. Essa capa é mortal. Assim é. Estamos na Coreia, Vietname, Filipinas, Hong Kong e acabamos de nos registar na China. Nascemos em plena pandemia e agora explodiu tudo. Temos a previsão de chegar aos 8 milhões de facturação em 3 anos. E consegui-lo-emos facilmente".

--Vieram ao mundo para jogar?

--"Totalmente. A chorar não, faz favor. Trata-se de fazer feliz as pessoas".

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